segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Sespa investiga causas de registros de hantavirose em Oriximiná, Santarém, Itaituba e Novo Progresso


A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), o Ministério da Saúde e o Instituto Evandro Chagas vão iniciar um trabalho de vigilância ecoepidemiológica no município de Oriximiná, oeste do Pará, onde, em 2011, ocorreram dois casos de hantavirose, que foram notificados em Santarém. Além de Oriximiná, houve seis casos de hantavirose em Novo Progresso e um em Itaituba, municípios do sudoeste paraense, totalizando nove registros da doença em todo o Estado ano passado, com oito mortes.

A hantavirose é uma doença infecciosa grave, causada pelo hantavírus e transmitida por ratos silvestres, que eliminam o vírus pela saliva, fezes e urina. A infecção no humano ocorre pela inalação dessas secreções misturadas com poeira, principalmente em ambientes fechados. É uma doença altamente letal e pode levar à morte por insuficiência respiratória. Embora possa ser confundida, no início, com gripe, dengue, leptospirose, malária e outras doenças íctero-hemorrágicas, exige outro tipo de atendimento. Não se deve hidratar o paciente como ocorre em casos de dengue, por exemplo.

Os principais sintomas são febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca, mal estar geral e dificuldade respiratória, que aparece rapidamente.(Com informações da Agência Pará)

Cultura e FPF assinam contrato de transmissão do Parazão 2012

Agência Pará

No próximo final de semana começa mais uma disputa do Parazão 2012, envolvendo oito clubes paraenses. A abertura será no sábado, 14, às 16 horas, no estádio da Curuzú, com a partida entre Paysandu e Cametá, e às 20h, em Tucuruí, onde se enfrentam Independente e Tuna Luso. Em Santarém, jogam São Francisco e São Raimundo, às 19h. E no domingo, 15, completando a primeira rodada da Taça Cidade de Belém, jogam Remo e Águia, às 9h45, no Baenão.

A Rede Cultura de Comunicação (Funtelpa) vai transmitir os jogos, ao vivo, e para isso será assinado, nesta quarta-feira, 11, às 19h, no Pará Clube, o contrato de transmissão dos jogos entre a Funtelpa e a Federação Paraense de Futebol.

Os valores do contrato são os mesmo do Parazão 2011 e somam R$ 2.464.000,00, incluindo os direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro da Série C dos times paraenses que se classificarem. Atualmente, só Paysandu e Águia têm vaga garantida na Série

Pelo contrato, os dois principais clubes do Estado, Remo e Paysandu, receberão, cada um, R$ 690.500,00, divididos em duas etapas iguais. As outras seis equipes receberão R$ 98.500,00. O contrato também prevê um bônus por meritocracia aos quatro primeiros colocados de cada turno.

O contrato prevê, ainda, uma cláusula social com a inclusão, pelos clubes da capital, de crianças atendidas pelo Pro Paz. A ideia é que crianças em situação de risco, atendidas pelo Programa, possam ser absorvidas pelos clubes na categoria Sub-15.

São Raimundo, 68 anos




Por Oti Santos, radialista e advogado

 

Com a decadência e desativação do Vasco da Gama, fundado em 1932, que teve como seu último presidente o sr. Odorico Reis de Almeida, surgiu em 1942 o Alegria Esporte Clube (uma alusão a Rua da Alegria), desarticulado no ano seguinte quando foi transformado em Santa Cruz Esporte Clube, de vida curta, e logo sucedido pelo São Raimundo Esporte Clube.

