quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Emater convoca aprovados em concurso público

Mais 30 técnicos agrícolas, classificados no último concurso, acabaram de ser convocados pela Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado do Pará (Emater). Os editais foram publicados nos dias 17 e 21 de dezembro no Diário Oficial do Estado do Pará. Os profissionais têm 30 dias para se apresentar. Eles estão sendo lotados nos quatro polos regionais em que a Emater atua: Belém, Marabá, Altamira e Santarém.

Os editais de convocação podem ser consultados no site www.ioepa.com.br.


Naufrágio: Marinha desloca navio e helicóptero para local do acidente

Um helicóptero da Marinha, baseado em Manaus, já está em Monte Alegre dando suporte às operações de busca aos desaparecidos no naufrágio do barco Almirante Barroso.

O comando do IV Distrito Naval, em Belém, deslocou um navio para o serviço de remoção do barco, que está adernado às margens do rio Amazonas.

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Atualização as 14h28:

A delegacia da Marinha em Santarém confirma o resgate do corpo da décima vítima do naufrágio do barco Almirante Barroso.

Atualização as 11h08 (25/12):

Já foram confirmadas 14 mortes no naufrágio. O corpo de uma mulher continua desaparecido no rio Amazonas.

Após nota do Blog do Estado, Pro-Saúde confirma greve dos médicos no Hospital Regional

A Direção do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará – Dr. Waldemar Penna informa que o Corpo Clínico desta unidade decidiu em assembleia paralisar parcialmente os atendimentos à população a partir desta terça-feira, dia 22 de dezembro, em virtude do atraso no pagamento da remuneração do mês de novembro, que deveria ser paga até o dia 20 de dezembro.

Ontem (22), o Hospital Regional recebeu da Secretaria de Estado de Saúde Pública – SESPA um repasse que não foi suficiente para o pagamento integral e imediatamente repassou o equivalente a 50% da remuneração em atraso. A SESPA informou ao Hospital Regional que efetuará um novo repasse nos próximos dias, que seria suficiente para efetuar o pagamento do restante da remuneração.

A Direção do HRBA reuniu-se com uma comissão representativa do Corpo Clínico e foi informada que a paralisação deverá permanecer até que a remuneração seja paga de forma integral.

Desta forma, ficam suspensos serviços como consultas ambulatoriais, exames, novas internações e cirurgias eletivas. Não houve paralisação nos serviços de UTIs, hemodiálise, oncologia, atendimentos emergenciais (exames, cirurgias e internações), como também na assistência aos pacientes já internados. A Direção do HRBA informa que todas as demais equipes estão trabalhando normalmente.

O Hospital Regional aguarda que essa situação seja resolvida e que todos os serviços estejam com suas atividades normais o quanto antes.

Santarém, 23 de dezembro de 2009.
Dr. João Batista Alves Júnior
Diretor Técnico-Médico
Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará – Dr. Waldemar Penna
Pró-Saúde

Papai Noel sofre com o calor em Santarém

Mesmo com o calor insuportável, e bem longe da realidade tradicional natalina do sul do país, algumas lojas em Santarém continuam investindo em contratar o "bom velinho" para ajudar nas vendas. Atraindo as crianças e conseqüentemente os pais.
Henrique Moraes, que desde 1992 é animador de festa, palhaço (farofa) profissional, há quatro anos vem trocando a fantasia nesta época do ano e se transformando em Papai Noel para garantir uma renda extra. O jovem que trabalha no comércio também participa da programação oficial do município. Ele reclama do calor e do incômodo da roupa e da barba, mas diz que vale a pena, pois consegue faturar algo mais, cobrando R$ 100,00 por apresentação e assim garante um fim de ano melhor.

Mas em relação aos incômodos da roupa e do calor, ele diz ainda que existem alternativas, como não ficar por mais de três ou quatro horas com a roupa, sempre há um tempinho pra parar, tirar um pouco e hidratar, se não a jornada acaba por não ser cumprida corretamente. Para que tudo dê certo, o Papai Noel permanece sempre próximo ao ar condicionado.

A loja que o contratou diz que as pessoas ainda não entraram no clima natalino, mas esperam que isto aconteça a partir desta sexta-feira, com a maior proximidade da festa, pois esta é a esperança dos comerciantes. Os lojistas não enxergam outras alternativas para deixar o Papai Noel com um ar mais amazônico, pois só assim o publico se ente atraído, é diferente e incomum.

