segunda-feira, 1 de junho de 2009

Em reunião reservada, oficiais baixam a lenha no governo

Do Espaço Aberto:

A coluna “Repórter 70”, de O LIBERAL, publicou a seguinte nota:

PM
Insatisfação

Há uma insatisfação em curso na Polícia Militar que afeta do comandante-geral ao soldado raso. Os coronéis, por exemplo, temem ir para a reserva porque levarão apenas a merreca de R$ 5 mil como vencimento. O desconforto foi colocado na mesa, com pesadas críticas ao governo, em reunião na manhã de terça-feira. Segundo os militares, o governo não respeita o pagamento do adicional de inatividade e da interiorização e nem incorpora o DAS da função de Secretário de Estado.


Agora surgem mais detalhes da reunião.
O encontro foi no auditório do Comando Geral da Polícia Militar.
Estavam presentes quase todos oficiais da PM que servem em Belém.
O que se ouviu foi um tsunami de críticas à governadora Ana Júlia, que é a comandante suprema da PM.
Várias críticas ácidas foram feitas em relação à postura dela para com os policiais militares.
Entre as críticas, a de que os direitos dos PMs não estão sendo respeitados, principalmente quando passam para a inatividade.
É o caso do adicional de inatividade, da interiorização, da incorporação dos DAS pelos oficiais, da função de secretário de Estado, que hoje não está sendo concedida aos comandantes gerais que vão para a reserva – como o coronel Luiz Ruffeil - e da diferença de aumento salarial entre praças e oficiais.
Mencionou ainda que o Igprev, que é do governo do PT, desrespeita os direitos dos militares.
Quem autorizou a reunião, segundo apurado pelo blog, foi o próprio comando geral da PM. Um coronel, pelo menos um, baixou a lenda no governo do Estado.
Na sequência, um major, na condição de representante da Federação das Associações de PMs, também detonou a governadora. Disse que de todas as reivindicações feitas ao governo do Pará não obtiveram a resposta sequer de uma delas.
Todos os discursos foram bastante acalorados.
Nenhum oficial ligado a PT que estava presente à reunião teve a coragem de defender o governo atual, entre eles o tenente-coronel Puty, primo do chefe da Casa Civil, Cláudio Puty.
A sensação que ficou é a de que o próprio comandante-geral, coronel Luiz Dário, e seu subcomandante não estão mais nem aí mais para o governo do Estado, muito menos os oficiais ligados ao partido, uma vez que permitir uma reunião dessas dentro da corporação - e ainda mais com a convocação de todos os oficiais da capital - serviu para mostrar o descontentamento geral da tropa com a governadora Ana Julia.
Se na PM, cujos oficiais precisam – até mesmo por respeito à hierarquia – ser mais contidos, imaginem então como não estará o índice de insatisfação em outros escalões do governo.

Seffer não escapa

O juiz Eric Peixoto deve concluir este mês o processo de crime de pedofilia contra o ex-deputado Luiz Seffer.

O magistrado deve prolatar a setença até o fim deste mês.

A conferir.

Lúcio Flávio Pinto: O estado da selvageria


Já estava saindo para a jornada matutina quando apareceram na tela as imagens do assassinato de um cobrador de ônibus no Rio de Janeiro. Vários assaltantes entraram no veículo, limparam os passageiros e já saíam quando um deles se virou e sem qualquer alteração na fisionomia ou nos movimentos atirou no peito do cobrador, que mexia descontraidamente em alguma coisa na mesinha atrás da qual estava sentado, sem qualquer sinal de agressividade ou nervosismo. A bala penetrou perto do seu coração e de imediato sua cabeça tombou. Ele morreu na hora.


Voltei, sentei e fiquei olhando para a tela em estado de choque. Veio outra imagem de assalto, agora em São Paulo. Assaltantes invadiram a loja de conveniência de num posto de gasolina, pegaram mercadorias nas prateleiras e tiraram o dinheiro que havia no caixa. A funcionária permaneceu imóvel, em pânico. Os jovens saíam quando um deles se virou e atirou na cabeça da moça, que caiu morta.


