segunda-feira, 26 de maio de 2008

Naufrágios - Há saída para essa “esperança trágica”?

Manuel Dutra*
Do Site Pará Negócios

Este artigo, ou crônica, eu publiquei no dia 2 de novembro (coincidência de data?!) de 2005, no Diário do Pará. Como na Amazônia as recorrências são uma desgraça, tudo se repete – os dramas humanos se atualizam, mas não desaparecem – resolvi republicá-lo, como se o fato aí descrito e comentado não fosse diferente dos naufrágios mais recentes ao longo dos nossos rios. A seguir, o texto original:
E eu nunca tinha usado salva-vidas ...
Foi no dia 7 de julho do ano passado, às 11h20, entre Juruti e Parintins, ali pelos limites do Pará com o Amazonas. Foi a primeira vez que encarei a indesejável necessidade de fazer alguma coisa de imediato para não morrer. Interessante que não entrei em pânico e, quando tomei consciência de que precisava de um salva-vidas, só restavam três peças perto de mim. Peguei uma ao mesmo tempo em que outras mãos em desespero agarravam as outras.
Foi também a primeira vez que me vi dentro de uma situação a que só assistira em filmes, ali dentro daquele mini-Titanic adernando depois de bater num banco de areia, a plena velocidade de 28 milhas por hora, quatro a cinco vezes mais veloz que um barco convencional.
É uma dessas lanchas modernosas, chamada “Dona Regina”, levando 180 passageiros e 11 tripulantes, acomodados no salão principal e nos dois outros salões menores acima e abaixo do maior.
O piloto errou o caminho e, em vez de seguir pela margem direita do rio Amazonas em direção a Parintins, entendeu de disparar para a imensidão daquela baía amazônica, uma das partes mais largas do grande rio. Larga e necessitando de tripulantes que conheçam as armadilhas de seus escassos canais.
Com outras pessoas, ajudei a segurar as pernas de uma mulher que se jogava por uma janela e, com outros dois passageiros, começamos a gritar para as pessoas se afastarem do lado da lancha que estava a um palmo de ser tomada pela água.
Começaram a se movimentar para o centro do salão e a “Dona Regina” parou de adernar. Aí percebemos pratos quebrados, pessoas caídas no chão liso pela comia esparramada, gente ensangüentada, desmaiada, desespero.
Para mim, tudo aconteceu quando eu acabava de entregar o prato do almoço ao comissário (carrinhos no corredor, ar condicionado, como nos aviões) e apanhara o livro de Armand Mattelart, “A globalização da comunicação”, para continuar a leitura. Após o sufoco maior, por alguma razão, deixei de lado a página antes marcada e comecei a ler o livro de trás para a frente, quando Mattelart se reporta a Voltaire e aos iluministas. O trecho é este: “Um dia tudo estará bem, eis a nossa esperança. Tudo está bem agora, eis a nossa ilusão!”. E li as últimas letras do último parágrafo: “Nossa esperança deve abandonar qualquer possibilidade de salvação. É por isso que prefiro falar em esperança trágica”.
Sem botar essa coincidência na conta da metafísica, indago a quem de direito (a quem, mesmo?) até quando os ribeirinhos da Amazônia continuarão assujeitados à irresponsabilidade e à não-punição de quem os mata nos rios como, mais uma vez, aconteceu com os passageiros do “Almirante Sergiomar”, no dia 30 de setembro passado, novamente perto de Parintins?
Na “Dona Regina”, muitos passageiros não conseguiram salva-vidas, porque essas peças estavam em sacos fechados no porão de carga. O grave acidente foi comunicado às Capitanias de Santarém, Parintins e Manaus, e o barco continua navegando sem que se saiba de alguma investigação.
Será que os pobres da Amazônia, necessitados do vital transporte fluvial, terão mesmo que “abandonar qualquer possibilidade de salvação?”, permanecendo ad aeternum na tragédia de uma esperança sem fim?
PS: 1) Ao chegar a Parintins, procurei a mídia e solicitei a um conhecido que telefonasse para a tal de Capitania dos Portos, em Manaus, relatando o fato. Ao que eu saiba, a “Dona Regina” continuou, ou continua (nunca mais o vi por nunca mais ter andado pelos rios) navegando. Só teria sido motivo de inquérito e notícia em rede nacional se tivesse tido muitos mortos e desaparecidos.
2) Desde a saída do porto de Santarém eu percebi que o piloto era um sujeito muito jovem e inexperiente (já naveguei por estes rios desde há décadas e, mesmo não sendo piloto, sei como não sê-lo). O piloto permitiu que a sala de comando, cheia de equipamentos, fosse invadida por dezenas de passageiros curiosos. O jovem piloto, em vez de prestar atenção para as regras de navegação, conversava e se entretinha com os passageiros, como se não estivéssemos dentro de uma bolha veloz, sobre um rio que exige muito preparo técnico e experiência de quem comanda embarcações.
3) As coisas mudaram de lá para cá? A repetição dos fatos diz que não. E as tais de Capitanias para que servem? Se tivessem mudado, os naufrágios e as centenas de mortes não estariam se repetindo. Mas ... como quem navega pelas beiradas dos nossos rios não usa gravata.... Se fossem passageiros como os do avião da TAM, em Congonhas, alguma medida seria tomada. Como parece estar sendo, no setor aéreo, onde viaja gente branca e de bens, especialmente entre Porto Alegre e São Paulo. Entre Santarém e Manaus, o que isso significa para motivar a ação do poder público e da “grande” mídia nacional?

