domingo, 9 de dezembro de 2012

Indício de assoreamento do lago do Juá por causa do desmatamento feito pela SISA

Fotos: Seu Pedro


As fotos foram tiradas hoje de manhã.

Mostram a consequência direta da remoção da camada vegetal de uma área de aproximadamente 700 hectares contígua ao igarapé do Juá e próxima ao lago do Juá. O crime ambiental está sendo cometido pela Salvação Empreendimentos Imobiliários(SISA), empresa que obteve licenciamento da Prefeitura de Santarém para transformar essa área em loteamento para fins residenciais.



Com a chuva que começa a cair sobre Santarém, a areia esta sendo levada pela enxurrada tanto em direção à rodovia Fernando Guilhon quanto ao igarapé e lago do Juá.

Diante dessas imagens, o que falta para o Ministério Público do Estado e Secretaria de Estado de Meio Ambiente(SEMA) retirarem do município a delegação de competência conceida pelo estgado para licenciamento de empreendimentos imobiliários dessa natureza pelo órgão ambiental do município, o que possibilitou, mesmo que irregularmente, que a Secretaria Muncipal de Meio Ambiente(SEMMA) autorizasse esse desmatamento?



Para entender melhor o caso, continue lendo aqui.

Álbum que John Lennon autografou para o seu assassino horas antes de ser morto está à venda

Do Blog do Parsifal

Por volta das 16h00m de 08.12.1980 John Lennon e Yoko Ono raiaram à calçada do Edifício Dakota, onde moravam, em Nova York. 

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O fotógrafo Paul Goresh aproximou-se do casal e antes que falasse algo um rapaz estendeu a Lennon o álbum “Double Fantasy”, o mais recente trabalho do ex-Beatle em parceria com Yoko. “Quer que eu autografe?” Perguntou Lennon. O rapaz aquiesceu com a cabeça.
> Pela manhã
No final daquela manhã, Paul Goresh chegara ao Dakota e avistara um jovem com o “Double Fantasy” na mão, que lhe perguntou se iria esperar Lennon.
Goresh aquiesceu. O rapaz apresentou-se: “Meu nome é Mark, eu vim do Havaí pedir a Lennon que autografe o meu álbum”. 

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Quando Lennon recebeu o álbum das mãos de Mark, Goresh fotografou. Mark Chapman recebeu o álbum de volta e encostou-se na parede do Dakota. Goresh levou Lennon e Yoko ao estúdio, onde os deixou por volta das 17h00m. 

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> Rumo à morte
O casal saiu do estúdio por volta das 22h00m e chegou ao Dakota por volta de 22h45m.
Quando Lennon saiu do táxi e entrava no Dakota, Mark Chapman desprezou o álbum, autografado horas antes, no canteiro de flores e chamou: “Mr. Lennon!”. Lennon não chegou a virar: Mark Chapman disparou-lhe cinco tiros às costas. Quatro atingiram o alvo.
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> A agonia
Atingido, Lennon rumou ao hall do Dakota e subiu as escadas do portal. No vestíbulo a força que o conduzira se finou e ele caiu.
Jay Hastings, o porteiro, correu quando Yoko adentrava aos gritos: “Atiraram em John!”. Hastings ativou o alarme e aproximou-se de Lennon: ao ver que ele jazia, institivamente tirou-lhe os óculos, despiu-se da jaqueta que vestia e lhe cobriu o corpo.
> Você fez isso!?
Eram 22h50m quando os policiais Steve Spiro e Peter Collin chegaram ao edifício. Um dos porteiros apontou Mark Chapman aos policiais. Spiro virou-se e viu Chapman com as mãos para cima. Deu-lhe ordem de prisão. O porteiro confidenciou: “ele atirou em John Lennon”. Spiro tomou um choque e bradou a Chapman: “Você fez isso!!?”. 

