terça-feira, 3 de março de 2009

Fraude: quem fez?

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


Quase nove meses depois da divulgação do fato neste jornal, a Folha de S. Paulo noticiou que um dispositivo enxertado fraudulentamente no Código Judiciário do Pará continua a ser aplicado como se fosse legal. A adulteração de um trecho do artigo 100 foi efetuada por ocasião da republicação, em 2003, da lei que instituiu o novo regulamento do poder judiciário estadual, datado de 1981. A republicação foi necessária porque o código foi parcialmente alterado depois. Mas no novo texto aprovado pela Assembléia Legislativa não constava a delegação de competência ao TJE para redefinir competências das varas judiciais através de resolução. Essa inovação foi incluída na edição do Diário da Justiça que republicou todo o texto. Ignorando a fraude, o tribunal mudou competências nos fóruns de Belém e Icoaraci.
Com a repercussão do assunto pela Folha, que é o jornal de maior tiragem do Brasil, o TJE abandonou a atitude anterior, de silêncio, e se manifestou. Contestou a matéria do jornal paulista se preocupando mais em sugerir a possibilidade de responsabilizá-lo e ao seu informante, em função da “grave acusação ao Poder Judiciário”, do que em esclarecer o conteúdo da notícia. É claro que, em tese, se houve a fraude, todos os processos instruídos pelas varas que tiveram suas competências alteradas com base na fictícia delegação de poderes poderiam ser anuladas. Mas é também óbvio que isso não ocorrerá, dados os tumultos processuais e prejuízos generalizados decorrentes. A falha poderá – e deverá – ser suprida e convalidada para evitar o caos. Através de um novo projeto de lei, por exemplo.
No entanto, independentemente do saneamento na esfera judicial em função do interesse coletivo, há um ponto a exigir elucidação: quem é o responsável pela fraude, se houve mesmo fraude, conforme atestou por certidão a secretaria da Assembléia Legislativa, a pedido dos então titulares de cartórios de Belém, que tiveram seus interesses prejudicados por atos da presidência anterior do tribunal, culminando com a estatização dos ofícios? A fraude constitui crime e merece, pelo menos, a instauração de inquérito – policial e administrativo – para apurá-la. Afinal, fantasma não pratica esse tipo de ato.

Livro vai revelar bastidores das campanhas eleitorais em Santarém desde a década de 90

O jornalista Miguel Oliveira, editor-chefe de O Estado do Tapajós, vai se dedicar a partir de junho ao lançamento de duas publicações.
A primeira, em parceria com o também jornalista Lúcio Flávio Pinto, vai editar o Livro Memória de Santarém, que vai reunir os fascículos da série que está sendo publicada pelo jornal O Estado do Tapajós.
O segundo, um livro de crônicas, conterá revelações exclusivas sobre os bastidores das campanhas políticas do município desde a década de 90, oportunidade em que o nome de um traidor midiático será revelado publicamente pela primeira vez.

Monte Alegre (PA) lidera lista do desmatamento na virada do ano

Do Portal G-1

O município de Monte Alegre (PA) é o município onde foi detectada a maior área de desmatamento entre outubro de 2008 e janeiro de 2009. Segundo o sistema Deter, do Instituto nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), que mede a degradação florestal na Amazônia, foram detectados 39 km² de destruição no município. A área equivale ao Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro.
Confira abaixo a lista dos dez municípios amazônicos com maior índice de desmatamento detectado no final de 2008 e início de 2009. O cruzamento dos dados foi feito pelo Globo Amazônia utilizando os pontos de desmatamento detectados pelos satélites do Inpe :

Municípios líderes do desmatamento entre novembro de 2008 e janeiro de 2009

Município

UF

Área desmatada (km²)

Monte Alegre

PA

39

São Félix do Araguaia

MT

35

São Félix do Xingu

PA

34

Uruará

PA

28

Pacajá

PA

25

Portel

PA

25

Nova Ubiratã

MT

24

Nova Mutum

MT

24

Grajaú

MA

23

Itinga do Maranhão

MA

23



Alexandre Von membro da Comissão de Ética da Assembléia Legislativa

No Blog da Franssinete Florenzano:

O presidente da Alepa, deputado Domingos Juvenil, declarou hoje oficialmente instalada e empossados os integrantes da Comissão de Ética e Decoro Parlamentar, criada por Ato da Mesa, datado de 18 de fevereiro de 2009. São titulares Carlos Martins (PT), Alexandre Von (PSDB), Martinho Carmona (PMDB), Eduardo Costa (PTB), Luis Cunha (PDT), Roberto Santos (PRB) e Cássio Andrade (PSB). Suplentes: Robgol (PTB), Zé Neto (PP) e Alessando Novelino (PSC).
O DEM não quis indicar representante. E o PT ainda discute se participa. Carlos Martins foi indicado à revelia da bancada, segundo Airton Faleiro.