O jogo do Santa Cruz que entrou para a história

Domingo, 29.08.1943, à tarde, na comunidade de Igarapé Açu, atual São Braz, amistoso: São Braz 1x3 Santa Cruz(São Raimundo ?) - Árbitro Paulino Silva - 1x0 Gerson, 40; 2x0 Pé de Chumbo, 43/3x0 Nezinho, 30 e 3x1 João(SB), 45. Santa Cruz com Domingos Roque - Nonato e Moacir - Beci, Valdomiro e Pé de Chumbo- Valdemarino, Nezinho, Gerson, Valentim e Tapioca. Obs: Para este jogo o Santa Cruz fez a estréia de uma bola com câmara de ar. Até então treinava apenas com bolas de borracha, que ganhavam o apelido de “puruí”, pois logo ficavam "bicudas".

O ano da fundação

Em 3 de janeiro de 1944, uma segunda-feira, uma comissão formada por David Natanael, Valdomiro Pinto e Gerson Marinho, se dirigiu à residência de Odorico Reis de Almeida e o convidou para assumir a presidência do clube, pelo qual já demonstrava sua simpatia publicamente. O convite foi aceito e logo marcada a reunião de apresentação e posse.
No dia 6 de janeiro, quinta-feira, dia de Reis, na residência do próprio Odorico Almeida à Rua da Alegria, ocorreu a reunião em que a nova diretoria foi escolhida e empossada, com Odorico Reis Almeida na presidência e a manutenção dos outros associados nos cargos para os quais foram eleitos anteriormente. Valdomiro Paz Pinto como Secretário; Gerson Marinho da Silva como Tesoureiro e David Natanael Barbosa dos Santos como Diretor de Esportes. Após o ato de posse, o novo presidente deliberou logo sobre a compra de um livro de atas, bem como quanto a fundação oficial do São Raimundo, marcando para o domingo seguinte o evento solene.

A fundação do São Raimundo Esporte Clube

Dessa forma no dia 09 de janeiro de 1944, domingo, numa Assembléia Geral realizada na Rua da Alegria (atual 24 de Outubro nº 1601/Residência de Odorico Almeida), quase esquina com a atual Travessa Assis de Vasconcelos, às 20h00, foi oficialmente fundado o São Raimundo Esporte Clube, tendo como membros de sua primeira diretoria os senhores: Odorico Reis de Almeida, Presidente; Adamor Bibiano Ribeiro Macedo, 1º Secretário; Roosevelt de Pinho Gonçalves, 2º Secretário; Francisco Carlos Pereira, 1º Tesoureiro; Valdomiro Pinto, 2º Tesoureiro e David Natanael Barbosa dos Santos, Diretor de Esportes. Presentes ao evento eleitoral, além da Diretoria eleita, dentre outros, Ray Jennings, Valdo Marino, Miró, Gerson Marinho, Orlando Cota, Nego Otávio, Valentim, André Pimenta, Água Preta, Osmar Cota, Pé de Chumbo, Domingos Tapioca, Noronha, Dedé, Pingo, Perpétuo e Cassete. O uniforme, a princípio predominantemente na cor branca, além da influência dos uniformes oficiais do Santos Futebol Clube, de São Paulo e da própria Seleção Brasileira, se tornava mais fácil adquiri-lo no mercado da época. A sede provisória passou a ser a residência do próprio Odorico Reis Almeida na atual Rua 24 de Outubro, local da fundação.

