quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Turista inglesa doente, deixada em Santarém por navio-cruzeiro, está sendo tratada em hospital público

A  Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), informou, nesta quinta-feira(15), que a paciente Joanna Magareth Kiln, 66 anos, deu entrada no Pronto Socorro Municipal (PSM), dia 7 de Janeiro e permanece internada no setor de reanimação.

A paciente é britânica e estava fazendo turismo na região quando passou mal, apresentando quadro pulmonar de dispnéia (falta de ar), tosse produtiva com febre associada. 

Joana era passageira de um navio de turismo que passou por Santarém, antes do carnaval. Ela foi encaminhada ao Hospital Municipal de Santarém pela tripulação do navio, que seguiu viagem para Manaus.

A turista realizou exames físico, de imagens e laboratoriais, sendo diagnosticada com DPOC (doença pulmonar obstrutivo crônica), cujo tratamento foi iniciado de imediato, com antibióticoterapia adequada.

Segundo a prefeitura, a turista continua recebendo atendimentos médico e de enfermagem, realizando o escalonamento do tratamento antibiótico, suporte semi-intensivo e cuidados gerais, apresentando, assim, melhora do quadro clínico. O estado geral é considerado bom, sem sintomas álgicos, sem dispnéia e sem febre.

A direção do HMS está em contato com o Consulado Britânico, que solicitou ao hospital um relatório sobre o estado clínico da paciente, o qual já foi enviado. A família também já foi localizada e vem mantendo contato com o HMS.

O setor jurídico da Prefeitura de Santarém, está cuidando da parte diplomática do caso.

( Com informações da Ascom/PMS)

Coma enquanto estiver bom

Roberto Smeraldi

Estudos concluem que as orientações atuais para a maioria dos produtos têm efeito indesejado - ou contribuem para o desperdício ou aumentam a insegurança sanitária

No futuro próximo, poderemos encontrar rótulos que recomendem “melhor comer após”. É o caso de alguns queijos e embutidos não fracionados, e que só têm a ganhar em qualidade se forem armazenados em condições adequadas por mais tempo. Ou de certos picles, méis e conservas, ou ainda de carnes que possam ser maturadas, inclusive dentro de uma embalagem.

Mas, em geral, a tendência é que deve passar a prevalecer, na maioria das rotulagens, o conceito do “coma enquanto estiver bom”, complementado por algumas dicas simples de boas práticas.

No último ano, pelo menos seis grandes estudos de abrangência internacional buscaram entender o real impacto das datas, fora a de produção, nas embalagens de comida. Ressalvadas as diferenças entre países, todos concluem que as orientações atuais para a grande maioria dos produtos – os não perecíveis – têm efeito indesejado. Por um lado, contribuem para parcela expressiva do desperdício, gerando em alguns países ou produtos até 50% da perda total. Por outro, acabam paradoxalmente aumentando a insegurança sanitária, ao confundir o consumidor: relativizam a importância de advertências mais peremptórias nos produtos altamente perecíveis.

Em países desenvolvidos, mais da metade dos consumidores não se atenta para a diferença entre os alertas. Há os que jogam fora tudo ao atingir qualquer data que conste da embalagem, enquanto os que perderam a confiança nas datas consomem até quando houver risco de contaminação por agentes patógenos. Como dizem, o tal do “best before” desmoralizou o “use by”.

No Brasil, pior ainda: nossa norma permite usar um leque de nove expressões diferentes que, como a data, são escolhidas por cada produtor. Assim, no mesmo produto, dependendo da marca, posso encontrar um “consumir preferencialmente antes de 30 de maio” ou um “vence em 30 de abril”. Confusão inevitável, prejuízos também.

O tema chega aos tomadores de decisão: legisladores alemães e californianos cogitam a eliminação das datas, enquanto a indústria privada entendeu que é melhor se antecipar às leis: 400 das principais empresas do mundo, reunidas no Consumer Goods Forum, acabam de assumir prazo até 2020 para adotar novos padrões globais. E, principalmente, passar a tratar o consumidor como adulto.

Isso significa orientá-lo sobre fatores que influenciam tanto sobre a qualidade quanto sobre a segurança. Mais impactantes são as variáveis como tecnologia de embalagem, ambiente em que o produto é estocado antes e pós-venda, sua exposição a temperatura, luz e umidade, sua proximidade com produtos fora da embalagem, assim como os cuidados de conservação após a abertura da embalagem. Os estudos concluem que etapa essencial do cozinhar é aquela de aprender a rotina de uma análise visual, olfativa e tátil do ingrediente. Outra é a de recomendar de forma simples, no rótulo, as melhores práticas para conservar aquele produto.

A tecnologia de embalagem pode contribuir a diminuir o desperdício e aumentar a segurança: é o que aponta a experiência da Noruega, que reduziu em mais de um quarto a carne fresca que vai para o lixo após a adoção de um gás com menos oxigênio na embalagem de atmosfera modificada. Alta adição de oxigênio mantém viva a cor vermelha da carne, mas reduz sua vida útil. Pior, faz aparecer o tom marrom, durante o cozimento, em temperatura mais baixa: confunde assim o cozinheiro sobre o nível de cocção, o que pode resultar em menor segurança.