Preços e tradição ditam cardápio da ceia de Natal

Da Redação:

Mesmo com a queda dos preços de produtos que compõem a ceia natalina em relação ao ano de 2008, as famílias santarenas sentem no bolso os altos custos da ceia de natal e procuram alternativas para diminuir os gastos. Segundo a FGV, Fundação Getulio Vargas, a ceia de natal do brasileiro terá este ano uma redução de 17% nos preços dos produtos classificados como complementos da ceia, notadamente os importados, mas esse cardápio pode ainda estar longe dos sonhos de consumo da maioria das famílias.

Enquanto existem famílias que procuram manter a tradição, outras famílias não estão muito preocupadas com a ceia tradicional, ou por falta de costume ou por economia. Alguns usam dos itens típicos amazônicos para a realização de sua ceia alternativa e justificam que o mais importante é estar reunido em família. No caso da família dos Oliveira a ceia é temática, eles se reúnem todos no sitio, trocam presentes, fazem o culto, e abusam de alimentos típicos do interior, como a galinha caipira, por exemplo, fugindo dos altos custos dos produtos natalinos, mas não deixando de confraternizar.

Já na ceia da família Viana tem que ter o peru, mas os demais complementos são alternativos, o preço é um dos fatores que fazem com que a família fuja do tradicional, mas também muitos na família não são adeptos a gastronomia tradicional natalina. Esta tem sido uma opção de muitas famílias santarenas, uma ceia mais regionalizada e que possa agradar ao paladar de todos que encontram-se na mesa.

Alguns ainda são adeptos a uma ceia tradicional. As famílias Sá e Amaral que se reúnem todos os anos para a tradicional ceia, não dispensam o peru e as frutas em sua mesa, mesmo com os custos altos as mulheres da família que sempre ficam encarregadas das compras e dos preparos dizem que ainda vale a pena um investimento maio pra reunir a família, mas também não dispensam alguns itens não tradicionais, itens mais regionalizados. Outra família adepta a ceia clássico são os Feitosa que costumam se reunir diante da mesa para uma ceia farta e tradicional, onde não pode faltar as frutas, o panetone, o peru, o pernil e claro a oração e a troca de presentes. E, para que a ceia seja assim a família costuma economizar e dividir os gastos.

Os principais produtos são encontrados nos supermercados da cidade com uma faixa de preço muitas vezes razoável, mas como justificaram muitas famílias, pelo fato de serem muitos familiares reunidos a quantidade tem que ser grande e acaba saindo dispendioso.

O panetone preferido das crianças pode ser encontrado entre R$ 5,89 e R$ 30,99, já o pernil o quilo sai em media de R$ 8,49, enquanto a media do preço do peru pode ser encontrado até de R$ 8,90 o quilo, e entre as frutas a mais cara são as nozes que não saem menos de R$ 51,00 o quilo, passo pelo damasco que pode ser encontrado por R$ 20,00, até chegar a alternativa mais em conta, as frutas cristalizadas que não saem mais de R$ 4,73 o quilo. Mas não podemos esquecer as uvas (R$ 7,99 Kg), as passas (R$ 19,00 Kg), o bacalhau (R$ 29,00 Kg) e o Chester (R$7,99 Kg).

Autonomia na tela da Tv Liberal

Lúcio Flávio Pinto

Nem parece que a TV Liberal e o jornal O Liberal pertencem ao mesmo grupo empresarial. A mesma linha editorial é que eles não seguem. O jornal dos Maiorana fez o possível e o não recomendável para reduzir o significado da cassação do prefeito Duciomar Costa: colocou a primeira notícia no pé da primeira página e a partir daí só abriu o noticiário com a posição do alcaide. Chegou ao cúmulo de denunciar na primeira página, como delito penal, o que foi um ato de improvisação dos membros da mesa da Câmara Municipal: abrir a sala para dar posse (embora indevida) ao novo prefeito, José Priante, do PMDB, aquele que foi sem ter sido.

Já a TV Liberal vem fazendo uma campanha de matérias sobre aquilo que se transformou em caso de calamidade pública: o serviço de saúde em Belém. As culpas abrangem os três segmentos do governo (federal, estadual e municipal), mas a ênfase tem sido nos postos municipais. Todos os dias há situações escabrosas para relatar sobre o descalabro no setor – e a TV Liberal está presente. Como se fez bem presente à cobertura do cassa-não-cassa de Duciomar. Um contraste brutal com o que sai (e, em especial, com o que não sai) nas páginas dos jornais impressos da família Maiorana, que começou a cobertura não anunciando o fato (a sentença do juiz), mas a defesa do prefeito.