* Jornalista

Amazônia Sustentável terá painel e oficina no dia 28 de maio

O desenvolvimento sustentável da Amazônia, será tema de um painel e de uma oficina na 10ª Conferência Internacional do Instituto Ethos, que se realizará entre os dias 27 e 30 de maio no Palácio das Convenções do Anhembi, em São Paulo. O painel temático “Desenvolvimento Sustentável da Amazônia” vai ocorrer no dia 28, das 11h30 às 13h30, com as presenças confirmadas de Beto Veríssimo (Imazon), Nelson Cabral de Carvalho (Petrobras), Orlando Lima(Vale), Julio Barbosa (Conselho Nacional dos Seringueiros), Roberto Waack(Amata) e Adriana Ramos (Instituto SocioAmbiental).
No dia 29, das 15h às17h, será realizada uma oficina intitulada “Contribuições das empresas para a sustentabilidade da Amazônia”.
Além do desmatamento e da ocupação ilegal de terras, a região tem muitos outros problemas. Entre os indicadores mostrados no relatório “O Estado da Amazônia”, publicado no ano passado pelo Imazon, verificou-se que: mesmo após a implementação de programas socioeconômicos, o índice dedesenvolvimento humano (IDH) mantém-se abaixo da média do País (0,75, sendo 0,798 o indicador nacional em 2006); o PIB regional é 40% inferior à média brasileira; os índices de violência são crescentes (a região abriga 60% dos assassinatos rurais cometidos no País, 43% dos conflitos de terra e 84% da área envolvida nessas disputas), entre outros.

PV reúne com o governo na quinta-feira

Em linha direta com o site, José Carlos Lima, presidente regional do PT, informa que a executiva do partido tem reunião marcada com Cláudio Puty para quinta-feira, dia 29, quando vai ser discutido o apoio ou não dos verdes ao governo Ana Júlia.
Zé Carlos admite que os dois deputados estaduais do PV já ouviram o canto da sereia.
Só a dupla, por enquanto, garante.
Mas deixa claro que, se por acaso o PV passar integrar a base do governo na Assembléia, este acordo não se estenderá às eleições municipais, onde o partido vai fazer as coligações que julgar mais convenientes aos verdes locais.

"Pai de santo"

O telefone 3523-2917 do Conselho Tutelar de Santarém está parecendo 'pai de santo'.
O aparelho só recebe ligações, mas os conselheiros não podem originar chamadas para órgãos assistenciais e nem para o fórum e polícia.