Virtual e real

Lúcio Flávio Pinto

O governo do Estado gastará quase cinco milhões de reais no programa de inclusão digital em mais quatro municípios paraenses: Pacajá, Rurópolis, Uruará e Jacundá, no eixo de influência da Transamazônica. O programa, que vai se espraiando por todo o território do Pará, se baseia num acordo de cooperação técnica e financeira entre a Secretaria de Desenvolvimento, Ciência e Tecnologia, que entra com o dinheiro, e o Prodepa, a empresa estadual de processamento de dados, que responde pela execução. Os dois órgãos, assim, permitem “o compartilhamento de serviços que visem sempre a universalização do acesso e inclusão digital”. O governo coloca à disposição dos municípios as facilidades e serviços possibilitados através de convênio com a Eletronorte, interligando-os pela internet à rede de fibra ótica do Estado.
Isso é modernidade e melhoria das condições de vida da população do interior. Mas, considerando o valor do investimento e a natureza dos serviços, cabe a pergunta: o investimento é mesmo prioritário? Tem um valor que o justifique em municípios ainda carentes de serviços mais elementares não na órbita virtual, mas no mundo real? Sem esgoto e água tratada, navegarão pelo mundo graças ao toque digital. O custo dessa inclusão tem um valor de mercado? Há um controle externo sobre a implantação dessa rede?

Luciano Brunet negocia com invasores ordem da justiça para desocupar sede do Incra

Até o momento os trabalhadores rurais que invadiram desde ontem de manhã a sede do Incra em Santarém não cumpriram a decisão do juízo federal que determinou a desocupação do prédio daquele órgão.
O superintendente do Incra, Luciano Brunet, tenta uma saída pacífica dos invasores, sem que seja necessária a ação ostensiva da Polícia Federal para cumprimento do mandado judicial.

Ibama divulga resultado de provas objetivas e discursivas para analista

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) publicou segunda-feira (2/3) o resultado final das provas objetivas e o resultado provisórios das avaliações discursivas para o cargo de analista ambiental, que exige formação de nível superior. O edital pode ser encontrado no Diário Oficial da União, na página 122 da terceira seção.
Os candidatos podem ter acesso à prova discursiva avaliada e também aos espelhos do exame. Aqueles que quiserem interpor recursos contra esta etapa da seleção pública devem fazê-lo das 9h do dia 3 de março às 18h do dia 4 de março, pelo site do Centro de Seleção e de Promoção de Eventos da Universidade de Brasília (Cespe/UnB), responsável pela organização do concurso.
As vagas serão distribuídas entre 22 estados e o Distrito Federal. A remuneração inicial é de R$ 4.115, em uma jornada de trabalho de 40 horas semanais. Cerca de 51 mil concursandos se inscreveram no processo seletivo, o que resulta em uma demanda de 228,53 candidatos por vaga.
O resultado final da prova discursiva e a convocação para perícia médica (apenas para aqueles declarados como portadores de necessidades especiais) serão divulgados no dia 20 de março.

TJ do Pará inscreve em concurso com 216 vagas

Do CorreioWeb

O Tribunal de Justiça do Pará abriu o prazo de inscrições no concurso público que selecionará 216 novos servidores em cargos de níveis médio (auxiliar) e superior (analistas e oficiais). Para analistas judiciários, a remuneração inicial é de aproximadamente R$ 4,2 mil, considerando o vencimento básico e gratificações. Os técnicos terão ganhos iniciais de R$ 1.823.
Os interessados têm até 30 de março para acessar o site da Fundação Carlos Chagas (FCC), organizadora do processo seletivo. A taxa de inscrição é de R$ 70,30 para postos de nível médio e R$ 86,80 para nível superior.
A partir da homologação do resultado final, o concurso terá validade de dois anos, podendo ser renovada uma vez por igual período.

