quarta-feira, 16 de junho de 2010
Santarém na fotosfera
Arco-íris emoldura o céu de Santarém, no final da tarde de hoje.
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Foto: Miguel Oliveira
Zebra passeia em território espanhol
E surgiu a primeira zebra da Copa. Vem com a marca de ferrolho suíço. Apontada por muitos como a principal favorita ao título na África do Sul antes de a Copa começar, a Espanha começou o torneio de maneira vexatória. Nesta quarta-feira, os atuais campeões europeus foram surpreendidos pela Suíça e perderam por 1 a 0, no estádio Moses Mabhida, em Durban, fechando a primeira rodada do Mundial. Com o resultado, os suíços dividem a liderança do grupo H com o Chile, ambos com três pontos. Os chilenos venceram Honduras por 1 a 0, com grande atuação principalmente no segundo tempo e perdendo muitos gols.
A Suíça ainda detém uma marca impressionante: a equipe não leva gols em Copas desde a derrota por 3 a 0 para a própria Espanha em 1994, nos Estados Unidos. O time não disputou as Copas de 1998 e 2002 e foi eliminado em 2006, na Alemanha, sem sofrer um único tento – e também sem marcar nenhum. Contra a Fúria, o time fez o que é sua especialidade: fechou-se lá atrás e não permitiu brechas a Xavi, Torres e Iniesta, que não tiveram talento para furar o bloqueio. Na próxima rodada do grupo H, a Espanha terá pela frente Honduras, no dia 21, às 15h30 (horário de Brasília), em Johanesburgo. A Suíça, por sua vez, encara o Chile no mesmo dia, às 11h, em Porto Elizabeth.
Mototáxi mais barato no dia do aniversário de Santarém
Mas a prefeita ainda não conseguiu convencer o sindicato das empresas de ônibus a praticar tarifa da domingueira no dia do aniversário da cidade.
Justiça bloqueia verbas para obrigar governo do estado a reformar 6 escolas em Santarém
O poder judiciário de Santarém, em sentença da juíza Betânia de Figueiredo Pessoa, determinou o bloqueio de um milhão e seiscentos mil reais das contas do Estado, que devem ser usados na reforma de seis escolas do município. A decisão atendeu ao pedido do Ministério Público do Estado de Santarém, uma vez que o governo estadual descumpriu a medida liminar que determinou a reforma nas escolas. O valor já está bloqueado e deve ser retirado da verba destinada à propaganda institucional do Estado
Há cerca de um ano o MP, por meio do promotor de justiça Hélio Rubens Pinho Pereira, ingressou com ação civil pública pedindo a reforma imediata nas escolas Álvaro Adolfo , Plácido de Castro, Olindo Neves, Nossa Senhora de Guadalupe, Gonçalves Dias e Frei Othmar. O estado recorreu da decisão e conseguiu suspender a multa. Porém, a obrigação da reforma continuou, sem que nada fosse feito após quase um ano da medida liminar.
Por esse motivo o MP ingressou com o pedido de bloqueio da verba, cuja destinação será definida de acordo com a situação de cada escola. A juíza solicitou ao Corpo de Bombeiros que no prazo de 30 dias, encaminhe laudo conclusivo sobre as condições dos prédios, para assim definir a destinação do valor, o que deve ser feito em audiência judicial.
Em sua sentença, a juíza ressalta a gravidade do descumprimento da ordem judicial pela governadora Ana Julia, no que diz respeito à reforma das escolas. Ao longo desse ano, audiências de conciliação foram realizadas, liminares foram deferidas “e nada foi feito pelo réu”, afirma a juíza.
A decisão diz ainda que “não estamos tratando de conforto, tecnologia ou adequação das escolas ao que há de mais moderno em gestão escolar”. E ainda: “estamos falando de escolas que desabam, pegam fogo, ventiladores que caem na cabeça de alunos, aulas que são realizadas debaixo de mangueiras, escolas interditadas pelo corpo de bombeiros”. Por esses fatos, a juíza conclui que a situação é extrema, podendo afirmar na linguagem popular que ´”é um caso de vida ou morte”.
