domingo, 2 de novembro de 2008

Ana Júlia: base aliada foi a grande vencedora

Ronaldo Brasiliense

A governadora Ana Júlia Carepa (PT) afirmou, na sexta-feira, a esta coluna, que os partidos que compõem a base de seu governo foram os grandes vencedores das eleições municipais no Pará. “A nossa base aliada saiu fortalecida e foi a grande vencedora no Pará, a exemplo do que ocorreu no Brasil. No Pará, conquistamos mais de 70% das prefeituras. Nos 18 municípios onde o PT disputava reeleição, só perdeu em três. Mas, como governadora, minhas preocupações vão muito além do PT. Temos parcerias com todos os municípios do nosso Estado e continuarei tratando todos os prefeitos de forma republicana”, garantiu.
Às vésperas de viajar para a China, chefiando missão comercial, Ana Júlia também falou da expectativa sobre os resultados da viagem. “Nosso governo está ampliando e fortalecendo nossas relações com os países em desenvolvimento. A visita à China tem esse objetivo. Queremos diversificar os destinos dos nossos produtos de exportação, entre eles a carne, o pescado, a fruticultura e o minério. Também queremos estreitar laços nas áreas da cultura e dos esportes. Pretendemos, por exemplo, fazer um intercâmbio para que professores chineses ensinem mandarim aos paraenses e professores paraenses de educação física ensinem futebol aos chineses. “
Ana Júlia mostrou-se preocupada com os reflexos da crise mundial na economia, também no Brasil e, mais especificamente, no Para. “As crises do capitalismo são permanentes e é por isso o nosso governo trabalha numa perspectiva de mudança da nossa base produtiva. Não nos interessa exportar minério bruto. A alternativa que o governo está construindo junto com os empresários, nesta viagem à China, por exemplo, é no sentido de buscar novos parceiros. As guseiras só exportam para os Estados Unidos. Quando diversificamos o mercado, deixamos de ter apenas um comprador. A propósito, dois representantes do setor guseiro vão integrar a missão. Eles estão interessados em parceiros para produzir aço, que tem mais mercado que o gusa. Ao mesmo tempo, os investimentos em infra-estrutura, como a duplicação da PA 150, construção das eclusas e hidrovias vão criar condições para atrair novos investidores, que vão se associar aos empresários locais”, concluiu.

Globalização social

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

Jacques Attalli se tornou uma referência na anti-economia, uma via alternativa à ciência conservadora, quando o li, no início da década de 70. Nada sugeria que pudesse sair da redoma intelectual, que era o seu forte (como, de resto, era a nossa perspectiva de estudantes em relação a outros intelectuais, como Fernando Henrique Cardoso). Mas ele conseguiu a proeza de ser um assessor de peso junto ao socialista François Mitterrand e o conservador Nicolas Sarkozy. E presidir a terceira maior associação de microcrédito do mundo, na França.
Vendeu a alma ao demônio? Não sei. O que sei é que ele penetrou mais fundo do que qualquer outro analista da crise financeira atual que li. Foi à causa mais profunda do fenômeno: “Temos uma globalização dos mercados, mas não uma globalização do estado de direito. O mercado não funciona (bem) sem estado de direito. E vemos isso no Brasil. Em certas regiões e cidades do Brasil, não há estado de direito. O mundo é isso: um gigantesco mercado sem estado de direito. O mais forte ganha”.
A frase se aplica como luva à Amazônia em geral e ao Pará em particular. A máquina econômica que chega aqui é o último modelo do mercado mundial. Mas a carta dos direitos humanos é de antes da revolução francesa. É uma ignomínia. A atualização precisa ser por inteiro. Sem essa eqüidade, estaremos condenados ao empobrecimento em meio à barbárie.
O equilíbrio, entretanto, não pode ser estabelecido a partir de cima, por ato de força de uma entidade supranacional. Cabe-lhe impor a atualização dos direitos paralelamente ao avanço da frente econômica para que não haja seqüelas inomináveis nesse processo, como a escravização do trabalhador, a destruição da natureza, a concentração brutal da renda, a formação de guetos sociais e etc.
Attalli deu a dica. Espero que os “luas-pretas” da governadora, analisando-a com a atenção, joguem fora esse estandarte roto do Pará que criaram do nada: a “terra de direitos”. É um outdoor falso, que esconde a realidade sem enfrentá-la. Se diz sobre a inteligência de quem criou esse mote, é um desrespeito à inteligência de quem está fora da quadratura desse metafísico círculo virtuoso em que presume viver o governo.

