Ruy Néri:

Os passageiros que viajaram no barco Comandante Marinho que saiu do porto de Juruti no sábado, 12, com destino a Santarém, nunca estiveram tão arrependidos de ter pego essa embarcação. Segundo informações registradas na delegacia de Polícia Civil e na delegacia da Capitania dos Portos de Santarém, nada menos que onze malas e outros objetos, como tênis, bolsas, sandálias, etc, sumiram da referida embarcação em plena viagem.

Conforme os relatos a embarcação saiu do porto de Juruti às 19 horas, como de praxe; até chegar em Óbidos as pessoas estavam conversando e alguns tomando uma cerveja no bar do barco. Após passar pelo porto de Óbidos, os tripulantes apagaram as luzes a fim de que os passageiros pudessem dormir. Foi quando as bagagens começaram a sumir. Quando se aproximava de Santarém, por volta de 4 horas da madrugada de domingo, alguns passageiros sentiram falta de suas malas e deram alarme.

No mesmo momento as pessoas prejudicadas procuraram o comandante da embarcação para fazer a reclamação e receberam como resposta de que a responsabilidade não era dele e sim dos passageiros. Depois de muita pressão, o gerente do barco Comandante Marinho, autorizou uma revista geral no barco, mas nenhuma das malas surrupiadas foi encontrada. Os passageiros acionaram a polícia que esteve no porto da praça Tiradentes quando a embarcação atracou, mas as malas não apareceram nem os culpados.

Os passageiros, indignados, procuraram a delegacia de Polícia Civil onde registraram um Boletim de Ocorrência e na segunda-feira pela manhã foram até a Capitania dos Portos. Nenhuma das vítimas aceitou a publicação de seu nome temendo represálias, mas a maioria afirmou que vai até as últimas conseqüências para reaver seus pertences, jóias e dinheiro que estavam junto com as malas que foram roubadas.

Segundo um dos passageiros que estavam no barco e que não teve sua bagagem roubada porque dormiu em cima de sua bolsa, as malas só podem ter sido jogadas no rio porque foi feita uma busca em todos os compartimentos da embarcação e nada foi encontrada. Os passageiros lesados desconfiam de que uma quadrilha esteja infiltrada na tripulação dessa embarcação porque é muito estranho que sumam onze malas de uma só vez. Uma das vítimas perdeu todo dinheiro que tinha recebido da firma onde trabalha em Juruti e ficou apenas com a rede e a roupa do corpo.

Os passageiros prejudicados dizem que querem providencias por parte da polícia e da Capitania dos Portos porque entendem que uma situação como essa não pode ficar sem solução. Para eles, providências urgentes precisam ser tomadas sob pena das pessoas não viajarem mais nessas embarcações onde os responsáveis não assuem compromissos com os passageiros.