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto


Santareno na SPVEA

No dia 16 de maio de 1959, Elias Pinto fez sua primeira viagem ao Baixo-Amazonas depois de nomeado membro da Comissão de Planejamento e presidente da subcomissão de crédito e comércio da SPVEA (Superintendência do Plano de Valorização Econômica da Amazônia), a antecessora da Sudam, criada em 1953, com sede em Belém.
Primeiro esteve, por uma hora, em Monte Alegre, atendendo convite de amigos e correligionários. Depois seguiu para Santarém no barco "Souza Filho", cedido por seu proprietário, Isaías de Souza. Ao aproximar-se do trapiche de Santarém, a embarcação foi comboiada por várias outras. Quando atracou, às nove da noite, o político foi recebido por uma multidão de pessoas que se aglomeravam no local desde duas horas antes, ao som do Jazz Vitória Régia, de sirenes e de fogos.
Mas ao invés de se dirigir diretamente ao Bar Mascote, onde seria homenageado com um banquete de 60 talheres, Elias Pinto decidiu atender a "insistência do povo humilde que o foi receber": seguiu para a Praça Rodrigues dos Santos, "onde teve lugar um vibrante, embora improvisado comício", segundo o relato de O Jornal de Santarém (edição 964, de 23 de maio).
Falaram: Ronaldo Campos, em nome da juventude santarena; deputado federal Océlio de Medeiros, em nome do governador Magalhães Barata, "que se congratulou com o povo mocorongo pela investidura de um conterrâneo para tão importante cargo", e, "sob intensa salva de palmas", o próprio Elias Pinto, "líder do trabalhismo em todo o Baixo-Amazonas".
Em "vibrantes palavras", disse que seus adversários "julgavam-no derrotado porque o venceram numa eleição fraudulenta e facciosa [vencida no ano anterior por Ubaldo Corrêa], mas, entretanto, ali estava vitorioso, com possibilidades de ajudar o povo amigo e sincero de Santarém". Garantiu que "não trazia rancores e sim perdão para seus inimigos e atacantes, ao contrário do atual Prefeito, que, sabidamente, vinha e vem injustiçando alguns funcionários municipais, principalmente humildes e indefesas professoras, acusados do crime de simpatizantes" da sua candidatura. Afirmou estar inclusive disposto a colaborar com o prefeito adversário, "liberando e fiscalizando a aplicação de verbas da Valorização para a construção do porto da cidade e de escolas para a infância" da região.
Acompanhado de "grande massa popular", Elias Pinto retornou ao Bar Mascote, onde teve início o jantar, presente "o que Santarém tem de mais representativo". A homenagem durou até meia-noite, dela participando vários oradores. Primeiro, Epifânio Melo de Oliveira, que falou "da sinceridade e do desinteresse com que seus verdadeiros amigos que faziam aquela homenagem"; o jovem Ronaldo Campos, "mais uma vez em nome da juventude santarena"; Antônio Simões, em nome do Rotary Clube; Manoel Jesus Moraes, como representante da Associação Comercial do Baixo-Amazonas; deputado Océlio de Medeiros, como representante do governador, "que ressaltou a grande responsabilidade que o Sr. Elias Pinto arcava com sua investidura e a confiança que tinham os seus amigos de que S. Excia. saberia honrar a mesma, como até aqui vinha honrando todos os cargos públicos que havia ocupado". "Visivelmente comovido pelas manifestações", Elias Pinto agradeceu e disse que tudo faria pelo engrandecimento e progresso de Santarém e do Baixo-Amazonas.
No dia seguinte, domingo, uma comitiva "de pessoas amigas, logo engrossada por inúmeros admiradores", foi buscá-lo na casa de Dácio Campos, onde se hospedara, e levá-lo para nova homenagem: um churrasco "oferecido pelo povo" e realizado na esquina da rua Galdino Veloso com a Travessa 15 de Agosto. Ao som de uma banda de música, o grupo se dirigiu ao local da manifestação, "profusamente embandeirado e repleto de representantes do povo".
Nesse churrasco falaram Walter Matos, "oferecendo, em nome do povo, aquela manifestação"; Ismael Araújo, presidente do diretório municipal do PSD; deputado Océlio de Medeiros; e Elias Pinto, "que em rápidas palavras agradeceu a homenagem e anunciou a aliança PSD-PTB para a próxima campanha política estadual, em torno do Dr. Lobão da Silveira ao Senado da República".

