quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

O luar de Santarém

Foto: Miguel Oliveira. 08/12/2011.

Jantar santareno em Belém


Petronilio e Laura Oliveira receberam em seu apartamento em Belém no dia 06/12/2011 os  casais Paulo Ivan e Suely, Gumercindo  e Elza, Antenor Madeira e Ana para um jantar de confraternização a base de pirarucu, camarão, caranguejo e muita música, revivendo os tempos de Santarém e do Colégio Dom Amando.

E o dia seguinte ao plebiscito?": Contraponto de Evaldo Viana

Contraponto de Evaldo Viano ao artigo de Lúcio Flávio Pinto "E o dia seguinte ao plebiscito?":

Caro Lúcio Flávio,


Desnecessário tecer comentários a respeito do respeito e admiração que tenho por você e sua vastíssima obra, que é, aos meus olhos, tanto jornalística quanto literária.
Mas, sem desdouro e apreço pela sua obra e o que ela me inspira, estou no dever de apontar algumas incorreções no seu artigo "E o dia seguinte ao Plebiscito", mais especificamente no que se refere à sua opinião (sem absolutamente nenhum fundamento) de que o Estado do Tapajós nasceria com uma Receita modesta e se veria em sérias dificuldades para honrar suas despesas.
É equívoco grave de sua parte. Nesse ponto você não pesquisou, não se aprofundou na matéria e emitiu opinião desprovida de valor jornalístico e, mais ainda, sem nexo com a realidade.
Em relação a esse assunto, a viabilidade financeira do Estado do Tapajós, escrevi dois artigos estimando, com fulcro na Constituição Federal e legislação correlata, as nossas receitas em mais ou menos R$ 3,6 bilhões.
Note que ninguém contestou minhas projeções, a não ser pela negação oca e vazia.
Bem poderia você referir-se ao estudo do economista do IPEA, Rogério Boueri, que fixou, de maneira irresponsável e atabalhoada, nossas receitas em R$ 1,1 bilhão.

Esse não conta, não é digno de crédito, não vale sequer ser mencionado. Basta uma espiadinha na página da Secretaria do tesouro Nacional, consultando o repasse do FPE e verás que NENHUM Estado das regiões Norte, Nordeste e centro Oeste (aos quais a LC 62/89, com fundamento na CF/88 reserva 85% do bolo que esse ano será de R$ 60,0 bilhões) receberá em 2011 menos de R$ 1,2 bilhão. Só isso basta para desmoralizar o cálculo (atinente As receitas) do confuso economista.
E veja você que os critérios (de hoje e de sempre para manter o comando constitucional) serão inexoravelmente os que mais adequadamente promovam o equilíbrio socio-econômico entre as unidades federativas, o que significa destinar um bolo proporcionalmente maior aos mais populosos e de menor renda per capita.
O Tapajós será muito populoso? Não. Temos apenas 1.167.000 habitantes.
Temos a menor renda per capita? SIM. Graças ao abandono e desassistência de poder público estadual ( não apenas), hoje temos a menor renda per capita do Brasil.
Somando-se o FPE com as receitas próprias chega-se ao montante de R$ 3,6 bilhões e veja que se dividirmos essa valor pela nossa população chega-se a uma receita (estadual) per capita de R$ 3.084,83, muito superior à do Pará, hoje em pouco mais de R$ 1.648,00.
Tente imaginar Lúcio Flavio, o que não será possível fazer pela nossa região com recursos dessa monta? Imagine podermos aumentar o efetivo das polícias civil e militar e melhor remunerar nossos policiais! Pense no que esse estado pode significar na área de saúde, na possibilidade de atração de médicos em número suficientes para os 27 municípios, em particular para os 12 onde não sequer um desses profissionais! Pense nos investimentos possíveis na área da educação! Imagine podermos contar com 1 juiz/promotor/defensor/
delegado para cada grupo de 10.000 habitantes, quando hoje, na mais generosa das hipóteses, temos uma relação de um para cada grupo de 50.000 ou 60.000 habitantes!
É certo que vais nos perguntar sobre o perfil ou padrão de políticos que espreitam os cargos que serão criados com a criação do Tapajós. E respondo: Têm o mesmo fenótipo e genótipo dos políticos do Pará
E mesmo assim, vale a pena lutar pelo Tapajós? SIM. Com o queijo próximo, os hamsters estarão mais ao alcance de nossas vistas.
Bom, talvez seja pedir muito, mas reflita com mais vagar sobre a viabilidade financeira do Estado do Tapajós e, ao final, constatado o equívoco em que sua pena incorreu, estenda-nos a mão com um pedido de desculpas e aceite o nosso abraço pelo reconhecimento do seu valor e da inestimável contribuição da sua notável obra jornalística.