O promotor de justiça Hélio Rubens considera a decisão uma vitória do MP de Santarém, e lembra que o mérito da ação continua, e o Estado ainda pode sofrer outras penalidades.
Concurso do Incra
Com base em relatos, mensagens e matérias na imprensa, o Incra solicitou ao Cetro, em caráter de urgência, um relatório detalhado sobre a aplicação das provas em todas as cidades.
A ideia é mapear as ocorrências e a extensão dos problemas e, em seguida, adotar medidas que assegurem a integridade do processo seletivo. O Incra também pediu ao instituto que publicasse nota de esclarecimento e mantivesse os candidatos informados sobre as providências que estão sendo tomadas para reparar os prejuízos.
Vagas e remuneração
Para o concurso são oferecidas 480 vagas de nível superior, com remunerações iniciais entre R$ 3.713,74 e R$ 4.598,80, além de 70 oportunidades de nível médio, cuja remuneração é de R$ 2.254,64. Os valores estarão vigentes a partir de 1º de julho de 2010, em função do reajuste aos servidores do órgão garantido pelas leis 11.090/05 e 10.550/02.
Força de trabalho
Após o término deste novo concurso, o Incra concluirá o preenchimento de 2.736 vagas, de níveis médio e superior, somente nos últimos sete anos. De lá pra cá, foram realizados três concursos, em 2003, 2005 e o que está em andamento.
'Enrolation" e 'embromation' da Celpa
Antenor Giovannini:
Há pelo menos 25 dias escrevi um e-mail para Ouvidoria da Celpa com cópia para Ouvidoria da ANEEL a respeito dos sérios problemas de energia que o estabelecimento quer gerencio (Doces e Festas Giovannini) sofre diariamente.
Repentinas quedas com retorno acelerado de energia causando queimas de placas e até de no-breaks. Ou ainda, pipocos de subidas e descidas fazendo com que os no-breaks mais parecem pipoqueiras. Sem contar com constantes cortes provocando perdas de clientes.
Hoje recebi uma resposta da Celpa confirmando que existem sérios problemas na rede que me atende e que dentro de 15 dias irão corrigi-los para que tais problemas sejam sanados.
Vamos esperar mais esses 15 dias antes de se pronunciar novamente.
Lamento, mas papel aceita tudo. Quero ver na prática.
Entrevista com Maria do Carmo
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Maria diz que não há acordo com associação dos moradores do Aeroporto Velho quanto ao terreno de 25 hectares, na avenida Moaçara, que o SPU devolveu ao município. Lá, a PMS quer construir 2.600 casas populares. O projeto da associação é construir 500 casas naquele terreno.
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Prefeita volta a ameaçar empresas que não entregam no prazo obras de recapeamento asfáltico e PAC. Diz que só espera até o dia 2 de julho. Caso as obras não recomecem, a PMS vai rescindir os contratos. Aliás, essa ameaça não é novidade. Há um mês, Maria afirmou a mesma coisa.
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Bagunça na orla. A prefeita Maria do Carmo pede paciência aos transeuntes do cais de arrimo. Diz que até o dia 30 de junho vai efetivar o comando da secretaria de organização portuária e que vai aumentar a fiscalização para que a desorganização da parte comercial da orla diminua.
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Cemitério. Prefeitura vai desobstruir alamedas tomadas por túmulos nos cemitérios N.Sa. dos Mártires e São João Batista. Proprietários de sepulturas serão convocados. Quem não comparecer perderá seus direitos. Será construído um ossuário para receber os restos mortais.
Sob a marca da eficiência cega
Gerson Nogueira:
Quando um técnico usa o termo eficiência para definir a meta da Seleção Brasileira numa Copa do Mundo há algo de muito estranho no ar. Saísse da boca do treinador do Paraguai, do Uruguai ou mesmo da Coréia do Norte a frase seria absolutamente normal. Compreensível até, diante das carências de suas equipes.