Não sei de quantos minutos precisei para retomar a minha rotina. Encostei-me ao sofá e fiquei olhando para o aparelho de televisão enquanto tentava respirar fundo e sair da catatonia. Na verdade, eu estava revoltado, indignado, horrorizado. Minha vontade era gritar para o governo pegar bandidos com esse grau de selvageria, trancafiá-los num cubículo de concreto, jogar as chaves fora e deixá-los à míngua para o resto das suas vidas. Sim, porque eles não têm o menor respeito pela vida, deles ou dos outros. Nem seria o caso de respeito: de consideração por esse patrimônio único e insubstituível, o mais valioso que temos.


São animais desprovidos da distinção humana. Com o agravante de que não se guiam pelos instintos, como os não humanos. Se agissem assim, não matariam. Qual a ameaça que o cobrador, na primeira situação, e a caixa, na segunda, representavam para os bandidos? Instruídos a não reagir de maneira alguma, deixando os agressores em total liberdade, eles permaneceram inertes diante dos assaltos, integrados ao enredo determinado pelos criminosos. Nem assim conseguiram salvar suas vidas. Mais do que mortos, foram abatidos – sem culpa, sem dó, sem piedade. Alguém que ainda preserva dentro de si o senso da dignidade reage querendo fazer a justiça de Talião, ou, no mínimo, tentar a mais severa e implacável das punições dentro da ordem legal brasileira, que exclui a pena de morte.


Como a sociedade pode e deve agir diante de agressores que nada temem, nem a própria morte, e que superaram até a lógica da delinqüência porque agem por impulsos já dissociados dos instintos de preservação, por brutalidade ou suscetibilidade patológica? Já não se pode nem prever situações-limite, a partir das quais eles se comportarão fora dos padrões e das expectativas. É o irracionalismo absoluto, o horror em grau máximo.

Há anos venho pensando a respeito. Em parte, por motivação pessoal. Tenho um sonho recorrente (e, felizmente, espaçado), no qual sou morto por um guri de rua drogado, que atira quando tento convencê-lo de que nada ganhará com isso. Mas, sobretudo, por exercício de cidadania. Acho que a única solução (fora do “salve-se quem puder e o Estado é meu e me defendo com esse poder”) terá alguma coisa a ver com a idéia de começar a acompanhar o eventual futuro criminoso desde a infância, através de um assentamento ou ficha do seu comportamento na escola.


Pode parecer que essa vigilância é um passo para o Grande Irmão de George Orwell, ou já sua personificação desde a origem. Há uma forma de evitar esse mal. Até o primeiro crime, o objetivo desse acompanhamento é ajudar a criança (depois, o adolescente até a maioridade civil) e sua família a enfrentar suas próprias crises. Todas as anotações e as atitudes da autoridade (pública ou particular, conforme a escola) seriam feitas exclusivamente por psicólogos e pedagogos. Por ninguém mais.


As escolas seriam obrigadas a manter equipes capacitadas a fazer esse acompanhamento e elas, por sua vez, receberiam supervisão constante, através de circuitos de crítica e consistência entrecruzados, de tal forma a manter sempre a diretriz desse projeto: evitar que a sucessão de impactos na formação do ser humano o despeje da vida saudável para um círculo de criminalidade.


O que entender por “saudável” nesse contexto? A preservação da capacidade de decisão da pessoa, de autodeterminação, referenciada por critérios éticos e morais coletivos e por uma integridade individual. Por isso é que a ficha ou assentamento seria ferramenta o trabalho de aconselhamento e intervenção em família, fazendo seus membros dialogarem e se visualizarem diante das questões, das quais muitas vezes fogem.

O Estado, não como uma engrenagem monolítica ou centralizada, mas como um organismo múltiplo, arejado pela crítica interna e os vários níveis de controle, empregaria todos os recursos da ciência da personalidade e da formação social para ajudar as crianças e os adolescentes, como seres isolados e enquanto estrutura familiar, a pelo menos ter a condição de identificar as situações, diagnosticar as ameaças e poder encontrar um caminho próprio, no rumo da autonomia.


No curso da realização desse acompanhamento seria fortalecido tanto o conhecimento das pessoas quanto do poder público. Se, apesar de todos os esforços feitos para preservar a sanidade do cidadão, ele se desviar para o crime, a ficha de informações sobre a sua vida servirá de referencial para a análise da sua posição numa outra circunstância, a do crime. Já então o policial terá uma retaguarda para avaliar, quando possível, o grau de imponderabilidade de uma ação preventiva ou repressiva, sem que se instaure o estado de completa selvageria. É para evitar que o darwinismo social que se estabelece diante dos nossos olhos chocados, mas impotentes, se torne irremediável, dando outra cercadura à famosa frase de Luís XIV: depois de mim, o dilúvio.