O nome São Raimundo

Além de uma maciça simpatia em prestigiar o padroeiro do bairro da Aldeia, um outro fato foi preponderante à denominação do novo clube, sobre o qual assim se reporta o fundador David Natanael Barbosa dos Santos: “Através de ofício enviado pelo presidente do São Braz Esporte Clube, de Igarapé Açu, senhor Cazuza Damasceno, o Santa Cruz Esporte Clube foi convidado a jogar uma partida amistosa na atual vila de São Braz, no domingo, 29 de agosto de 1943.
Para responder o ofício-convite, o secretário Valdomiro Paz Pinto solicitou ao senhor Odorico Reis de Almeida, um forte simpatizante do clube, para em nome do presidente, senhor Domingos Roque, elaborar e remeter o ofício resposta, cujo conteúdo assegurava que o convite tinha sido aceito.
Naquele tempo, a estrada para a citada vila não oferecia condições para o tráfego de veículos motorizados. Apenas, em estado precário, trafegavam por ela carroças puxadas a bois. Por isso, no domingo do jogo, a caravana partiu a pé de Santarém às 13h00 das proximidades da residência dos irmãos Paz Pinto, na Aldeia, com a chegada ocorrendo por volta das 15h20. A delegação logo se encaminhou para a sede do São Braz onde foi cordialmente recepcionada. Às 16h00 as equipes adentram ao campo e no momento dos cumprimentos o time local se dirige aos visitantes para a surpresa de todos como “São Raimundo”. A partida, dirigida por árbitro e auxiliares da própria comunidade, tem início e os jogadores do “Santa Cruz” se questionavam o porquê de “São Raimundo”. No intervalo, não controlando a curiosidade, um grupo de jogadores foi ao capitão do time do São Braz questioná-lo sobre o assunto e este respondeu que “Nos convidamos o Santa Cruz para este jogo, mas..., não é São Raimundo o nome do clube de vocês?” Houve quem respondesse que não, e ao mesmo tempo afirmava que o clube chamava-se Santa Cruz Esporte Clube. Desapontado, o capitão retrucou: “mas no ofício que recebemos de vocês esta escrito São Raimundo, querem ver?” Indo à sede do clube retornou com o dito ofício nas mãos e provou que em vez de Santa Cruz estava de fato São Raimundo, a propósito ou não do senhor Odorico Almeida.
No dia seguinte, segunda-feira, 30 de agosto, às 20h00, no local de costume (residência dos irmãos Valdomiro e Valdemarino Paz Pinto) e com a presença do convidado Odorico Reis de Almeida, aconteceu à reunião ordinária e o convidado questionado quanto ao assunto assegurou ter consciência de haver escrito no ofício Santa Cruz e não São Raimundo, convencendo-se do equívoco somente após o testemunho de todos os atletas que viram o ofício no intervalo do jogo diante do São Braz. Diante do episódio, que para uns tratava-se de uma mensagem superior, imediatamente surgiu à proposta de mudança do nome do Clube. Afinal, os defensores da idéia asseguravam, São Raimundo é o padroeiro do bairro; como São Raimundo vencemos do São Braz e estamos no dia dedicado ao Santo. Colocada em votação, a proposta foi aprovada com júbilo”.

Sócios fundadores do São Raimundo

01 - Odorico Reis Almeida; 02 - Astésio Miranda; 03 - Valdemarino Paz Pinto; 04 - Moacir Paz do Nascimento; 05 - David Natanael Barbosa dos Santos; 06 - Domingos Roque; 07 - Domingos Santos(Tapioca); 08 - José Francisco Mota; 09 - Nonato Paz do Nascimento; 10 - Raimundo Jennings; 11 - Gerson Marinho da Silva; 12 - Francisco Paz do Nascimento; 13 - André Pimentel; 14 - Raimundo Estevão de Matos; 15 - Orlando Cota Campos; 16 - Vicente Valentim; 17 - Cipriano Jovita de Matos; 18 - Osmar Cota Campos; 19 - José Maria Calandrini de Azevedo; 20 - Elias Ribeiro Pinto; 21 - Edgar da Paz Vieira(Pingo); 22 - Sebastião Sousa; 23 - Ivan Caubi Bentes Monteiro; 24 - Iracy Bentes Monteiro; 25 - Raimundo Correia; 26 - Antônio Mota da Silva (Pé de Chumbo); 27 - Astésio Santos e 28 - Luiz Lucas.