Não é o caso do Brasil, um país que frequenta Copas desde que o torneio foi inventado e tem por hábito se apresentar bem. Não só vencendo, mas jogando bola. Mas esse conflito entre a tradição nacional e as crenças do técnico da Seleção é por demais conhecido. Estamos cientes, há quatro anos, da filosofia do técnico Dunga, um cultor do futebol de resultados.
Nesse sentido, a estreia brasileira não poderia ter sido mais coerente com seu comandante. Futebol taticamente pobre, previsível e sem alternativas para superar um adversário limitado, que se manteve sempre em duas linhas de quatro homens, com o objetivo de dificultar as ações do time favorito e mais qualificado. O problema é que, como ocorre de vez em quando, a equipe inferior aos poucos foi ganhando consistência, à medida que o bicho-papão não conseguia se impor. Eram tantos passes laterais nos primeiros 20 minutos que deu sono.
Kaká, Elano e Robinho, os mais acionados, não conseguiam completar uma jogada sequer. No único instante em que levantou a torcida com a possibilidade de uma pedalada, Robinho foi mal auxiliado por Kaká e a bola se perdeu pela linha de fundo.
É bem verdade que Robinho seguiu insistindo. Tentou voltar ao meio-campo quando percebeu que a bola nunca o alcançava lá na frente. Caiu pelos lados, tentando jogar com Maicon, aproveitando o recuo dos marcadores norte-coreanos. E até buscou chutes de média distância diante da impossibilidade de entrar na área. Só não fez o que todo mundo queria ver: a persistência nos dribles como forma de furar o bloqueio adversário. Como quase todos que estão sob as ordens de Dunga, Robinho sabe que não pode ousar muito. Está atento aos ensinamentos do mestre, que enaltece os eficientes, mas não aplaude molecagens (no bom sentido) em campo.
Pela própria formação e histórico profissional, Dunga admira o futebol marcado e repetitivo como um bate-estaca. Tudo que foge ao programado é imediatamente visto como desorganização. A surpresa, virtude fundamental num esporte tão aberto a variáveis, não é exercitada pelo time brasileiro. Contra times mais modestos, o Brasil se apequena, desaprende tarefas banais, como investir nas tabelinhas rápidas para confundir os defensores. Esquece até do feijão-com-arroz para jogos de forte marcação: buscar esticar o jogo até a linha de fundo para abrir defesas.
Em determinado momento, olhando o jogo lá do alto das tribunas do Ellis Park, o desenho exposto no gramado era curioso e engraçado: oito norte-coreanos em formação quase militar formando uma parede contra oito brasileiros que não conseguiam sair da armadilha. Seleções de nível não se atrapalham com tão pouco. Usam a velocidade e a pressão ofensiva para provocar erros e demolir esquemas fechados. O Brasil de ontem à noite não teve recursos para isso. E talvez a explicação esteja no baixo rendimento de seu meio-campo, onde Kaká é a referência e não se apresentou com o brilho que uma estrela de seu porte deve ter.
Elano, que é apenas eficiente, como defende Dunga, foi quem mais tocou na bola em toda a partida. Acabaria premiado com o segundo gol, depois de um passe precioso de Robinho, que incorporou a persona de meia clássico e encaixou uma bola que nenhum dos armadores em campo conseguiu em toda a partida. Pena que tenha sido uma tentativa solitária. Se repetida, poderia ter permitido mais facilidades à Seleção.
O gol da Coréia do Norte, nos instantes finais, foi justo na medida em que evidenciou a obstinação da equipe, que se tornou mais confiante a partir do pálido primeiro tempo brasileiro. O gol, ao mesmo tempo, permite ver com clareza os pecados do time de Dunga. Se o placar fosse 2 a 0 pareceria um resultado cômodo e tranquilo para um jogo que esteve longe de estar sob total controle. Há muito a fazer para avançar na Copa e os treinos fechados soam como piada diante da ausência de jogadas e do desentrosamento entre os jogadores.