Juiz federal manda desocupar sede do INCRA em Santarém

O juiz federal Francisco de Assis Garcês Castro Júnior determinou a desocupação do prédio da Superintendência Regional do Incra em Santarém.
A liminar foi concedida ontem. A autarquia, que ajuizou, por meio da Procuradoria Jurídica, uma ação de reintegração de posse, tomou conhecimento hoje (3) da decisão.
Os trabalhadores rurais que ocupam as dependências do órgão devem ser notificados nas próximas horas. Os representantes do movimento já foram informados do fato pelo Incra. Caso decidam desocupar o prédio por iniciativa própria, a ação perde o objeto.
O superintendente regional do Incra em Santarém, Luciano Gregory Brunet, chega hoje à tarde a Santarém para negociar diretamente com os manifestantes.
(Fonte: Assessoria de Imprensa do Incra)

Coca-Cola causa discórdia entre consumidor e revendedor

Produtos Coca-Cola têm preço sugerido de 0,50, anunciados a 0.75 em cartaz e vendidos até por 1 real.

Muitos comerciantes que trabalham com os produtos da Coca-Cola em Santarém estão se sentindo constrangidos pela falta de critérios que empresa estaria adotando ao não substituir as tampas das garrafas que trazem o preço sugerido para alguns itens e que nos cartazes da própria empresa já estão modificados, o que gera polêmica.
A Coca-Cola de 200ml tem o preço sugerido para revenda de R$ 0,50, porém os comércios receberam novos cartazes com sugestão de revenda a R$ 0,75 e alguns outros comerciantes revendem a mercadoria no preço que melhor lhe convém.
Já os comerciantes que trabalham dentro da legalidade, muitas vezes reclamam que tem suas margens de lucro perdidas quanto o consumidor exige que o preço sugerido seja colocado em prática, e para não gerar polêmica e não perder uma venda maior, o vendedor assume o prejuízo.
Segundo os comerciantes do centro de Santarém, os representantes da Coca-Cola teriam anunciado em dezembro de 2008 que estariam providenciando a substituição das tampinhas, mas, até agora nenhuma providência foi tomada.
Até que Coca-Cola substitua as tampas com preços sugeridos já defasados em comparação aos reajustes feitos em janeiro, a polêmica deve continuar, com três lados de uma batalha: consumidor, vendedor e fornecedor.

Lá vem o Abaré de novo fazer campanha eleitoreira

No ano passado, o barco Abaré, mantido pela ONG Saúde Alegria deu atendimento na zona urbana de Santarém , quando seu projeto tem o charmoso nome de “Saúde na Floresta” justamente para atrair verbas internacionais porque, vamos dizer assim, estaria se embrenhado nos rios e igapós do interior da Amazônia para levar atendimento ao povo ribeirinho.
Aproveitando-se disso e com a cumplicidade do PSA a ex-prefeita Maria do Carmo usou o Abaré como palanque eleitoral, já que as ações de saúde realizadas na zona fluvial da cidade poderiam muito bem estar sendo oferecidos na própria rede de saúde do município.
Mas, não. Como Inácio Corrêa, o candidato da dobradinha PT/PMDB precisa de palanque, nada melhor para gravar cenas para a televisão que um barco grande, vistoso e aquela fila interminável de pessoas humildes à espera de um atendimento de saúde que bem poderia já ter sido prestado pela administração municipal.
Ainda no assunto: Há sempre a desculpa de que mesmo ali, atracado no cais de arrimo, o Abaré atende aos ribeirinhos que vieram de suas localidade, mas não seria mais racional - se realmente o propósito desses ongueiros fosse trabalhar com honestidade - que o atendimento fosse feito lá mesmo onde o ribeirinho mora, sem que este precisasse vir até a cidade, pagando passagem de barco?

Moradores da periferia de Santarém viram equilibristas


Esta é uma cena comum na periferia de Santarém nesta época de fortes chuvas.
A foto registra o alagamento de áreas do Uruará na última sexta-feira por causa do atraso nas obras do PAC naquele bairro.