O primeiro jogo

Na data da fundação, à tarde, o São Raimundo enfrentou amistosamente o Luso América da Vila de Arapixuna, no Parque do Paysandu, atual Colégio Batista, em Santarém.
Com a extinção do Alegria e a constituição do Santa Cruz, o elenco remanescente desses clubes passou a ser a pioneira onzena do São Raimundo Esporte Clube com Gerson - Waldomiro e Nezinho - Waldemarino, Moacir e Francisco Nascimento - Manezinho, Tapioca, Domingos Roque, David Natanael e Ceci Nascimento

O alvinegro

Mais tarde, com o advento das transmissões radiofônicas por conta do surgimento da ZYR-9 - Rádio Clube de Santarém, que no dia de sua inauguração em 24.10.1948 - data em que se comemorava festivamente o Centenário da cidade – o “Parque São Francisco” se transformava em estádio municipal “Prefeito Adherbal Correa” com a transmissão do amistoso Seleção Santarena 3x3 Paysandu, de Belém, sob a responsabilidade do pioneiro locutor esportivo, fundador e ex-presidente do clube Elias Pinto, foram iniciadas por este ao microfone as constantes sugestões quanto a um novo uniforme. A inspiradora Seleção Brasileira já estava “Canarinho”. Não tardou a decisão da diretoria em registrar em Ata de Assembléia Geral que o “preto” e “branco” seriam então os tons oficiais do clube e logo o elenco “Alvo” passou a ser chamado de “Alvinegro”.

Primeiro título (Campeão Santareno de 1949)

15.01.1950- Estádio Municipal Aderbal Corrêa(Campeonato de 1949- Decisão- Final): São Raimundo 1x0 América - SR, primeiro Campeão Santareno com Gerson Marinho - Otávio e Chicó(André Pimenta) - Orlando Cota, Valdomiro e Zé Queixada(Raimundo Anun) - Noronha, Cacete(Miro), David Natanael(Anastácio Miranda), Elídio(Curuperé) e Guito(Bebé) - Banco: Canjica, Dedé, Sílvio e Nezinho.

O título de Utilidade Pública

Em 16.11.1955, após aprovação à unanimidade pela Câmara Municipal, o prefeito Armando Lages Nadler sanciona a Lei Municipal 954, dispondo sobre o título de Utilidade Pública ao São Raimundo Esporte Clube.

Belterra: Memória da época da borracha. Fotos: Vidal Bemerguy(inn memorian)

Vila Operária, em 1970

          
Casa dos médicos em 1960 



 


Dilma sanciona lei para trabalho à distância

Cláudio Ahrens

Categoria da Tecnologia da Informação será uma das mais afetadas

A partir de agora, todos os trabalhadores que executam suas atividades fora do local de trabalho, seja em casa ou à distância, passam a ter os mesmos direitos daqueles que exercem suas funções dentro das empresas, como hora extra, adicional noturno e assistência em caso de acidente de trabalho.

A Lei 12.551, sancionada em dezembro de 2011 pela presidente Dilma Rousseff, alterou o artigo sexto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para equiparar os efeitos jurídicos do trabalho exercido por meios telemáticos e informatizados ao exercido por meios pessoais e diretos, ou seja, nas empresas.

A categoria da Tecnologia da Informação será uma das mais afetadas pela mudança na lei, uma vez que muitos profissionais da área praticam o trabalho à distância. Para o presidente do Sindicato dos Trabalhadores de TI (Sindpd), Antonio Neto, a regulamentação é favorável aos trabalhadores e também aos empresários.

“Participamos de muitos debates, tanto na esfera estadual como na federal, para enfatizar a importância da preservação dos direitos dos profissionais que atuam fora das empresas. Com a vigência da lei, o trabalhador tem assegurado os direitos do registro em carteira e não pode mais ser tratado como Pessoa Jurídica, o chamado PJ”, avalia Neto.

O controle das horas trabalhadas e a supervisão das tarefas desempenhadas podem ser feitas por meios eletrônicos. As companhias são as mais interessadas em definir as regras para evitar o ônus de processos trabalhistas. “O controle da jornada dos profissionais online não será difícil, pois o horário pode ser medido a partir do momento em que eles se logam à rede ou aos sistemas corporativos utilizados para realizar suas tarefas”, explica Neto.