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> No Roosevelt Hospital
A equipe de emergência do Dr. Stephan Lynn, do Roosevelt Hospital, terminava de atender um acidentado quando dois policiais romperam a sala carregando um homem banhado em sangue.
A equipe fazia os procedimentos de ressuscitação quando a enfermeira viu a identificação do corpo, mas duvidou. O Dr. Lynn saiu para pegar algo e ouviu o desconsolo de um dos policiais que dialogavam: “Meu Deus, como pode... John Lennon...”. Quando Lynn voltou à sala a sua equipe fazia o trabalho sem controlar o pranto.
> Balas explosivas
As balas usadas por Chapman eram explosivas e uma delas atingiu a aorta de Lennon: as tentativas de alimentar-lhe a circulação falhavam, pois a aorta e demais veias de irrigação estavam completamente destruídas com a explosão do projetil. Às 23h15m de 8.12.1980, o Dr. Stephan Lynn declarou John Lennon morto. 

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> O destino do álbum autografado para o assassino
Pela manhã, no meio da multidão que se fez em frente ao Dakota, um fã, até hoje incógnito, avistou o vinil entre as flores do canteiro e apanhou-o. O álbum foi um dos elementos de prova contra Chapman, pois nele foram constatadas as suas impressões digitais.
No final do julgamento a Justiça de Nova York decidiu que deveria devolver o álbum a quem o encontrou, que o manteve por 19 anos até que, em 1999, decidiu vende-lo através da “Moments in Time”. O álbum foi vendido por US$ 525,000, o equivalente a R$ 1,1 milhão. 

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> Álbum está novamente à venda
Conto essas reminiscências porque acabo de ler que o álbum “Double Fantasy”, que Lennon autografou para o próprio assassino, está novamente à venda pela “Moments in Time”. O atual proprietário também preferiu se manter anônimo.
Especula-se que o preço atual do álbum alcance mais de US$ 1 milhão.
> Para herdar a fama
Em 1992, na prisão de  Wende, no Estado de Nova York, onde cumpre pena de prisão perpétua, Mark Chapman concedeu uma entrevista ao ABC News. Ao responder à pergunta “Por que você matou Lennon?”, ele respondeu: “Achei que ao mata-lo ficaria tão famoso quanto ele.”.

O senador acusa, o jornal endossa



LÚCIO FLÁVIO PINTO
Editor do Jornal Pessoal

O senador Mário Couto, do PSDB, procurou O Liberal para fazer uma denúncia que foi parar na capa da edição dominical do dia 18 de novembro do jornal da família Maiorana e ocupou toda uma página interna. Tudo que o senador disse, o jornal reproduziu. Mas o que disse o ex-dono de uma banca do jogo do bicho, que é contravenção penal, não passava de uma versão “por demais absurda, surreal”, conforme a nota oficial através da qual a Associação dos Magistrados do Estado do Pará reagiu, em defesa do seu associado.

Mera atitude corporativa? Nada disso. O senador tucano afirmou ter sido vítima de uma tentativa de chantagem: o advogado Paulo Hermogenes se apresentou em nome do juiz Elder Lisboa da Costa, titular da 1ª vara de fazenda pública de Belém. Era o emissário de uma proposta: o juiz excluiria o parlamentar de uma ação movida contra ele pelo Ministério Público do Estado em troca de propina no valor de 400 mil reais.

O senador não informou a data do contato, mas sua descrição sugere que ocorreu há algum tempo. Nesse período não comunicou o fato à polícia nem foi ao suposto inspirador da missão para verificar se o intermediário realmente falara em nome do juiz. Limitou-se a fazer de conta que estava interessado na proposta para ver até onde ela ia (ou apenas “para deleite pessoal”, como diz a nota da associação) e depois a esqueceu.

Por “coincidência”, decidiu se lembrar dela depois que a ação civil pública movida contra ele pelo Ministério Público foi aceita e o juiz Elder Lisboa determinou o bloqueio dos seus bens e dos demais denunciados por desvio de recursos públicos através de fraudes nas licitações da Assembleia Legislativa, além de outros atos de improbidade administrativa. O cálculo do rombo começa em R$ 12 milhões, mas pode atingir quase R$ 200 milhões.