Celpa, agora, é só um nome

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


A Celpa, empresa estatal de energia do Estado do Pará, privatizada em 1998, vai existir apenas como nome de fantasia da sua nova razão social: Rede Celpa Energia. Por deliberação adotada no final de dezembro e oficializada em 12 de fevereiro, a empresa foi absorvida pela sua controladora, a QMRA Participações, que integra o grupo Rede. A empresa paulista, que tinha quase 55% do capital votante da Celpa, ficou com a integralidade das suas ações. A operação já está tomada internamente. Agora depende apenas de ser aprovada pela agência controladora do setor, a Aneel, pela Eletrobrás e por outros credores, o que é considerado pacífico.
O principal objetivo imediato da reestruturação societária é poder descontar do imposto de renda o ágio pago pela QMRA em participações, que somariam quase 150 milhões de reais, além da compensação de prejuízos fiscais. Os analistas acham que esse benefício tributário deverá ser extinto no próximo ano. Prevêem muitos processos semelhantes no Brasil ao longo de 2009 pelos evidentes e significativos ganhos que proporciona às corporações.
Na ata da assembléia que aprovou a deliberação, a empresa diz que o objetivo é “permitir maior eficiência e transparência no exercício do controle da companhia”, já que a Celpa passa a ser controlada integral da QMRA, que já é, por sua vez, integralmente da Rede Engenharia. A incorporação representaria também “mais uma etapa do processo de reorganização societária das empresas do grupo Rede, dentro de um plano geral que visa mais agilidade na implementação de decisões estratégicas, de forma a viabilizar a expansão das atividades e o desenvolvimento dos negócios sociais”. A medida eliminará transações entre a Celpa e a QMRA, “evitando conflitos de interesses, preservando os interesses dos acionistas minoritários e facilitando a análise das demonstrações financeiras”.
Para os paraenses, a iniciativa significa um deslocamento de vez do poder decisório da antiga estatal para fora do Estado, em São Paulo, e a consolidação de um modo de gestão que modificou por completo a fisionomia da Celpa. Cada vez mais ela será uma intermediária de decisões metropolitanas, com vinculações cada vez mais frágeis com a sociedade local.
O governo Almir Gabriel alienou quase 90% do controle acionário da Celpa por 450 milhões de reais, em 1988. A QMRA apresentou o lance vencedor. O valor econômico da empresa é atualmente de R$ 2 bilhões e o seu fluxo de caixa, de R$ 3,2 bilhões. O que encolheu desde então foi o número de empregados, a política interna, a qualidade do serviço e a identidade com a terra, que, agora, talvez se evapore de vez. Os empresários já sentiram os efeitos da mudança e berraram contra. A sociedade, até agora, tem sofrido em silêncio.

Quina dobra para seis o número de extrações semanais. Federal terá sorteio mensal de R$ 1 milhão. Raspadinhas pagarão até R$ 600 mil

A Caixa Econômica Federal (CEF) anunciou ontem uma série de mudanças em suas loterias — na Federal, na Quina e na popular raspadinha. Segundo a CEF, as mudanças aumentam as chances dos apostadores e elevam os valores dos prêmios. Uma das novidades é uma extração mensal especial de R$ 1 milhão da Loteria Federal — a chamada Milionária Federal. Além do prêmio atrativo, o prazo para venda dos bilhetes da nova atração será maior, pois os bilhetes chegarão às casas lotéricas com 40 dias de antecedência. O primeiro sorteio será em 14 de março.
A Caixa informou também que, nos sorteios de quarta-feira, o prêmio principal da Loteria Federal subiu de R$ 200 mil para R$ 250 mil, mas o preço do bilhete permanece o mesmo. Aos sábados, os prêmios mudaram de R$ 300 mil para R$ 600 mil. As novas regras da Loteria Federal entrarão em vigor a partir de amanhã.

Quina modificada

Na Quina também houve mudanças. Os sorteios, que eram feitos às terças, quintas e sábados, serão agora de segunda a sábado. Já a Loteria Instantânea, popularmente conhecida como raspadinha, pagará prêmios de até R$ 600 mil. Hoje, o maior prêmio oferecido pelas raspadinhas é de R$ 25 mil.
A partir de abril, o bilhete mais barato, de R$ 1, poderá pagar até R$ 60 mil. A CEF criou dois bilhetes mais caros, que custarão R$ 2 e R$ 3, com prêmios mais altos: poderão chegar a R$ 200 mil e R$ 600 mil, respectivamente.
Segundo o vice-presidente de Fundos de Governo e Loterias da CEF, Wellington Moreira Franco, as mudanças vão “melhorar a qualidade dos produtos”, tornando-os “mais atraentes” para os apostadores. As mudanças nas loterias começaram a ser feitas no ano passado. A expectativa do governo federal é bater o recorde de arrecadação estabelecido em 2008.