No caso dos que trabalham offline, a maior dificuldade será contabilizar o tempo gasto para o desenvolvimento de projetos. “A negociação da convenção coletiva da categoria de TI começa agora em janeiro e esse assunto com certeza vai ser discutido”, completa Neto.

Flexa com Jader: como entender?



Lúcio Flávio Pinto
Articulista de O Estado do Tapajós

Belém - Deve ter causado surpresa a presença de Fernando Flexa Ribeiro à solenidade de posse de Jader Barbalho. Por muitos fatores. O PSDB do primeiro litiga com o PMDB do segundo senador no plano federal, um na oposição e outro na “base aliada” da presidente Dilma Rousseff. Na arena local as relações ainda não são (ou não eram) claras. O PMDB tem dado apoio ao governador Simão Jatene, embora não de forma constante. Nos últimos tempos, a simpatia tem sido crescente pelo senador Flexa Ribeiro, que passou a receber maior espaço no Diário do Pará.

Essa aproximação está sujeita a riscos. Flexa tem (ou tinha) o endosso de O Liberal, que trata o governador tucano com menos deferência, alternando aproximação e distanciamento (ao ritmo do tilintar de moedas, é claro). Essa inconstância dos dois principais pólos de poder no Pará (entre os Maiorana e os Barbalho) reflete a indefinição do quadro político para as eleições municipais deste ano. Quais as coligações que serão formadas a partir desses dois eixos? Como se comporão os diversos interesses conflitantes?

Ao ocupar um lugar na mesa que comandou a posse de Jader no Senado Flexa não apenas estava pagando um tributo ao passado (foi sua campanha pela segunda vaga em disputa, sem colidir com quem estivesse na disputa pelo primeiro lugar, que lhe assegurou a vitória e a liderança da concorrência), mas provavelmente assumindo uma posição de vanguarda.

Flexa é candidato a candidato tucano à prefeitura de Belém, mas, se dependesse apenas da vontade de Jatene, o escolhido seria o deputado federal Zenaldo Coutinho, que teve mais votos na capital na última eleição. A volta de Barbalho ao jogo efetivo do poder revitaliza o PMDB para, mais uma vez, ser o fiel da balança. Se fechar algum tipo de acordo com os peemedebistas, ainda que para um eventual 2º turno (que parece inevitável em Belém), Flexa terá argumentos mil para deslocar o favoritismo de Zenaldo e impor seu nome.

Nesse caso, ele deixará de ser o candidato de O Liberal, já que os Maiorana, numa versão canhestra de Churchill na Segunda Guerra Mundial, estão dispostos a se aliar até ao diabo para combater o anhanga, exorcizado em seus editoriais, da mesma maneira que o primeiro-ministro da Inglaterra iria aos infernos contra Hitler? É a questão, que pode ser vista por um prisma multifacetado, no qual as várias cores não têm qualquer significado ideológico, ético ou moral. O que conta é a vantagem pessoal, o ganho particular de cada um dos atores em cena.

Se o prefeito Duciomar Costa levar a sério a candidatura do ex-governador Almir Gabriel, pelo PTB, tendo como contraponto o ex-prefeito e atual deputado estadual Edmilson Rodrigues pelo PSOL e (quem sabe) Arnaldo Jordy pelo PPS e algum aliado arranjado, a PSDB e PMDB a aliança não seria a única maneira de apresentar um candidato à altura? Fernando Flexa Ribeiro seria esse nome, a desafiar todos os fatores adversos e as leis da lógica e da coerência.

Filme sobre a Cabanagem será exibido hoje em Santarém

O filme “O Cônego" será exibido, hoje, as 18 horas, na Escola do Parque.

A película é uma ficção inspirada em fatos históricos baseados na experiência vivida por Cônego Batista Campos no período preparatório à eclosão da revolução cabana que teve seu desfecho em 7 de janeiro de 1835 com a tomada de Belém.
 