Nem a igreja escapa


A fotógrafa Lila Bemerguy registrou esta imagem em sua viagem no trecho Santarém-Juruti.

O rei sol

Depois de trê dias seguidos de amanhecer chuvoso, no céu de Santarém brilha o astro-rei.

Exclusão de Belém: Nota oficial do governo do Pará


Sob o título abaixo, esta é a manifestação oficial do governo do estado do Pará sobre a exclusão de Belém como uma das sedes da copa do mundo de 2014:
Nem sempre quem joga melhor vence o jogo 

O município de Belém e o Estado do Pará recebem a exclusão de Belém
entre as cidades sedes da Copa 2014 com tristeza. Tudo que o Governo do
Estado do Pará e a Prefeitura de Belém poderiam fazer foi feito. Nosso
projeto para receber a Copa 2014 foi considerado, por especialistas, o
terceiro melhor entre as dezessete cidades candidatas. Estivemos
presentes nas etapas de seleção e cumprimos todas as exigências impostas
pela Fifa.

Belém está estruturada para sediar mega eventos. Sua localização
geográfica facilita o acesso através de todos os meios de transporte. O
Círio de Nazaré, anualmente, reúne mais de 1 milhão de pessoas. Só em
2009, a cidade recebeu mais de 100 mil pessoas de todas as partes do
mundo, no Fórum Social Mundial; e o GP de Atletismo, que anualmente traz
para Belém os melhores atletas do mundo, arrasta milhares de
expectadores ao nosso Estádio Olímpico.

Ao deixar Belém de fora, a Fifa não levou em consideração os critérios
técnicos, a tradição e a paixão do povo paraense pelo futebol, que gera
uma das mais elevadas rendas nos jogos do campeonato brasileiro. Temos
um dos melhores estádios do país, que precisa de apenas 25% de obras de
adaptação para cumprir os critérios técnicos dos organizadores do
evento.

Leia mais aqui, na Agência Pará

Xô, Coca-Cola

Aos paraenses,

Todos nós sabemos da incompetência dos nossos políticos.
Eles maltratam o Pará há décadas, buscando apenas benefícios próprios.
Mas desta vez foram longe demais.
Foi uma derrota humilhante que Belém do Pará sofreu pra Manaus na escolha das subsedes da Copa 2014.
Manaus não tem estádio, comunicações, infraestrutura e nem tradição de futebol.
No entanto, venceu a disputa.
Há muito que a FIFA deixou de ser uma entidade técnica e respeitada para ser uma entidade suspeita, que faz acordos e conchavos políticos de ocasião.
Desta vez, não foi diferente.
Repudiemos a incompetência do governo do Estado e da prefeitura de Belém.
Mas repudiemos, sobretudo, todos nós paraenses, a COCA COLA.
A COCA COLA é patrocinadora oficial da FIFA, portanto, dá as cartas na entidade.
Essa empresa multinacional que muito fatura à custa do Pará foi a responsável por comandar o lobby para a escolha de Manaus como subsede da Copa.
É lá que a Coca Cola tem uma das suas maiores fábricas no mundo, embora seja em Belém e no Pará que fature alto com o consumo de suas bebidas.
Basta!
Mandemos a COCA COLA pra PUTA QUE O PARIU.
Essa empresa traiu o PARÁ.
A Coca Cola já sabia o resultado com antecipação, tanto que bancou para Manaus um mega show do Jota Quest na vigília do anúncio do resultado.
Bebamos qualquer outra coisa, menos Coca Cola.
Vamos dar um basta pra esses governos de Anas e Dudus, a dupla incompetente que comanda esse infeliz estado e essa infeliz cidade.
Mas vamos, sobretudo, dar um BASTA à COCA COLA, a empresa que traiu o Pará.
Comece hoje mesmo a boicotar os produtos dessa empresa.

Atenciosamente,

Comitê em Defesa da Honra e da Vergonha dos Paraenses.

(Enviado por Tito Barata)