São Raimundo até parece que não é de Santarém

O leitor assíduo desde site, Antenor Giovaninni reclama com razão que a campanha do São Raimundo no campeonato paraense não está sendo 'linkada' à imagem de Santarém pelas redes de televisão do país. É como se a crônica esportiva considerasse o São Raimundo mais um time paraense, ao contrário por exemplo, do Rezende, do estado do Rio de Janeiro, que é ressaltado a todo instante pela bela campanha na Taça Guanabara como sendo um time da cidade de Rezende, no interior do Rio de Janeiro.
Diz Antenor:

"Como bom aposentado e assiduo espectador de programas de esporte assisti praticamente todos os programas esportivos nesta segunda feira.
Todos eles mostraram as conquistas em vários estados dos campeões do 1º turno de cada campeonato estadual.
Todos mostraram a vitória do S. Raimundo .
Nenhum deles mencionou que o S. Raimundo é de Santarém.
Teve até um que mencionou para não confundirem com o S. Raimundo de Manaus porque esse era do Pará e de Belém.
O proprio Jornal Nacional em nenhum momento ventilou-se que o S. Raimundo, que ganhou do Paysandu, era de Santarém ...
Lamentável."

Força Nacional atuará contra desmatamento e extrativismo ilegal

Do Correio Braziliense:

Três portarias assinadas na tarde desta segunda-feira (2/02) implementam estratégias de combate ao desmatamento e extrativismo ilegal no país. A mais importante delas, assinada pelo ministro da Justiça, Tarso Genro, cria um grupamento de 50 policiais e bombeiros integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, que serão treinados para coibir crimes ambientais.
Durante 30 dias, eles terão aulas teóricas e práticas em temas como políticas públicas, biologia da conservação e policiamento da fauna. A equipe, no entanto, pode ser convocada para outras missões, uma vez que continua a fazer parte da Força Nacional.
A mesma portaria que criou essa guarda ambiental formalizou ainda o Grupamento Especializado de Busca e Salvamento, também da Força Nacional para operações emergenciais no âmbito da Defesa Civil.
Uma segunda portaria, assinada por Tarso Genro em conjunto com o ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, criou o Grupo Interministerial de Combate aos Crimes Ambientais, do qual participarão a Secretaria Nacional de Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Ibama e o Instituto Chico Mendes.

Regulamentação

A terceira portaria, por fim, regulamenta a atuação da Força Nacional, que poderá ser requisitada por órgãos federais, policiais ou fiscalizatórios (caso da PF e do Ibama, por exemplo). Não será mais necessária a celebração de convênio ou a solicitação expressa ao governador do estado para que a Força entre em operação.