Pontuando

José Olivar
joseolivar@oi.com.br

A OI (Amazônia Celular) martiriza os usuários no que diz respeito à troca de aparelhos de telefonia móvel, visto que iniciou esta operação, e decorridos mais de 20 dias a maioria das pessoas não recebeu o aparelho novo, numa verdadeira enrolação dos atendentes. Por falar em telefonia, a OI TELEMAR é outra complicação, principalmente no que pertine à instalação de novas linhas, pois tem usuário que passou 40 minutos no telefone buscando um contato com a central, sem qualquer êxito. Isto é um absurdo e um desrespeito com o consumidor. Também, se denunciar não há resposta por parte do órgão controlador! Este é o nosso Brasil! ●Muitos advogados condenam a forma de protocolar petições no Fórum local. É que num passado não muito distante, quando o advogado protocolava um requerimento, na sua via vinha colada etiqueta com o número do processo, o dia e a hora do protocolo. Hoje, vem apenas um mero carimbo, que segundo os advogados reclamantes, pode ser alterado o dia e hora da entrega. O nobre Diretor do Fórum deve fazer voltar o sistema antigo, para a segurança de todos. ●Conheci as informações da SEMINF a respeito do que publiquei na minha coluna do dia 25/10. A assessora de comunicação, Bia Ferreira, explica, mas não me convence de que a nova Orla não está frissurada na parte final onde ela termina. É só ir lá e comprovar! Quanto à cessão do terreno na BR 163 (Av. Magalhães Barata), para a Mello Azevedo, até parabenizo as obras do PAC, todavia não acho que seja dever do Município oferecer terreno para canteiro de obras, devendo a construtora ter o seu próprio canteiro. Errou o Lira Maia quando foi Prefeito e fez a cessão. Erra a Maria do Carmo, por ceder imóveis para a Mello Azevedo e ESTACON. Estas empresas, nobre Prefeita, cobram caro pelos seus trabalhos e não merecem ser aquinhoadas com áreas sem pagar aluguel. ●O TSE, por meio de seu Presidente, Min. Ayres Brito, já disse a um repórter da Agência Brasil, que candidatos que têm registros das candidaturas impugnadas, correm o risco de não assumir, sendo que, segundo o Ministro, até o dia 18 de dezembro (data da diplomação), todos esses processos devem estar julgados, obrigatoriamente, mesmo com 1.200 pedidos de impugnações pendentes de julgamento. ●O STJ já decidiu que o reconhecimento espontâneo da paternidade só pode ser desfeito diante de vício de consentimento. Isto foi a decisão da 3ª Turma daquele Colegiado. ●Bem que o Dr. Gabriel, pela sua eficácia como Magistrado, poderia ser titular de uma das Varas de Santarém. Todavia, como tudo o que é bom dura pouco, não demora muito e ele pedirá remoção. ●Uma certa ave de rapina que no passado vivia paparicando autoridades de Belém, levando pirarucu e tartaruga, continua com o mesmo mal – só que agora sem dinheiro e esquecido – ainda assim fazendo fofocas, quiçá pelo seu recalque de ser hoje um cachorro morto. ●Esta mesma ave romântica – que já enganou vários clientes e até órfãs – freqüenta outros escritórios em busca de orientação profissional ou mendigando uma passagem para Belém ou Brasília. Pobre-coitado! ●Estão havendo reclamações de alguns bairros, pela precária iluminação pública, constatando os reclamantes – isto foi me dito por vários deles – que ao entrarem em contato com a CDU (Coordenadoria de Desenvolvimento Urbano), está diz ser a reposição de lâmpadas queimadas, de responsabilidade da empresa SANENG e esta, ao ser contatada, diz que não repõe as lâmpadas porque não está recebendo da Prefeitura pelos materiais e serviços. Com a palavra a assessoria da CDU, certa de que, quem paga iluminação pública deve receber a contraprestação. ●Talvez nesta semana os advogados, Ubirajara Bentes, Ana Rita Macedo, José Maria Ferreira Lima e Luzimara Carvalho, protocolarão as medidas judiciais e extrajudiciais contra a também advogada Gracilene Maria Sousa Amorim, pelos fatos já abordados em outras edições deste Portal. ●Por falar em assuntos ligados à ética, uma outra advogada – não conheço e nem quero conhecê-la – esteve no meu local de trabalho da Câmara Municipal, bisbilhotando meus serviços, querendo, de alguma forma, desforrar as derrotas sofridas na Justiça Eleitoral. Devo lembrar-lhe que o meu passado e o meu presente é coroado de êxito e sem mácula.