Uma falsa torcida em verde-amarelo
Quem chegou cedo ao Ellis Park, ontem, observou a chegada da torcida brasileira em bom número, mas não em quantidade suficiente para preencher 54 mil assentos de arquibancada. A explicação talvez esteja na saída encontrada pelo comitê organizador da Copa: distribuição de ingressos para escolas e associações sul-africanas, que fazem com que muitas pessoas possam ter acesso aos jogos, sem ter que desembolsar 400 euros por um bilhete. O problema é que, de uniforme verde-amarelo, os “torcedores” locais parecem brasileiros, mas aplaudem qualquer jogada perigosa, contra ou a favor do Brasil. E, obviamente, usam as vuvuzelas a todo instante, o que ensurdece todo mundo no estádio e acaba sendo conveniente para abafar vaias, como a da torcida brazuca de verdade no final do primeiro tempo.
Fica para a próxima Copa
Em entrevista ao repórter Giuseppe Tomaso, da Rádio Clube, na tumultuada passagem pela “zona mista” depois da partida, o atacante Robinho não deixou de registrar seu carinho pelo paraense Paulo Henrique Ganso. Disse que espera estar com o talentoso meia na próxima Copa do Mundo. Desejo que não é só dele, a levar em conta a opinião da maioria dos jornalistas (até estrangeiros) que viram o Brasil estrear e saíram frustrados com a ausência de talento na meia-cancha.
Todos de olho na Fúria
Depois que o Brasil desceu para os vestiários do Ellis Park firmou-se uma convicção entre os jornalistas que cobriram a estreia. A Copa ainda não teve seu grande jogo e não surgiu a seleção francamente favorita ao título. Esperava-se que fosse a brasileira, pelas expectativas que sempre cercam o time canarinho, mas a atuação irregular e pouco convincente baixou o entusiasmo. A partir de agora, as atenções se voltam para a Espanha, cantada em prosa e verso pelos craques que tem. Hoje, a Fúria encara a Suíça, sob os olhares ansiosos de todos que sonham em ver um futebol bem jogado.
Dunga
Ao que parece esse moço é doente e não sabe. Não temos amigos jornalistas esportivos, não comungamos com a postura da grande maioria deles e por isso estamos à vontade para, parodiando a forma de falar da juventude, dizer que esse moço, que foi galgado à condição de técnico da seleção brasileira, “se acha”.
O que se observa de suas falas é que em todas as respostas sempre há um amargor, uma frustração, uma necessidade de dar uma resposta para alguém e, o que é sintomático, de que ele está acima do bem e do mal e que as demais pessoas são lixo.
Que há jornalistas esportivos intoleráveis não há como se negar. Que há repórteres a procura de sensacionalismo barato é inconteste. Que há jornalistas esportivos burros e que buscam uma pergunta em cima de uma resposta dada apenas para dizer “estou aqui” para suas empresas, também é verdade. Porém, como em toda regra, há exceções. No entanto, para esse cidadão não é assim e todos estão colocados no mesmo balaio. Todas as perguntas são idiotas e merecem respostas idiotas, como foi o caso de sua “coletiva” de hoje, em que ele falou de coisas absolutamente fora do contexto da Copa do mundo, simplesmente porque ele e seu papagaio de pirata chamado Jorginho, também acham.
Pior ainda é que, talvez em razão de sua capacidade intelectual se nivelar com o que foi sua capacidade como jogador, vale dizer, nenhuma, esse cidadão não tem discernimento para visualizar que, mesmo sendo uma pergunta cretina, há milhões de telespectadores assistindo, gente que curte futebol, curte o esporte, a Copa e sua sedução. Por conta disso ele poderia tentar dispor dessa pequena luz no cérebro para tentar dar uma resposta não ao repórter imbecil que fez a pergunta, mas ao público em geral de forma mais inteligente possível, coisa convenhamos que ele não tem.