PT e PMDB: união é questão de tempo

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós


De fato, o casamento entre o PT e o PMDB no Pará, celebrado em 2006, não existe mais. Sobrevive uma relação jurídica, baseada no compromisso de campanha eleitoral. Cientes dessa situação, as partes se preparam para o momento da separação, que deverá ser litigiosa. Só não sabem quando o rompimento ocorrerá. Poderá ser motivado por uma circunstância qualquer (a metafórica gota d’água), ou induzido, se o jogo de acomodação se exaurir, como ameaça acontecer a qualquer momento.
Quem freqüenta os bastidores do poder verifica a deterioração da aliança pelas mensagens que circulam de um lado para outro. Os petistas mandam recados aos peemedebistas pedindo de volta os oito cargos (incluindo duas secretarias, de saúde e de obras públicas) que eles ocupam na administração estadual. O deputado federal Jader Barbalho, presidente do partido no Estado, responde que os cargos estão à disposição, mas o PT terá que destituir seus aliados. Enquanto ocuparem suas posições, eles continuarão a trabalhar para se fortalecer visando 2010 e tirar aqueles tipos de proveitos denunciados há pouco pelo senador Jarbas Vasconcelos, do PMDB de Pernambuco.
O que ainda poderia juntar os cacos da coligação vitoriosa na última eleição geral? Uma nova combinação de interesses para 2010. Em tese, essa possibilidade existe: a governadora Ana Júlia disputaria a reeleição, tendo um vice do PMDB, de livre indicação de Jader Barbalho, que seria o candidato a uma das vagas ao senado, deixando a outra para um petista (que seria o deputado federal José Geraldo, ao critério da governadora, ou Paulo Rocha, na perspectiva de Jader).
Simples? Nem tanto. Se, no primeiro mandato, já foi complicado para petistas e peemedebistas acomodar seus interesses, quase sempre excludentes ou mesmo antagônicos, no segundo mandato estará em questão um projeto de poder de longo prazo (oito anos ou mais). Nova temporada com petista controlando as rédeas do poder esvaziará a liderança de Jader e ameaçará a continuidade da oligarquia familiar, mesmo que a renovação da aliança para 2010 inclua a rotatividade em 2014. Quem acredita em compromisso de petista, ainda mais com as perspectivas que se abrem para o partido num caso de nova vitória na eleição do próximo ano?
A tranqüilidade da reação de Jader Barbalho às ameaças de despejo do seu partido no governo tem, talvez, duplo significado. Ele não vê com maus olhos sair da atual administração, que já lhe rendeu bastante, se a aliança com o PSDB de Simão Jatene prosperar: seria uma boa bandeira a usar, de que foi traído pelos seus aliados e por isso reativou a parceria que mantinha com o ex-governador tucano até o rompimento de Almir Gabriel, em 1996. Outra razão para essa despreocupação de Jader seria sua convicção de que Ana Júlia é candidata pesada à reeleição, bem mais difícil do que na disputa de 2006.
A entourage da governadora acha o contrário: aposta que a partir do segundo semestre ela disporá de recursos suficientes para espalhar obras pelos 143 municípios paraenses, com dinheiro do tesouro estadual e do caixa federal. Será uma ofensiva sob controle ainda mais estrito do que a já concentrada gestão que tem caracterizado o governo do PT até agora. O autêntico politburô de Ana Júlia foi constituído à revelia dos organogramas e diagramas oficiais com o objetivo de colocar pessoas de absoluta confiança e estreito controle dela no centro das decisões. E, mais do que das decisões, do fluxo de dinheiro que irrigará as ações públicas – e, claro, derramará também benefícios pelo entorno das obras, inclusive para o caixa da campanha.
É assim que se explica a ação desinibida de secretarias e instâncias oficiais (ou oficiosas), que se espraiam muito além dos limites de sua competência formal para exercer o domínio sobre programas e projetos que serão os vértices da ofensiva governamental. É o caso do ex-cunhado, Maurílio Monteiro, na Secretaria de Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento, do ex-marido, Marcílio Monteiro, na Secretaria de Projetos Estratégicos, e da ex-concunhada (e ex-tesoureira de campanha eleitoral), Joana Pessoa, no Hangar, que funciona para os petistas como a Secretaria de Cultura de Paulo Chaves Fernandes para os 12 anos dos tucanos no poder estadual. Incluindo, é claro, Cláudio Puty na Casa Civil; Raimundo Trindade, na Fazenda, e Fábio Castro e Francisco Cavalcante, na comunicação e na propaganda oficial.
O dinheiro federal do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e da ação anti-crise de Ana Júlia tonificará e iluminará a maestria e os músculos dessa nomenklatura petista, mal adestrados – nas academias – nos exercícios do populismo, do compadrio e do fisiologismo, que fazem a ligação com o eleitor num Estado tão extenso, pobre e complexo como o Pará? Donos da bola, eles saberão jogá-la na hora em que só gritos e desejos não serão suficientes para produzir resultados? A placidez e bonomia de Jader Barbalho diante dos mensageiros do governo parecem indicar seu ceticismo quanto a essa possibilidade.
A história tem surpresas. E Jader nem sempre foi vencedor nas suas previsões e antecipações. Esse é o elemento de mistério e incógnita no pedregoso caminho até 2010. Com ou sem novidade, porém, pode-se ter certeza de uma coisa: qualquer resultado não será bom para o Pará. Muito menos ainda para o seu futuro.

100.000º acesso de IP único foi registrado ontem as 21 horas

Pronto.
O Blog do Estado bateu ontem à noite, como previsto, a marca de 100 mil acessos de IP único em seu primeiro ano de funcionamento.
O centéssimo milésimo leitor que muito honrou o site com sua visita veio da Holanda, conforme atesta o FEEDJIT Live Traffic Feed, sistema de localização que está instaldo na lateral direita do site.
Obrigado, leitores.