“Como merecer credibilidade uma conversa entre terceiros transacionando dividendos a outrem que sequer tem contato próximo com quaisquer dos interlocutores? Crendo-se protegido pelo manto do mandato, o Senador Mario Couto cria um perigoso precedente de se admitir o achincalhe fabricado”, protestou o presidente da Amepa, Heyder Tavares da Silva Ferreira. O precedente se tornou ainda mais perigoso por ter sido integralmente encampado pelo jornal.

O Liberal devia pelo menos ter considerado o fato, de que o seu entrevistado “aguardou, de forma estranha, a decisão judicial desfavorável para, somente depois de ofendido em seus bens, passar a defender a suspeição da autoridade judicial. Indaga-se: qual seria a postura do parlamentar se o magistrado não tivesse efetivada a decisão imparcial? Quedaria inerte como o fez até a presente data?” E o jornal?

O Liberal teria ainda que considerar outra contradição apontada pela associação de classe: a defesa de Mário Couto no processo da Assembleia Legislativa “pauta-se em um alegado desconhecimento do que era feito por terceiros durante sua gestão, ainda que estes fossem seus subordinados. Alega não poder ser penalizado se terceiros usaram indevidamente seu bom nome. ‘Como poderia ser responsabilizado por desvios de condutas de que não tinha conhecimento?’, bradou em entrevista a uma rede televisiva”.

No entanto, atribuiu ao juiz responsabilidade “por possíveis desvios de conduta praticados por terceiros, que ao contrario de seu caso, não guardam qualquer subordinação hierárquica com o magistrado”. O juiz não poderia estar sendo vitima nos mesmos moldes alegados pelo senador?

“Somente por ilustração”, a nota da Amepa lembra que Mário Couto “sempre foi acusado de subsidiar contravenção penal de jogo do bicho, mas tal nunca lhe impediu de alçar um dos mais respeitáveis assentos do regime democrático brasileiro. Não se pode tentar atingir a honra de quem quer que seja com castelos de areia, com suposições que jamais se sustentariam de forma real”.

O juiz Elder Lisboa, garante sua associação, “tem reputação ilibada assegurada por sua conduta de décadas na magistratura paraense. Ademais, trilha um caminho singular como professor, mestre e doutorando em universidades europeias, sem registrar qualquer arranhão na sua história funcional”.
 
Ao invés de questionar o julgador do processo em que é réu, o senador deveria vir a público “esclarecer a nuvem negra que paira sobre sua administração no Poder Legislativo Estadual. Como explicar que uma empresa de tapioca faturasse desde o cafezinho até passagens aéreas na ALEPA? Que estagiários fossem transformados em servidores de maneira fictícia? E que o dinheiro público fosse tratado com tamanho descaso?”.

Ao procurar a imprensa, a intenção do parlamentar “não é de contribuir para o engrandecimento de instituições. Caracteriza clara tentativa de tumultuar a apuração para tentar escapar pela tangente”.

Das palavras à ação, a Amepa exigiu “investigação rigorosa dos fatos pelo Ministério Público, pela Corregedoria, pela Presidência do Tribunal de Justiça do Estado do Pará e pelo Conselho Nacional de Justiça”. Anunciou ainda que o juiz “colocará a disposição da investigação seus sigilos bancário, telefônico e fiscal”. 

Depois da divulgação da nota, o deputado Edmilson Rodrigues, do PSOL, informou da tribuna que o advogado Paulo Hermógenes, o suposto emissário do juiz, tem “relação de longa data” com Mário Couto, “inclusive, já fizera campanha para o senador no município de Muaná, no Marajó, onde sua mãe já foi prefeita e seu irmão é o prefeito eleito do município, Murilo Guimarães”.

Espera-se que providências necessárias para esclarecer a questão sejam adotadas cheguem ao fim, ao contrário do processo instaurado 20 anos atrás contra Mário Couto e outros chefes do jogo do bicho em Belém, que não teve desfecho.

O futuro da notícia

Por Luciano Martins Costa, no Observatório da Imprensa
 
A imprensa ainda discute as razões que levaram o empresário australiano Rupert Murdoch a encerrar as atividades do seu título The Daily, criado para circular apenas em tabletes digitais. A causa apontada pela maioria dos analistas foi a insuficiência de renda de publicidade para criar e manter uma nova marca no competitivo mercado de mídia. Nesse contexto, foi identificada também a dificuldade para captar receitas dispersas num mercado extremamente fragmentado e dirigir esses recursos para uma alternativa que se oferece apenas numa plataforma digital móvel. 