Pacote de tarifas bancárias varia de R$ 3,00 a R$ 35,00

Gisele de freitas
Repórter


Clientes de bancos agora sabem quais taxas e qual valor mensal é descontado de suas contas. As principais agências bancárias da cidade já se adequaram às novas regras nacionais e estão oferecendo pacotes personalizados com preços e serviços que variam radicalmente entre bancos. Mas a medida ainda não está funcionando exatamente como o Banco Central previa. As novas regras foram criadas para facilitar a vida das pessoas que possuem contas em bancos e para estimular a concorrência, podendo o consumidor saber quais bancos apresentam as menores tarifas. Mas isto se tornou uma tarefa quase impossível, uma vez que cada banco oferece um pacote personalizado que contém algum tipo de operação a mais que os outros. Os pacotes nunca são iguais e os valores variam consideravelmente, de maneira que o consumidor pague mais ou menos em bancos diferentes, mas os pacotes também são diferentes.
Agências do Banco do Brasil, Caixa Federal e Banpará já disponibilizam em local visível relações para pessoas físicas e jurídicas com o valor de cada operação e também o pacote de serviços com taxa única que são obrigados a oferecer para cada cliente. As novas regras estão em vigor desde o dia 30 de abril deste ano, mas o Banco Central ainda está preocupado com agências que estão driblando as normas e cobrando o valor que bem entendem por pacotes e serviços.
A reclamação de que os bancos driblam as regras é a mesma em todo país. A reportagem de O Estado do Tapajós pesquisou os pacotes em três bancos diferentes e os preços variaram de R$ 3 a R$ 35,00 mas nenhum pacote é igual. Apesar do nome das operações serem completamente igual para todo país, como determinou o Banco Central, os pacotes não foram padronizados pelos bancos. Em Santarém, por exemplo, o Banco do Brasil oferece um pacote personalizado de tarifas por R$ 3,00 mensais, o cliente pode fazer renovação de cadastro a cada seis meses, recebe folhas de cheque e contra-ordem, pode solicitar um extrato mensal e mais um dos últimos seis meses que pode ser nos caixas ou via internet. O pacote ainda dá direito a realização de quatro saques por mês e transferências bancárias.
Na Caixa Econômica Federal, o pacote padronizado custa R$ 15,00 mensais. O cliente tem direito a fazer oito saques, solicitar quatro extratos mensais e dois do mês anterior, além de realizar quatro transferências em contas do mesmo banco durante o mês. Já o Banpará informa que não cobra taxas para realizar os serviços de compensações de cheques e para fornecer dois extratos mensais da conta corrente mais dois da poupança. O pacote padronizado do banco inclui os serviços gratuitos e custa R$ 35,00 mensais. Além destes serviços o cliente ainda tem direito a duas renovações de cadastros anuais, realizar oito saques por mês, retirar dois extratos do mês anterior e fazer quatro transferências entre contas do banco.
Todos os bancos informam que quando o cliente utiliza serviços além do pacote padronizado que já tem o valor descontado em conta, os serviços adicionais serão descontados conforme o valor tabelado. Cada agência apresenta um valor diferente para cobrança dos serviços extras como segunda via de cartões, extratos a mais, devolução de cheques e outros. Nas agências pesquisadas, as taxas para pessoa jurídica são superiores à pessoa física. Conforme exige o Banco Central, os bancos já possuem afixados em locais visíveis a todos o valor das tarifas que cobram. O Banco Central está analisando as novas estratégias dos bancos e poderá anunciar novas medidas em relação à cobrança de tarifas, mas já anunciou que os bancos poderão oferecer pacotes diferentes que atendam as necessidades dos clientes.

Ensino voltado para jovens e adultos no País apresenta evasão próxima de 70%

Correio Braziliense

Elaborado com base num estudo de Vera Masagão, coordenadora de programas da Ação Educativa, e de José Marcelino, pesquisador da Universidade de São Paulo (USP), um diagnóstico da EJA publicado pelo Ministério da Educação (MEC) aponta os desafios dessa modalidade de ensino. Não são poucos. “Em 2006, apenas 27% das escolas que possuíam matrículas em EJA contavam com biblioteca e, em somente 12% dessas escolas, os educandos tinham acesso a computador”, aponta o documento, que será usado como base de discussão na 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), marcada para maio do ano que vem, no Brasil.
Desistência
Como preparação para a conferência, o MEC realizou 32 encontros com professores, alunos, gestores escolares e movimentos sociais de todo o país. O documento base mostra que, nesse segmento da educação, a rotina de desigualdades regionais se repete. No Nordeste, 17% das escolas com EJA têm biblioteca, e 5% possuem computadores. Já no Sul, os percentuais sobem para 78% e 33%, respectivamente. Apesar do significativo salto de 59% das matrículas presenciais de EJA no ensino fundamental entre 1997 e 2006, e de 344% no ensino médio no mesmo período, o ensino de jovens e adultos não consegue manter os alunos em sala de aula. Cerca de 70% dos estudantes abandonam o curso antes de concluí-lo.
“A EJA tende a ser uma cópia do ensino regular e não atende às especificidades dos alunos. Além disso, a rotatividade dos professores é alta. Não se consegue montar um quadro fixo”, aponta Vera Masagão. Maria de Lourdes Santos, especialista em EJA, diz que os educadores precisam se esforçar para mostrar aos alunos a necessidade de prosseguir os estudos. “Muitos pensam que só de conseguir ler uma frase ou outra já estão preparados. Temos de mostrar que é necessário ir além”, diz. Vera Gangorra, professora, acrescenta que falta sensibilidade aos educadores. “Não se ter as mesmas expectativas em relação a esses alunos comparados aos estudantes do ensino regular”, ensina.