Como explicar o paradoxo? Simples: os Maiorana continuam a mandar na administração e nas finanças da sua emissora de televisão, mas quem dita as regras sobre a cobertura jornalística é Álvaro Borges, o jornalista deslocado de Minas Gerais para atuar como interventor na redação da TV Liberal. Até um tempo atrás essa intervenção branca se limitava às pautas da rede. Estendeu-se depois à cobertura local. E agora atinge também os investimentos necessários para que os jornalistas tenham boas condições de trabalho: câmeras, carros, equipamentos e agora até um helicóptero.

De moto próprio, os Maiorana se recusavam a cumprir integralmente o esquema de aplicações cobrado pela Rede Globo. Quando o atendiam, era parcialmente. A emissora esteve próxima do sucateamento algum tempo atrás. Mas a direção da Globo endureceu e, baseada no faturamento que proporciona aos afiliados, por conta de sua esmagadora liderança no mercado nacional, e para conter a sangria de receita, destinada a outras mídias, exige qualidade, que se tornara matéria escassa no balcão de negócios da Liberal.

Agora as ordens de cima têm que ser cumpridas. Tanto para dar credibilidade ao noticiário da emissora, fazendo-o aproximar-se da realidade e assim se libertar da pasteurização a que fora submetido pelo excesso de matérias recomendadas (pelo departamento comercial ou pelo totem do chefe), como também para melhorar o aprumo formal das reportagens, que falhavam por causa do uso de equipamentos defasados ou saturados.

A completa atualização da TV Liberal ao padrão Globo desafiava a liquidez da empresa, sem recursos próprios para bancar todas as despesas necessárias. Mas o Jardim Botânico não pretende condescender: a afiliada que arranje os recursos para responder aos desafios. A alternativa não é romper o contrato de afiliação, o que nunca esteve em pauta, desde que Romulo Maiorana tirou a representação de Roberto Marinho da TV Guajará, da família Lopo de Castro, na metade da década de 70 do século passado. O risco pode ser o aparecimento de um grupo – com disposição e capital – que se apresente para assumir o negócio, com uma oferta vantajosa para todos.

Portal da floresta (Veja on line)




A floresta recua e, às margens
do Rio Tapajós, surgem as praias
de Alter do Chão, uma surpresa
no coração do Pará

Leonardo Coutinho

Fotos Luiz Braga

Caribe na Amazônia: Alter do Chão tem areias branquinhas e as águas azuis do Tapajós, o rio-mar que de uma margem não se vê a outra

Pode ser alguma coisa no ar, na linha do horizonte, no calor que gruda na pele, na paisagem. Quem desembarca pela primeira vez em Belém do Pará faz uma série de constatações imediatas: está no Equador, o mar a sua frente é um rio, a imensidão verde da floresta chega até ali pertinho, suas referências do que é o Brasil precisam de várias adaptações. E Belém pode ser a base para uma experiência amazônica diferente, uma espécie de iniciação à floresta, com as praias de rio a seu redor, a exótica Ilha de Marajó quase na outra margem e, mais adiante, a melhor incursão de todas, Alter do Chão.

Para quem traz na mente as imagens convencionais da Amazônia, chegar a essa vila de pescadores, a 35 quilômetros de Santarém, é um espanto. Primeira surpresa, as águas do Tapajós, o mais bonito dos rios da Região Norte. Mornas e cristalinas, são de um azul intenso, que lembra o mar. Essa Amazônia de ares caribenhos se completa com mais de 30 quilômetros de praias de areia macia, branquinha. De uma margem do rio não se vê a outra – um efeito tão impressionante que os primeiros navegadores europeus, há mais de 400 anos, provavam de suas águas para ter certeza de que não era salgada.



