segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

JUSTIÇA- Quando a lei fede


Lúcio Flávio Pinto:
 
Uma juíza do Pará obrigou o Conselho Nacional de Justiça a avançar sobre sua competência e pela primeira vez interferir numa decisão judicial. O caso era muito grave e exigia providência enérgica e imediata. Podia resultar num rombo de R$ 2,3 bilhões ao Banco do Brasil.

O Conselho Nacional de Justiça foi criado há cinco anos e meio como um órgão de controle administrativo do poder judiciário, não podendo interferir em decisões judiciais. Mas na semana passada a entidade decidiu abrir a primeira exceção: a corregedora, Eliana Calmon, suspendeu liminarmente decisão da juíza da 5ª vara cível de Belém, Vera Araújo de Souza. De forma também liminar (isto é, sem consultar a parte contrária), a juíza paraense havia decretado o bloqueio de nada menos do que 2,3 bilhões de reais no Banco do Brasil, a pretexto de garantir o direito de saque de um detentor de duas contas com esse valor.

Todo o desenrolar do processo, submetido ao CNJ pelo banco, foi suficiente para que a corregedora nacional de justiça suspendesse os efeitos da sentença antes que viesse a se consumar o maior golpe individual já praticado contra o principal banco do país. Para fundamentar a intervenção no ato jurisdicional monocrático (ou seja, de competência individual), a ministra Eliana Calmon argumentou que a decisão extravasara “as raias da normalidade e se configurou como manifesta ilegalidade, ferindo o código de ética da magistratura”. Logo, a juíza se tornou suscetível de censura disciplinar, o que é atribuição do conselho.

A interpretação é elástica demais para caber numa leitura estrita das normas do CNJ e das regras do processo judicial, mas a corregedora não teve dúvida em extrapolar seus limites formais para alcançar um objetivo nobre: evitar o saque indevido de um valor fantástico, que seria feito com base em razões não só frágeis como inverossímeis.

Através de Juarez Correa dos Santos, que é seu representante legal, Francisco Nunes Pereira tentou primeiro aplicar o mesmo golpe na justiça do Distrito Federal. Logo ficou provada a falsidade dos documentos que apresentou como prova de que teria R$ 2,3 bilhões em duas contas pessoais no Banco do Brasil. O processo foi extinto sem consideração sequer pelo mérito.

No dia 4 de novembro a mesma ação (um insólito “usucapião especial constitucional”, desviado da busca pela confirmação da posse de uma área de terras para o domínio sobre contas bancárias, fórmula esperta, embora inusitada) foi proposta em Belém e distribuída para a 5ª vara cível. Quatro dias depois, numa tramitação de rapidez rara e surpreendente para o procedimento padrão nesse caso, a juíza Vera Araújo expediu um memorando para que o Banco do Brasil “se abstenha de realizar qualquer movimentação” no valor de R$ 2,3 bilhões, “que se encontra depositado em contas junto a este banco” em nome do autor da ação, “até ulterior decisão”. Fixou em R$ 2 mil ao dia a multa em caso de descumprimento.

A juíza não aceitou reconsiderar sua decisão quando procurada por representante do Banco do Brasil, que lhe apresentou laudos e a decisão da justiça do DF, comprovando a fraude. O porta-voz do banco argumentou ainda que o saque e a transferência dos recursos favoreceriam uma quadrilha interestadual especializada em golpes contra instituições financeiras. Com base na mesma exposição, a corregedora nacional de justiça determinou de imediato a suspensão da decisão.

Ao ser questionada pelo banco, segundo a nota que a assessoria de comunicação do CNJ distribuiu, “a juíza alegou que não encontrava os papéis relativos ao processo e que ‘sofreu pressões de cima’, sem esclarecer de quem e por que motivo”. O processo teria sido extraviado.

Sem conseguir demover a juíza, o banco recorreu da decisão para o tribunal. O agravo foi distribuído para a desembargadora Gleide Pereira de Moura, da 1ª Câmara Cível Isolada, mas ela jurou suspeição. Por sorteio, o processo foi, no dia 7, para a desembargadora Marneide Merabet, que, dois dias depois, indeferiu o pedido do banco para, através de liminar, suspender os efeitos da decisão de 1º grau, mantendo a deliberação da juíza Vera Araújo. Só então, no dia 13 a magistrada pediu informações à sua colega da instância inferior.