"O Cônego" é o primeiro filme longa-metragem de ficção a tratar sobre a Revolução Cabana.
 
"O Cônego" foi realizado como fruto do Projeto Filma Pará, ação cultural que, em Barcarena, integrou a prefeitura municipal, empresários e a comunidade local.(Com informações da Ascom/PMS)

Ficção científica, à la 'Avatar', no Rio Tapajós

Vivian Oswald
O Globo - 08/01/2012


Hidrelétrica de alta tecnologia só será acessível por meio de helicóptero. Governo se prepara para críticas a novo projeto de geração de energia


BRASÍLIA. Mais parece filme de ficção científica. Usinas hidrelétricas de alta tecnologia no meio da selva amazônica - cercadas de floresta por todos os lados - às quais os trabalhadores só têm acesso sobrevoando a copa das árvores de helicóptero. Esta deverá ser a realidade do Rio Tapajós nos próximos anos. Este projeto ousado, que garantirá ao país mais 10.683 megawatts (MW) de energia, deve sair do papel este ano e promete provocar tanta ou mais polêmica do que a usina hidrelétrica de Belo Monte, a maior do mundo e uma das bandeiras do governo da presidente Dilma Rousseff.

Diante das intermináveis batalhas travadas durante todo o ano de 2011 em torno de Belo Monte, o governo já se prepara para o que vem pela frente com a construção de cinco novas usinas com um conceito que não existe em qualquer outro lugar do mundo. Na sexta-feira, baixou uma medida provisória que mexe nos limites de cinco unidades de conservação federais para viabilizar a construção de hidrelétricas na Amazônia.

A hidrelétrica-plataforma utiliza o mesmo sistema das plataformas de extração de petróleo em alto-mar. A tecnologia é brasileira e promete não só produzir mais energia em áreas menores e menos inundadas, como preservar o meio ambiente.

Canteiros provisórios e trabalhadores "embarcados"

A animação montada por Eletrobras e Ministério de Minas e Energia mostra que, se funcionar, o novo modelo deve chamar a atenção do mundo. Com uma área de menos de dois mil quilômetros quadrados, as novas usinas serão construídas a partir de canteiros de obras provisórios, que serão abertos na mata, e fechados tão logo os trabalhos sejam concluídos. Os alojamentos também serão retirados e toda a área utilizada será reflorestada. Tudo para garantir que os operários que forem ficando para trás não se instalem por ali, provocando mais uma concentração desordenada em torno de um grande empreendimento, como todos os outros pelo país. Também está prevista uma área menor de inundação para as usinas, que serão a fio d"água, ou seja, que usam a força da própria correnteza do rio.

Depois de prontas, as usinas vão operar com um número reduzido de funcionários, que trabalharão em sistema de rodízio e, como nas plataformas de alto-mar, ficarão "embarcados" por um determinado período e voltarão para suas cidades ao fim de suas jornadas. Essa movimentação será feita por meio de helicópteros.

- É quase um filme de ficção, isso tudo me faz lembrar o Avatar - brinca em entrevista ao GLOBO o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

A piada pode ser encarada com duplo sentido. Isso porque as imagens de fato lembram o filme do diretor americano James Cameron. Mas também porque ele esteve no Brasil em 2010 em uma grande manifestação na capital federal contra Belo Monte. Lobão antecipou que o Executivo já se prepara para a nova batalha e garante que não pretende se intimidar com as pressões de dentro e de fora do país.

- Esta grita quanto a Tapajós, não podemos sonhar que não vai haver. Haverá. Porém, estamos tomando os cuidados possíveis, como fizemos com Belo Monte, respeito ao meio ambiente, a todas as condicionantes do Ibama, que tem sido rigoroso nisto. Temos cumprido todas as condicionantes, uma a uma, no meu entendimento até exageradas, mas vamos cumprir todas. O fato é que não podemos ser detidos diante da necessidade que tem