Na edição de quarta-feira (5/12), a Folha de S. Paulo traz uma entrevista curta da pesquisadora Amy Mitchell, que dirige o Projeto para Excelência em Jornalismo do Instituto Pew, que repete algumas opiniões bastante populares entre observadores do ambiente comunicacional. Mitchell está em São Paulo para participar do seminário MediaOn, designada para opinar no painel intitulado “Mobile: qual o futuro da notícia? 

O núcleo de seu ponto de vista é a aparente impossibilidade de obter com os meios digitais a mesma receita que é produzida pelos meios tradicionais, como os jornais impressos. No entanto, sabe-se que os meios impressos, embora ainda produzam uma receita maior, estão em claro declínio. 

Alguns pesquisadores chegam a declarar que em menos de uma década o número de leitores de jornais e revistas impressos vai cair bruscamente a um patamar tão baixo que o setor poderá entrar em colapso. Portanto, outros se surpreendem que uma iniciativa aparentemente inovadora, como um jornal exclusivo para tabletes eletrônicos, tenha tido uma vida tão curta. 

No caso do Daily de Murdoch, seria conveniente acrescentar a essas análises o fator negativo Murdoch. Esse é um nome que, definitivamente, não combina com inovação. E uma das características mais associadas aos leitores da nova geração é certa seletividade quanto ao valor moral das informações, uma vez que eles podem opinar imediatamente sobre qualquer notícia. 

Outro elemento que precisa ser considerado é o fato de que, no ambiente hipermediado em que vivemos, a construção das marcas não se faz da mesma forma como era produzida no contexto que ficou conhecido como cultura de massa, no qual as escolhas eram decididas exclusivamente entre as ofertas presentes num mainstream, ou uma corrente central de informação. 

Nesse cenário, que vem sendo transformado pelos novos meios, as marcas dependiam exclusivamente da ação da mídia de massa. Essa hegemonia era tão absoluta que conseguia abrigar até mesmo as ações contraculturais. 

O mundo ocidental ainda não superou o modelo de comunicação massiva, mas esse sistema convive com a realidade da hipermediação e sofre um processo de fragmentação provocado pela disponibilidade de meios menos centralizadores de comunicação e informação, o que reduz a efetividade da mídia de massa e tende, por consequência, a reduzir o valor percebido da publicização pelos meios tradicionais. 

Sabe-se, por exemplo, que o efeito de um anúncio na televisão é muito menor hoje do que era há apenas três anos, porque um número crescente de telespectadores divide sua atenção entre a tela da TV e o tablete ou smartphone, aproveitando para usar esses aparelhos justamente durante o intervalo comercial. Então, diria alguém, seria de supor que um jornal criado exclusivamente para tabletes digitais tivesse todas as condições para um futuro promissor? Não necessariamente, como demonstra a curta trajetória do Daily de Murdoch. 

O fim das mediações 

Primeiro, é preciso considerar que, para o papel ou para meios digitais, a produção e organização de notícias pelo processo tradicional representam um custo muito elevado. 

Segundo, é preciso questionar se o público buscado pela iniciativa do empresário australiano se enquadra no perfil das audiências típicas de seus jornais e suas emissoras de televisão, que representam o pior que o jornalismo pode oferecer em termos de qualidade ética. 

Por último, mas não menos importante, os debates sobre o futuro do jornalismo não têm enfrentado a questão central do fim das mediações centralizadas, como as conhecemos desde que a imprensa se tornou uma espécie de avalista dos valores comuns nas sociedades democráticas. 

O surgimento e expansão das mídias digitais tende a substituir os processos midiáticos por sistemas de relacionamento, o que implica mudança essencial na criação de cultura.

Estamos envoltos no maior fenômeno de mudança cultural vivido pela humanidade desde a invenção da roda. Murdochs não têm a menor importância.