O que o banco questionou e a ministra Eliana Calmon acolheu foi um dos princípios da justiça, a prudência. Sem instruir o processo, sem ouvir a outra parte, por meio de liminar, numa tramitação velocíssima, tanto a juíza quanto a desembargadora criaram a possibilidade de um saque bilionário em pleno período de recesso forense, iniciado no dia 20. Com a ordem judicial, os R$ 2,3 bilhões poderiam ser sacados e sumir, “até ulterior deliberação”.

Há mais de três anos, quando a trama foi revelada, suspeita-se de que por trás dessa ação está uma quadrilha audaciosa, embora ainda não identificada. O personagem principal, Francisco Nunes Pereira, é um homem de 47 anos, desempregado há vários anos, que mora em Tatuí, no interior de São Paulo, com um padrão de vida que em nada faz supor seja detentor de tanto dinheiro, capaz de transformá-lo num dos 20 homens mais ricos do país. Ele seria o ardiloso criador da fraude ou apenas o “laranja” à frente dos verdadeiros autores.

O espantoso é que, passado tanto tempo, a possibilidade de um golpe com tal alcance não tenha motivado as autoridades públicas competentes a dedicar um pouco do seu escasso tempo para desvendar o mistério. Nem mesmo depois que a primeira ação foi extinta na justiça do Distrito Federal. Só agora as investigações serão iniciadas, com a remessa dos autos pela Corregedoria do CNJ para a Polícia Federal e o Ministério público Federal.

Se for provada a hipótese até agora mais provável, da tentativa de sacar ilicitamente um valor que equivale a 20% de todo o orçamento do Estado do Pará para o próximo ano, qual a participação dos magistrados paraenses na trama? Erro por ingenuidade ou conivência? Grave erro de ofício ou cumplicidade em algum tipo de fraude, com crime de peculato ou qualquer outro? Pela primeira vez um magistrado do Pará aparecerá diante do público algemado?

De qualquer forma, mais um escândalo nacional envolvendo a justiça do Pará. Só que, desta vez, o âmbito da apuração não será mais estadual, no qual as punições são brandas, quando são aplicadas. Desde a comprovação dos saques que a então juíza Ana Tereza Murrieta praticava nas contas judiciais sob sua guarda, os sucessivos casos de irregularidades e ilegalidades podiam ser tomados como alertas de uma tendência de agravamento. No entanto, a juíza foi promovida a desembargadora por merecimento. Quando aposentada, foi para casa com salário milionário. E mesmo condenada, continua solta, recorrendo em liberdade.

O CNJ já aposentou compulsoriamente a juíza Clarice Andrade, responsabilizando-a pela permanência de uma menor em cárcere coletivo de homens, onde foi submetida a violências. Já a juíza Maria Edwiges de Miranda Lobato, que, no ano passado, mandou soltar um perigoso traficante de drogas dois dias depois que outro juiz, Eric Peixoto, negou a liberdade do réu, preso pela polícia depois de longas diligências, recebeu apenas censura por escrito. O processo contra a juíza criminal Sarah Castelo Branco, que foi ao presídio soltar um preso, também avança por gravidade, se avança.

Sob questionamento de colegas, a titular da 16ª vara penal de Belém, especializada em crimes de imprensa, pediu contagem de tempo e foi apresentada no topo das mais antigas magistradas, ao lado justamente de Vera Araújo de Souza. Não se sabe se para pedir aposentadoria ou tentar subir ao desembargo, seguindo o exemplo da colega Tereza Murrieta.


Mesmo com salários atrasados, médicos não entram em greve

Do Blog do Paju

Em uma reunião com a Pró Saúde, corpo clínico decidiu não paralisar nenhum serviço e aguardar até o dia 27 de dezembro o pagamento de 50% do salário atrasado.

Os médicos do Hospital Regional do Baixo Amazonas do Pará – Dr. Waldemar Penna deveriam receber o salário do mês de novembro até o dia 5 de dezembro. Porém, o corpo clínico normalmente precisa aguardar até o dia 20 de cada mês para receber. Isto faz parte da rotina dos médicos, pois, este prazo dado por eles sempre é utilizado pela direção do hospital para efetuar o pagamento, ou seja, os salários sempre são pagos com atraso.
Porém, no mês de dezembro o prazo máximo para o pagamento não foi respeitado, o que resultou numa ameaça de greve da categoria que atende no Hospital Regional (HR). 

Incomodados, mas ao mesmo tempo preocupados com a saúde da população, os médicos decidiram em uma reunião com a Pró Saúde, no dia 22 de dezembro não concretizar a greve.  Então, ficou acertado que até o dia 27 de dezembro seria efetuado 50% do pagamento, ficando o restante para o dia 10 de janeiro.  Caso isso não ocorra, os médicos devem entrar em greve.