Lira Maia cobra implantação do zoneamento da Amazônia

Em discurso da tribuna da Câmara dos Deputados o deputado Lira Maia(DEM-Pará) voltou a cobrar a efetiva implantação do zonemaneto econômico-ecológico da região amazônica.
Veja os principais trechos do discurso:

“Quando defendemos a agricultura mecanizada de grãos e as atividades madeireiras, pensa-se logo que não tem o menor interesse na preservação da Amazônia”. Muito pelo contrário. É justamente por querer e lutar pela preservação das nossas riquezas naturais que defendemos essas atividades. Afinal de contas, não podemos nos esquecer que uma das maiores riquezas que temos na Amazônia é a nossa gente, e esse povo, como qualquer outro do mundo, tem todo o direito de se alimentar bem e viver condignamente. Para tanto, precisamos produzir e gerar empregos.”

“ O ZEE é capaz de nos dar a diretriz básica daquilo que se pode e do que não se pode fazer em cada região. Indicará os locais mais adequados para cada tipo de atividade produtiva, e, também, aqueles que somente podem ser explorados com um manejo adequado e os que devem permanecer intocados, sob o risco de grave dano ambiental.”
“Não precisa se derrubar nenhuma árvore na amazônia, porém, o que deveria ser feito após o ZEE, definindo as áreas de preservação permanente, liberar as áreas antropizadas, degradadas ou alteradas, ou seja, as áreas abertas para a produção agropecuária.
Somente no meu Município, Santarém, estas áreas representam cerca de 700 mil hectares e desta, aproximadamente 500 mil hectares tem condições de produzir alimentos, porém, a legislação não permite.”

“Por iniciativa deste Deputado, com o apoio dos deputados da bancada paraense, incluímos no Orçamento da União para 2008, através de emenda de Bancada, recursos para a implantação do Zoneamento Econômico-Ecológico em nosso Estado.
Felizmente os primeiros passos já foram dados. Ontem, a Governadora esteve em Santarém para lançar para a sociedade, a execução do Zoneamento Econômico-Ecológico da Região Oeste do estado, especificamente, na extensão da BR 163(Santarém/Cuiabá).
O ZEE tem papel fundamental para a concretização de dois anseios de nossa população:
O Primeiro é a conclusão da BR 163, representando um dos principais, se não o principal projeto de desenvolvimento daquela região, pois, devido à posição estratégica de Santarém em relação às regiões Norte e Centro-Oeste, o escoamento da produção destas regiões através do nosso porto, certamente, levara mais emprego e renda pra Região Oeste do Pará além de reduzir significativamente o custo com o transporte rodoviário.
O segundo ponto, não menos importante, é que a partir do Zoneamento Econômico-Ecológico na extensão da BR 163, definindo quais são as áreas destinadas para preservação, para exploração extrativista e madeireira e para a exploração agropecuária em nosso Estado.”

“ Com o emprego de tecnologia, educação condigna da população e os investimentos necessários em infra-estrutura, podemos, sim, produzir alimentos, explorar os recursos florestais e desenvolver as atividades turísticas, gerando emprego e renda para a nossa população. Tudo isso sem a necessidade de destruir a natureza. “