Mercado de carnes, Belém: estruturas vindas da Europa no auge da "era da borracha" são restauradas em projeto que pretende devolver à cidade o antigo esplendor

A melhor época para visitar Alter do Chão é no verão amazônico, de julho a dezembro, quando a ausência de chuvas amplia a faixa de praia. É nessa época também que a modesta indústria turística local oferece mais opções de lazer: aluguel de caiaques, pranchas de windsurfe e de equipamentos de mergulho, todos artigos raros na baixa temporada. Na primeira quinzena de setembro, a vila lota com cerca de 100.000 pessoas que vão assistir ao sairé, uma festa regional que mistura elementos religiosos e lendas locais. Seguindo o modelo de outra festa amazônica, a da Ilha de Parintins, a população e os turistas lotam o sairódromo para acompanhar a luta entre o boto-cor-de-rosa e o cinza, o tucuxi. Saindo de Alter, os melhores passeios são de lancha, até praias desertas, como Aramanaí, Pindobal e Muretá – esta, enfeitada por um lago de águas verdes no meio da floresta, habitado por piranhas e jacarés. De volta à vila, no fim da tarde, a natureza oferece um programa obrigatório: a quinze minutos de lancha, na entrada da enseada que banha Alter do Chão, dezenas de botos, nadando em pares, sobem e voltam a mergulhar, alimentando-se dos peixes que usam o local para se reproduzir.

Para chegar a Alter, viaja-se uma hora de avião de Belém a Santarém (há vôos diários) e mais meia hora (35 quilômetros) de táxi ou carro alugado. Neste último caso, deve-se encher bem o tanque em Santarém, tendo em mente que na vila não existe posto de gasolina – nem táxi, nem agência bancária, nem caixa automático. A opção mais ousada é ir de barco. São 150 reais por pessoa em camarote duplo, com banheiro, ar-condicionado e o direito de contar, depois, aventurescas histórias de navegação no rio-mar. A duração da viagem também é amazônica: sessenta horas.


Ver-o-Peso: com suas torres e armações de ferro, o mercado tricentenário vende de tudo um pouco em barracas coloridas e é o cartão-postal de Belém

O sabor indígena: ingredientes amazônicos dão o tom exótico da culinária paraense, em que se destacam o pato no tucupi, o tacacá e a caldeirada (foto) de peixe

Na ida ou na volta, a revitalizada Belém é parada obrigatória. Metrópole da Amazônia no auge da extração da borracha, apelidada de "Francesinha do Norte" pela influência da França na arquitetura e no modo de vida dos novos-ricos do século XIX, a cidade está sendo reconstruída a partir do que restou de quase 100 anos de abandono. Em abril foi reinaugurado o Theatro da Paz, que teve suas pinturas e peças de madeira no estilo belle époque recuperadas. Na onda de reformas, até o tricentenário Mercado do Ver-o-Peso ganhou nova pintura, barracas padronizadas e um espaço mais arejado e limpo. São, ambos, parte da série de obras iniciadas três anos atrás, com a instalação da Estação das Docas, um complexo de lojas, restaurantes e teatro na zona portuária da cidade, onde galpões de aço trazido da Inglaterra há mais de um século receberam paredes de vidro, ar-condicionado e iluminação especial. Lá é um bom lugar para provar a culinária paraense, a mais autenticamente indígena do país, carregada no tucupi, um molho de cor amarelada feito de manipueira, o suco extraído da mandioca. Pratos obrigatórios: pato no tucupi e tacacá, este uma mistura servida em cuia do mesmo molho com camarão, goma de mandioca e temperos. Quem prova não esquece.



(Para acessar o site dos hotéis, clique nos estabelecimentos sublinhados)

Alter do Chão

Hospedagem

Uma opção sossegada é o Belo Alter (fone: 527-1247, 91 reais), novinho em folha e afastado do centro da cidade. Os apartamentos têm móveis simples, mas comodidades raras por lá, como ar-condicionado e TV. O acesso é por estrada de terra (menos de 1 quilômetro até a vila), sem iluminação. A Pousada Alter do Chão (fone: 527-1215, 25 reais) é para quem enfrenta qualquer parada – os quartos, com paredes de tábua, são mobiliados com nada além de uma cama e um ventilador.


DDD
O DDD da região é 93

Belém


Hospedagem

O Hilton Belém (fone: 0800-780888, diária de 380 reais) segue o padrão hotelão de rede, fica em frente ao Theatro da Paz e é considerado o melhor hotel da cidade. Oferece dois restaurantes e serviços compatíveis com o preço que cobra. O Beira Rio (fone: 249-7111, 98 reais), às margens do Rio Guamá, é ponto de partida para passeios de barco pelo rio. Já o Manacá (fone: 223-3335, 75 reais), instalado em uma casa numa região central, é simples, sem luxos, mas simpático – mais parece uma pousada e é tão escondido que até os taxistas têm dificuldade de localizá-lo.