                     Para informar a população sobre a real situação, os médicos fixaram cartazes na frente do HR.

Origem do problema

O Tesouro Nacional normalmente repassa os recursos da saúde pública para o Ministério da Saúde até o dia 2 de cada mês. Em dezembro, uma matéria divulgada aqui no blog do Paju (leia completa) deu conta de que até o dia 13 o pagamento ainda não havia sido efetuado.  O fato ocasionou o atraso no pagamento dos médicos dos Estados.

sábado, 25 de dezembro de 2010

Uma viagem pela Br-163

Velhas pontes de madeira resistem ao tempo

Ponte de concreto já liberada

Ponte de concreto em construção

Leitora do Blog do Estado e tuiteira de mão cheia, Dally Anne está percorrendo neste final de ano a Br-163 desde Santarém até Cuiabá.

A aventureira postou estas fotos sobre a paisagem ao longo da rodovia Santarém-Cuiabá.

Cachoeira próxima a Castelo dos Sonhos

Boiada na pista próximo a Novo Progresso

Acidentes são frequentes na região

Corredeiras próximas a Trairão

Belém: ainda capital?



Lúcio Flávio Pinto
 
Belém ainda possui o maior Produto Interno Bruto do Pará, que em 2007 era de quase 14 bilhões de reais. Mas o PIB de Barcarena já representa quase um quarto da riqueza existente na capital, ou R$ 3,6 bilhões. Nunca um município do interior ocupou posição tão expressiva. A correlação se inverte quando a avaliação é feita pelo PIB/per capita: o de Barcarena (R$ 43 mil) é mais de quatro vezes superior ao de Belém (de menos de R$ 10 mil). A posição de Belém no ranking por esse critério é a 10ª, depois de Barcarena, em primeiro lugar, seguindo-se pela ordem Canaã dos Carajás, Tucuruí, Parauapebas, Marabá, Almeirim, Oriximiná, Benevides e Xinguara.

Dos 10 maiores PIBs per capita do Estado, sete são de municípios que abrigam grandes projetos de mineração e de energia (eles são metade dos 10 maiores PIBs). Isto significa que mesmo não tendo os rendimentos que a maior transformação industrial proporcionaria e privados de receita tributária pela Lei Kandir, que isenta de ICMS a exportação de matérias primas e semi-elaborados, eles continuem os municípios privilegiados pelo ângulo da renda gerada nos seus limites através dos empreendimentos de grande porte.

Pelos próximos anos a tendência ainda será a de que esses municípios continuem a fortalecer suas posições, absorvendo poder que antes se concentrava na capital e incrementando a interiorização do desenvolvimento. Vão depender cada vez menos de Belém e se sentirão em condições de reivindicar mais autonomia, até que possa amadurecer de vez a luta pela emancipação política.

Não significa que esses municípios estejam em condições de obter mais dos grandes projetos que abrigam. Pode acontecer o inverso: de eles se acomodarem com o que já recebem, de grande significação para os padrões paraenses, mas apenas uma compensação diante do valor da produção desses empreendimentos. É aí que Belém poderá se situar, assumindo uma posição de liderança e vanguarda para que o interior cresça ainda mais, tornando-se útil e acatada. Talvez redefinindo o seu papel numa nova ordem espacial, que, de outra maneira, tenderá a excluí-la.

Um tema para reflexão na perspectiva dos 400 anos de Santa Maria de Belém do Grão Pará.

Fichas diversas

Lúcio Flávio Pinto:

Não há crime sem lei que o defina. Nenhuma lei pode retroagir, ainda mais se for para prejudicar o réu. Nenhuma lei eleitoral pode entrar em vigor no ano em que houver disputa eleitoral.

A emenda popular, com 1,3 milhão de assinaturas a referendá-la, não colidia com nenhum desses princípios jurídicos, com tutela constitucional e amparo no direito universal dos povos. Mas passou a ser, no mínimo, controversa, quando foi emendada pelo deputado federal petista José Eduardo Cardozo (indicado para ser ministro da justiça de Dilma Rousseff), com um propósito específico: impedir que o ex-governador Joaquim Roriz voltasse ao comando do Distrito Federal, que disputaria com um candidato do próprio PT.