Trata-se de um ex-jogador que teve uma carreira pífia apesar de ter jogado em inúmeros clubes brasileiros e no exterior. Sagrou-se campeão do Mundo, é verdade, em 1994 numa seleção medíocre, num campeonato medíocre em que a sorte bafejou para o Brasil através de pênaltis onde Bággio teve a gentileza de chutar para fora a chance da Itália de continuar buscando aquele campeonato. Seleção tão medíocre que dependeu dos pênaltis e esse moço em sendo capitão teve o privilégio de receber a taça. E dominado por sua estupidez, sua ignorância, sua total imbecilidade, sua falta sensibilidade para com a posição que circunstancialmente ocupava como atleta, expôs ao mundo, a si e ao país que representava, ao ridículo: ao invés de um agradecimento pelo feito, soltou um sonoro palavrão pego pelas câmeras do mundo:”... essa porra é nossa” ... Coisa de gente séria e que hoje faz ar de entendido, de inteligente.
De há muito deixei de me interessar pela seleção exatamente porque o espírito do esporte se esvaziou por completo. Copa do Mundo é uma “guerra” em que você tem que ter orgulho em “defender” seu País e ganhar o título porque sabe o quanto vale para o sofrido povo brasileiro. Mas, os milhões de reais que são gastos para “proteger” soldados de papel, e depois “recompensá-los” por uma eventual vitória, deixam claro que o espírito esportivo morreu. A mim não há a preocupação sobre se é Pedro, João que está em campo, mas, isto sim, o espírito de seleção. Isso é que deveria predominar Esse discurso sem eco desse cidadão com cabelo militar e que se acha acima do bem e do mal é apenas capa de fundo para que numa eventual derrota se consiga dizer que tudo foi feito de acordo com as regras, mas nem sempre as regras deixam acontecer.
Que saudades de um Júlio Botelho convocado para uma Copa do Mundo e que recusou pelo fato de não estar jogando no Brasil e com isso estaria tirando o mérito daqueles que aqui jogavam Hoje esses moços nem sabe quem foi Julio Botelho e estão muito mais preocupados com seus umbigos, seus bolsos e suas promoções pessoais.
(*) Aposentado e morador em Santarém
Alma penada no São Raimundo
Editor-chefe de O Estado do Tapajós
Tem gente que não se manca mesmo.
Pensa que, por ser um alpinista social, estamos nós, os escribas esportivos, a lhes render homenagem que só faz jus em sua mente megalomaníaca.
Trata-se do pernicioso André Cavalcante, que tenta a todo custo voltar ao noticiário esportivo pelas portas do fundo, distribuindo uma carta, mais para ópera-bufa, se queixando da cobertura dispensada ao São Raimundo após a desclassificação do time da Copa do Brasil.
Esse irresponsável é o único culpado pela perda dos pontos do Pantera do jogo contra o Botafogo, em Santarém. Depois disso, o time entrou em derrocada e esse energúmero, irresponsável que só ele, ainda ousou anunciar solenemente que se afastava do clube.
Agora, quando pensa que a poeria sentou, eis que resurge o mesmo André para tentar enganar os incautos, tomando as dores de outrem, embora lhe falte autoridade moral para falar em nome do Pantera.
Que fique claro, por derradeiro, que André Cavalcante é um aproveitador que só pensa em tirar vantagem pessoal do São Raimundo.
Tê-lo de volta significa repetir os erros de uma gestão amadora e irresponsável.
Fica aqui o aviso à diretoria. Com um cavalo-de-Tróia do quilate de André, o Pantera não precisa de adversário, dentro e fora do campo.
A ciranda do 366
Parsifal Pontes:
A novela do 366 deu meia volta: a governadora Ana Júlia vetou os incisos II e III, e o § 2º do Art. 6º da lei que autoriza a tomada do empréstimo.
Os 51% destinados a repasses diretos aos municípios, e os 11,5% destinados a emendas parlamentares foram mantidos.
Ao manter os recursos destinados aos prefeitos e às emendas de deputados, o governo espera domar a onça: não terá os prefeitos no seu calcanhar e os deputados poderão abrir os ouvidos às ladainhas de justificação.
Os incisos vetados determinam ao governo aplicar um percentual dos empréstimos em obras que constam em dois anexos, retirando do governo a carta branca que ele desejava.
Caso o veto seja mantido, o governo terá R$ 137 milhões para aplicar onde e como quiser: um verdadeiro paraíso financeiro em época eleitoral.