Empresários de Altamira de olho em Santarém

Depois da Delta, que revende Mitsubshi, agora é a Lar Brasil, também de Altamira, que expande seus negócios até Santarém.

Patrimônio de Jader é bloqueado (por ora)

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

Todos os bens do deputado federal Jader Barbalho foram bloqueados na semana passada, por decisão da desembargadora federal Selene Maria de Almeida, presidente da quinta turma da 1ª região do Tribunal Regional Federal, com sede em Brasília. A mesma decisão atingiu os patrimônios de outras 10 pessoas, denunciadas pelo Ministério Público Federal do Tocantins por desvio de recursos dos incentivos fiscais da Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia. Extinta em 2001, por causa de uma série de escândalos como esse, a Sudam deverá voltar a funcionar regularmente a partir do dia 30, com a primeira reunião do seu conselho Deliberativo, em Belém, da qual o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participará.
A decretação da indisponibilidade dos bens dos envolvidos visa garantir o ressarcimento aos cofres da União de 18 milhões de reais, dos quais eles se teriam apropriado graças à malversação de recursos em projetos que conseguiram aprovar perante a Sudam, conforme a ação proposta em abril de 2007 pelo MPF de Tocantins, em função de a empresa incentivada, a Imperial Agroindustrial de Cereais, ter sua sede nesse Estado. A medida é de natureza apenas cível, não questionando matéria penal. Se for plenamente vitoriosa, promoverá a devolução do dinheiro ilicitamente obtido.
O deputado Jader Barbalho teria influído para a aprovação do projeto, destinado à produção e beneficiamento de grãos e sementes de arroz e cultivo de milho para produção de ração. Em troca, receberia 20% do valor da liberação, segundo a inicial do Ministério Público. A empresa deveria investir R$ 58 milhões de recursos próprios para ter direito a outros R$ 58 milhões de colaboração financeira. Para comprovar seu próprio investimento empreendimento, a empresa teria usado documentos falsos, emitidos por outras empresas, que participavam da trama, muito freqüente até a extinção da Sudam.
Pela forma com que a notícia foi dada em O Liberal, como segunda manchete da primeira página, pareceu que, finalmente, a justiça acertou suas contas com o ex-ministro, tutor da Sudam nos últimos anos de funcionamento da superintendência. Mas não é bem assim. O bloqueio dos bens foi decisão isolada da presidente da turma, em liminar. Os outros desembargadores ainda irão votar. O que está sendo apreciado é um recurso do Ministério Público Federal do Tocantins (agravo de instrumento) contra decisão do juiz federal José Godinho Filho, da 2ª Vara Federal do Tocantins, onde a ação tramita. No dia 27 de fevereiro o juiz rejeitou o bloqueio dos bens dos denunciados.
O juiz considerou frágil o fundamento do pedido porque a ação de ressarcimento se baseia num único depoimento, o de Amauri Cruz dos Santos, que se apresentava aos donos dos projetos como intermediador, em nome de Jader Barbalho, para conseguir a liberação da Sudam. Mas o advogado do ex-governador, Edison Messias de Almeida, que também é juiz federal aposentado, diz que Amauri só se referiu ao nome do ex-governador ao prestar depoimento na sede da PF, em plena madrugada, diante de um grupo de policiais, delegados e procuradores. Até então, omitira qualquer referência ao ex-senador. E nunca apresentou um único documento comprobatório da sua ligação com Jader. Amauri foi considerado revel na ação no Tocantins porque, mesmo citado, não compareceu às audiências marcadas para ouvi-lo. Messias sustenta ainda que a pretensão do MPF está “irremediavelmente prescrita”, porque o fato apontado como ilícito ocorreu há mais de cinco anos.
Talvez por todas essas circunstâncias, o Diário do Pará pôde dar mais um passo no caminho da sua até agora instável profissionalização: deu em manchete de página interna matéria sobre o bloqueio dos bens de seu dono, medida que alcançou o próprio jornal. Nesse quesito, O Liberal não tem condições de alcançá-lo: alguém já viu alguma matéria contra os Maiorana no jornal da família?