O casuísmo que modificou o texto íntegro do projeto de lei da ficha limpa (ou suja, conforme o ângulo) abriu um campo enorme à subjetividade, que conduz a interesses pessoais, negociações de bastidores e todos os tipos de manipulações pelo bem comum atrás dos quais podem estar atores nada beneméritos. O resultado foi uma sucessão de acontecimentos que provocaram, dentre outros efeitos, o aprofundamento da desmoralização da corte suprema da justiça brasileira, no expurgo de figuras maléficas da vida pública brasileira, como Jader Barbalho, mas na manutenção de outras de igual estatura, como o ex-governador paulista Salim Maluf e o matogrossense Pedro Henry, um dos vértices do “mensalão”, ambos diplomados deputados federais.

O caminho teria sido reto e expressaria a vontade popular se o texto original não tivesse recebido a vírgula colocada pelo homem que, daqui a alguns dias, será responsável pelos assuntos na justiça no governo da primeira mulher a assumir a presidência da república no Brasil, um país que não faz revolução e não consegue executar reformas sérias.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Novos secretários de Jatene


Secretário da Fazenda - Jose Tostes
Secretario especial de projetos estrategicos - Sydney Rosa 
Chefia da Casa Militar -Ten Cel Fernando Noura
Delegado geral de Polícia Civil, Nilton Atayde
Comando geral da PM - Cel Mario Solano  
Superintendente da Susipe - Major Francisco Bernardes

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Manchetes do Jornal Pessoal, de Lúcio Flávio Pinto, que estará nas bancas amanhã, em Belém

Quando a lei fede

As transições críticas: do nada a lugar algum

Maiorana: parceiro da Polícia Federal

Eclusas limitadas

Capital: ainda capital?

A Amazônia que morre

Guimarães Rosa e o pai: correspondência inédita

Mariano de luta

Cony: o herói que não foi

Cosanpa inaugura obras nos bairros Conquista e Elcione Barbalho em Santarém

Do Blog Mocorongo:

Governadora com o presidente e servidores da Cosanpa de Santarém
Moradores dos bairros beneficiados assistiram e comemoraram inaugurações

Ao final da tarde de ontem (20), em Santarém, a governadora Ana Júlia Carepa, o presidente da Cosanpa, Sérgio La Roque, a prefeita de Santarém, Maria do Carmo Martins Lima, representantes de entidades comunitárias e moradores dos bairros Elcione Barbalho, Conquista e Maracanã participaram da solenidade de inauguração de obras executadas pela Companhia de Saneamento do Pará, com recursos do PAC e do governo do Pará, que irão disponibilizar aos habitantes do bairro Elcione Barbalho, Maracanã e Conquista, água de excelente qualidade. (Fotos: Wsnand Ribeiro)

Jatene adia anúncio de novos nomes


A coletiva convocada pelo governador eleito Simão Jatene para as 11 horas foi cancelada.
Jatene iria anunciar o nome dos integrantes da futura cúpula de segurança e os cargos que seriam ocupados pelo PMDB.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Aprovado orçamento geral do estado para 2011

Belém- O Projeto de Lei 135/2010 do Executivo que estima a receita e fixa despesas para o exercicio de 2011 foi aprovado na sessão desta segunda feira, 20, da Assembléia Legislativa, presentes 34 deputados estaduais, posto que quatro estavam de licença e três ausentes. 

A votação foi precedida de algumas discussões, como é de praxe, e entre os parlamentares que usaram da tribuna, esteve o deputado Italo Mácola para dizer que no "encerramento da legislatura estava a peça orçamentária muito bem conduzida pela presidente da Comissão de Finanças, deputada Simone Morgado, e amplamente discutida nesta Casa, inclusive com a presença do Governador eleito, o que mostra o prestigio deste parlamento".
 
Italo aproveitou para referir-se a uma polêmica recente com o deputado petista Carlos Bordalo lembrando que "em 2006, quando o Governo Simão Jatene administrava, faltou o Governo Federal repassar a última parcela, mais ou menos no valor de 120 milhões, referente à Lei Kandir".
"O que nós queremos, finalizou, é o bem do Pará, e que o Governo de Simão Jatene seja abençoado para que possamos daqui a 4 anos estarmos aplaudindo".
 
O Orçamento Geral do Estado para 2011 tem um valor total de 12 bilhões e 400 milhões, sendo maior que o deste ano em 10,8% graças às emendas e correções que foram feitas nos últimos dias, depois que Simão Jatene esteve na Alepa, incluidas no relatório da deputada Simone Morgado, lido e aprovado em plenário.