O veto ao § 2º do Art. 6º, remove da lei a determinação de não usar o recurso destinado a um município que não esteja apto a receber o seu quinhão, poupando-o para repasse assim que o município se habilite ao depósito.
Com isto o governo pretende alcançar, para uso ao seu bel prazer, o dinheiro que um município deixará de receber por inadimplência.
Não é tarefa fácil rejeitar um veto governamental, devido à imposição legal de que isto só é possível por maioria absoluta.
Os vetos, todavia, dão mais um exemplo do nulo valor que o governo empresta aos compromissos que assume e revela a intenção que o mesmo sempre teve de não desejar especificar a aplicação do empréstimo a ser tomado.
Sempre foi dito ao governo que, caso este não concordasse com as planilhas de obras, que ele trouxesse a sua especificação à lide para apreciação e aprovação: o que o parlamento não desejava era aprovar a autorização sem detalhamento de aplicação.
O governo se recusou a trazer as planilhas e, ao cabo, concordou com as que estavam postas: ao receber o projeto aprovado, vetou-as.
As razões do veto, embora eu não as tenha ainda lido, e por isto não posso emitir juízo a respeito, não devem convencer nem beata a rezar três ave-marias.
Malas desaparecerem do interior de barco da linha Juruti-Santarém
Ruy Néri:
Os passageiros que viajaram no barco Comandante Marinho que saiu do porto de Juruti no sábado, 12, com destino a Santarém, nunca estiveram tão arrependidos de ter pego essa embarcação. Segundo informações registradas na delegacia de Polícia Civil e na delegacia da Capitania dos Portos de Santarém, nada menos que onze malas e outros objetos, como tênis, bolsas, sandálias, etc, sumiram da referida embarcação em plena viagem.
Conforme os relatos a embarcação saiu do porto de Juruti às 19 horas, como de praxe; até chegar em Óbidos as pessoas estavam conversando e alguns tomando uma cerveja no bar do barco. Após passar pelo porto de Óbidos, os tripulantes apagaram as luzes a fim de que os passageiros pudessem dormir. Foi quando as bagagens começaram a sumir. Quando se aproximava de Santarém, por volta de 4 horas da madrugada de domingo, alguns passageiros sentiram falta de suas malas e deram alarme.
No mesmo momento as pessoas prejudicadas procuraram o comandante da embarcação para fazer a reclamação e receberam como resposta de que a responsabilidade não era dele e sim dos passageiros. Depois de muita pressão, o gerente do barco Comandante Marinho, autorizou uma revista geral no barco, mas nenhuma das malas surrupiadas foi encontrada. Os passageiros acionaram a polícia que esteve no porto da praça Tiradentes quando a embarcação atracou, mas as malas não apareceram nem os culpados.
Os passageiros, indignados, procuraram a delegacia de Polícia Civil onde registraram um Boletim de Ocorrência e na segunda-feira pela manhã foram até a Capitania dos Portos. Nenhuma das vítimas aceitou a publicação de seu nome temendo represálias, mas a maioria afirmou que vai até as últimas conseqüências para reaver seus pertences, jóias e dinheiro que estavam junto com as malas que foram roubadas.
Segundo um dos passageiros que estavam no barco e que não teve sua bagagem roubada porque dormiu em cima de sua bolsa, as malas só podem ter sido jogadas no rio porque foi feita uma busca em todos os compartimentos da embarcação e nada foi encontrada. Os passageiros lesados desconfiam de que uma quadrilha esteja infiltrada na tripulação dessa embarcação porque é muito estranho que sumam onze malas de uma só vez. Uma das vítimas perdeu todo dinheiro que tinha recebido da firma onde trabalha em Juruti e ficou apenas com a rede e a roupa do corpo.
Os passageiros prejudicados dizem que querem providencias por parte da polícia e da Capitania dos Portos porque entendem que uma situação como essa não pode ficar sem solução. Para eles, providências urgentes precisam ser tomadas sob pena das pessoas não viajarem mais nessas embarcações onde os responsáveis não assuem compromissos com os passageiros.