O diretor do Instituto Butantan, Otávio Mercadante, que está em Santarém coordenando o III Encontro Butantã na Amazônia, admitiu que ainda não há prazo definido para o início das obras de instalações da unidade avançada do instituto no município de Belterra. O diretor explicou que o órgão está em busca de recursos financeiros junto a iniciativa privada e a organismos de pesquisa na área médica.
"É importante destacar que o aspecto físico é segundo plano, a implantação vai ser uma conseqüência de todo esse trabalho que já estamos desenvolvendo.Por enquanto, estamos na seguinte situação. A União nos doou um terreno no ano passado, de 64 hectares, bem próximo da Floresta Nacional do Tapajós (FLONA), perto da RESEX, de onde do ponto da vista da natureza, interessa muito aos nossos pesquisadores, mas que ainda não foi iniciado já que estamos em fase de captação de recursos", explicou o diretor acrescentando que estão trabalhando para que o instituto seja logo instalado por aqui.
"Acho que a parte física deve estar pronta em um ano, dois anos, por enquanto nós estamos na fase de captação de recursos, por que os gastos são muitos, nós vamos ter a presença de várias fontes, não podemos que contar com o apoio só do governo de São Paulo. Hoje, nós temos, o apoio da Secretaria de Saúde, que é muito forte, mas precisamos de apoio de outros segmentos", ressaltou
Soro em pó - Quanto a produção de soro antiofídico em pó, Mercadante pediu calma e explicou que é um processo lento, requer muitas experiências e cuidados."É um processo de avaliação muito demorado, porque precisa fazer testes em animais, testes em humanos, comparar o soro em pó com o soro líquido. Além disso, verificar quanto tempo ele permanece em soro e saber se pode permanecer fora da geladeira, já que na região a temperatura sempre está acima dos 25 graus, então temos que aguardar. Por enquanto, nós estamos numa fase de completar as pesquisas, mas a certeza que temos é de isso requer cuidado e muito tempo.
Encontro- Desde o último dia 12 de novembro está sendo realizado em Santarém o III Encontro Butantã na Amazônia que conta com a participação de várias instituições de ensino superior da região "Eu acho que a grande novidade desse encontro é a preocupação de levar, consolidar um conhecimento que os próprios alunos adquiriram e fazer com que eles sejam mostrados a população, por isso é que nós teremos uma atividade chamada de "Ciência da Praça", onde nós vamos ter vários parceiros, estudantes inclusive.
Mercandante explicou que o Butantã tem um trabalho que trata dos métodos pelos quais podem ser evitados acidentes com animais peçonhentos. "Nós já produzimos um cartaz e uma cartilha com estes cuidados que estará disponível durante o evento na Praça, além da possibilidade de conversar e ter divulgação desses conhecimentos.
Mercadante disse que uma das novidades do encontro é anúncio do projeto de criação de um museu de animais peçonhentos. "A novidade vai ser isso e também a construção de museu. Em São Paulo, temos um museu de animais peçonhentos. Aqui, teremos animais vivos, demonstração de filmes e materiais de educação", antecipou.
Os Encontros Butantan Amazônia tiveram início em 2006, sempre incluindo atividades didáticas, discussões científicas e extensão das discussões e do conhecimento para a comunidade através de oficinas com estudantes e professores do ensino básico e médio, agentes de saúde e lideranças comunitárias
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