Carimbó de laboratório no Faustão

Quem assistiu ao programa do Faustão, ontem, deve ficar surpreso com a canja que o apresentador deu ao carimbó paraense. Mas há um pequeno porém.
Na voz de Frank Aguiar, o arranjo musical do ritmo paraense soava entranho, sintetizado, pra não dizer pausterizado, como se todos os espectadores estivessem dispostos a consumir um produto homogeneizado que agradasse aos ouvidos de quem mora do Oiapoque ao Chuí.

Madeireiros ameaçam líder de agricultores no rio Curuá-Una

Rádio Rural

O morador da comunidade Santo André, no rio Curuá-Una, Valdeci dos Santos Gomes, foi mais uma vez ameaçado de morte.
A ameaça, segundo ele, parte de madeireiros que atuam naquela região. Mesmo assim, ele não pretende deixar o lugar onde mora.
As intimidações acontecem desde o ano 2006, mas Valdeci garante que vai continuar defendendo o interesse das famílias do assentamento Moju e lutando contra o desmatamento.
As ofertas se referiam a dinheiro para o líder comunitário e, melhoramento das estradas aos assentados, além de micro-sistemas e casas. O que não foi aceito.
As ameaças fizeram com que muitas famílias abandonassem a comunidade.
As intimidações a Valdecy voltaram a surgir depois que participou de um filme realizado por uma TV Australiana, retratando a exploração Amazônica.
Ele também esteve no ano passado em Dublin, na Irlanda por causa das ameaças. Uma entidade de proteção a defensores de direitos humanos, a Front Laine, o convidou a participar de uma convenção onde se discutiu a proteção aos ameaçados.
Alguns nomes de perseguidores de Valdecy já estão registrados para que, em caso de assassinato, sejam os primeiros a passarem por investigação

Big Brother Santarém

Já está sendo montada uma estratégia jurídica para monitorar as ações de candidatos que dão sinais antecipados que vão tentar abusar do poder econômico para chegar à Câmara de Vereadores.
No alvo estão marido, filho e assessora de quatro secretários municipais.
Por enquanto.

Resultado do concurso da Seduc deve ser divulgado dia 16 de junho

O resultado da 1ª etapa do Concurso da Seduc, cuja prova foi realizada domingo, e a convocação para a prova de títulos têm previsão para serem divulgados no dia 16 de junho.
A remuneração para os cargos alcança R$ 1.300, somando salário e gratificações.

Junta assume futebol do Pantera

Sandro Lopes, Jardel Guimarães e um preposto do oportunista André Cavalcanti assumiram o comando do futebol do São Raimundo.
Será que vai dar certo?

Causa e efeito

Foi só o juiz Gabriel Veloso dá um chega-pra-lá na propaganda eleitoral disfarçada de publicidade institucional que a prefeita Maria do Carmo desinteressou-se de comparecer a solenidades que antes ela não perdia nem que 'chovesse canivete'.
Quer dizer: como não pode mais aparecer na televisão, a prefeita não quer dar viagem perdida.

Chame a polícia

Já não são apenas boatos o sumiço de material e equipamentos do hospital regional.
Se fala até no 'desparecimento' de um automóvel, que pode ter sido tomado por 'empréstimo' e ainda não devolvido à garagem da qual nunca deveria ter sido retirado.

Vozes das ruas

Luas-prestas do PMDB local vão se reunir hoje em torno do chefe da legenda para discutir os rumos da sucessão municipal com ou sem 'cabeça de chapa' em Santarém.
Mas há uma constatação óbvia que está tirando o sono de alguns candidatos a vereador: nas bases, o que restou de militância peemedebista rejeita a aliança do PMDB com o PT.

Tá tudo dominado

Orla da cidade, domingo à noite.
Dois eventos chamaram atenção de quem passava por lá.
O primeiro, de cunho social, uma cruzada contra o uso de drogas, estava praticamente vazio, apesar de ser promovido por uma empresa de comunicação.
O segundo, de cunho comercial, promovido por uma faculdade particular, embalado com música de péssima qualidade e som nas alturas, estava apinhado de gente.