Restaurantes
A restaurada Estação das Docas é o superendereço gastronômico de Belém, com quase uma dezena de restaurantes, que servem quase tudo, entre paredes de vidro com vista para a bela Baía de Guajará. As opções vão da comida regional à japonesa. O mais conhecido local para provar a saborosa e exótica comida paraense é o Lá em Casa (fone: 223-1212). Seu carro-chefe é o pato no tucupi.

DDD
O DDD da região é 91

Naufrágio: 9 corpos encontrados

Com o resgate do corpo de um menino de 11 anos, sobre para 9 o número de vítimas do naufrágio do barco Almirante Barroso.

Naufrágio: Superlotação

Ivan Lopes deixou um comentário sobre a postagem "Naufrágio: 5 corpos encontrados, 94 sobreviventes ...":

Naufrágios na região amazônica é tão corriqueiro que deveria não ser mais notícia. Se fosse um avião, certamente a imprensa nacional e internaciona estaria brigando para ver quem faria mais "furos" de reportagens.

As informações dão conta de que a referida embarcação estaria superlotada. suspeitei desde o início, mas serão as autoridades que vão fazer essas conclusões. Cadê as autoridades responsáveis que deixam esses barcos partirem com excesso de mercadorias e passageiros?

Se tivessem morrido 100 pobres, ainda assim, tal fato não comoveria as nossas autoridades, a não ser às vésperas das eleições, pois seriam 100 votos. É lamentável.

A morte por ganância

Antenor Giovaninni(*)

Quem é de fora, realmente estranha ao observar junto a orla da cidade aquele sem número de barcos ancorados a espera de cargas e passageiros. É o nosso ponto de ônibus para diversos destinos que margeiam nossos rios.
Como um exército de formigas lá vão eles chegando.
Os passageiros com suas malas, seus pertences, suas esperanças, seus ânseios, seus problemas, suas saudades.
Por outro lado outro exército de homens fortes e suados carregando nos ombros mercadorias para diversos destinos.
Todos são alojados.
Uns mais , outros menos apertados.

Chama atenção as centenas de redes esticadas ao longo dos barcos onde a grande maioria dos passageiros irá se acomodar até seu destino final.
Ao cair da tarde, lá vão eles já cheios de saudades mas ansiosos pela chegada no destino.
Mas, muitos deles no "olhômetro" dão a certeza e a sensação que estão acima do limite permitido. São muitas pessoas aglomeradas num dos pisos dos barcos.
Mesmo assim ele segue viagem.
Suas luzes desaparecem no horizonte pela imensidão do rio.
O aceno de muitos, o choro e o abraço de despedida ficam na beira na espera de ver o barco sumir nesse infinito.

No destino, o oposto. Mãos e olhos atentos no aguardo de entes queridos que muitas vezes fazem anos de distância e de saudades. A espera é agoniante, mas vale o sacrificio.
Os carregadores ajeitam seus carrinhos a espera da encomenda prometida.
Os ambulantes ajeitam suas guloseimas a espera da clientela que irá em breve desembarcar. É a féria do dia .
O tempo passa. As horas avnçam e o barco não chega.
A espera se transforma em sofrimento. A angustia se torna alflitiva.
Informações desencontradas. Pode ser que o barco quebrou.

Alguém chega com a noticia que ninguém quer ouvir e acreditar.
O barco virou. O barco afundou. O barco bateu e afundou. A tragédia aconteceu.
O chôro compulsivo pedindo a Deus pelo salvamento e pelo resgate.
Quem pôde se salvar, salvou. Quem pôde ser resgatado, o foi. Quem não conseguiu, é o fim.
Muitas vezes à espera de anos ao invés de chegar correndo, saltitando, sorrindo ao seu encontro para abraçá-lo, beijá-lo, dizer que lhe ama, que estava com saudades,
se tranforma apenas um corpo coberto por um lençol e a espera da identificação.
A irresponsabilidade de um, de dois, de alguns simplesmente destroem a vida de muitos por um punhado de dinheiro a mais.

O que era um sonho se transforma apenas num retrato na sala da casa e uma dor eterna e profunda no meio do coração que rasga a alma numa súplica de saudades.

O rio irá continuar seu destino, ora aguas mansas, ora revoltas, os homens da mesma forma irão continuar gananciosos a explorar suas travessias, conscientes que nada irá lhes afetar, nada irá lhes acontecer, porque quem morreu não foram eles, quem deioxu de viver não foram eles e nem seus parentes, o que importa na próxima viagem é faturar mais que a viagem anterior.

Trin-Trin próxima parada Santarém ...


(*) Aposentado e morador em Santarém.