Brecha legal justifica assentamento na floresta

AE - Agência Estado
O assentamento de famílias sem-terra em área de floresta nativa na Amazônia se vale de uma brecha legal, informou o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Em 1999, portaria do próprio ministério proibiu novos assentamentos em áreas de floresta e determinou que a reforma agrária se desse em áreas já desmatadas. A mesma portaria prevê exceções para assentamentos agroextrativistas, que se dedicam à extração de látex ou castanhas, por exemplo.

"Por analogia, o Incra também pode criar assentamentos ambientalmente diferenciados" em área de floresta amazônica, alegou a assessoria do ministro Guilherme Cassel, que adiantou que a mudança da regra está em estudo.

O ministério foi questionado sobre a desapropriação da área de 175 km2 no norte do Mato Grosso, dos quais 142 km2 são florestas nativas, para assentamento de reforma agrária. Segundo reportagem publicada na edição de ontem no jornal O Estado de S. Paulo, os donos da fazenda Mandaguari têm prazo até os primeiros dias de janeiro para retirar quase 5.000 cabeças de gado da propriedade, considerada improdutiva porque não explora mais do que 20% das terras.

Função social - Desde 2001, a lei ambiental manda que propriedades no bioma Amazônia preservem 80% da vegetação nativa, mas essa regra não foi levada em conta no laudo do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), que identificou o descumprimento da função social da terra. A desapropriação foi decretada em 2004 pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O Ministério do Desenvolvimento Agrário se ateve ao artigo da portaria que proíbe o corte raso em florestas primárias pelos assentamentos. E alega que estimulará o manejo florestal comunitário nos 142 km2 de floresta nativa da fazenda Mandaguari, no município de Porto dos Gaúchos.

O argumento apresentado pelo ministério foi acatado pelo desembargador federal Carlos Olavo, do Tribunal Regional Federal, que concedeu ao Incra a posse da terra, "liminarmente e em caráter provisório", depois de uma longa batalha na Justiça. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Padre Edilberto completa hoje 40 anos de ordenação presbiteral


O padre Edilberto Sena, diretor da Rádio Rural de Santarém, completa hoje 40 anos de ordenação presbiteral a serviço do povo de Deus. 

Em rápida mensagem enviada ao Blog do Estado, Edilberto escreveu: "Olhando para trás vejo que Deus me segurou e guiou por caminhos diversos e aprendi a interpretar o mundo que necessitamos e a combater o mundo perverso do capitalismo".

Guerra pela chave do cofre motivou a saída Rosilane da Sefin

Miguel Oliveira
Editor

A ex-secretária de Finanças de Santarém Rosilane Evangelista está sendo ouvida neste momento pela direção municipal do PT para explicar os motivos de sua exoneração do cargo pela prefeita Maria do Carmo, na última quarta-feira, notícia que o leitor do Blog do Estado soube em primeira mão.

Mas o Blog do Estado antecipa, também com exclusividade os verdadeiros motivos da queda Rosilane Evangelista:

1- Divergências da ex-titular da Sefin com o então secretário de planejamento Everaldo Martins Filho começaram quando O Estado do Tapajós revelou, em 2007, a recusa de Rosilane em conceder uma certidão negativa a empresa em débito com o fisco municipal, a pedido de Everaldo.
2-Embora o caso da certidão tenha sido contornado, as relações de Everaldo com Rosilane nunca mais foram as mesmas. Houve um afastamento entre os dois.
3-A prefeita Maria do Carmo naquele episódio da certidão saiu, internamente, em defesa de Rosilane.
4-Após a reeleição de Maria, Rosilane manteve-se na Sefin mesmo na interinidade de José Maria Tapajós. Foi a responsável pela 'guarda' de recursos federais que tinham sido liberados no final no primeiro governo de Maria, mas que não foram usados pelo prefeito em exercício José Maria Tapajós.
5- No segundo governo, Everaldo e Rosilane mantiveram a cordialidade, mas já era notória a quebra de confiança que Everaldo nela depositava desde que a levou para a Sesma, em Belém, na administração de Edmilson Rodrigues.
6-Após o resultado das eleições deste ano, quando todos os candidatos apoiados pelo grupo da prefeita Maria do Carmo foram derrotados no Pará e em Santarém(Ana Júlia, Paulo Rocha e Carlos Martins), Maria pediu que Everaldo retornasse imediantamente ao Planejamento.
7-Everaldo, embora tivesse concordado em retornar à prefeitura somente em janeiro, fez uma exigência à irmã: o controle absoluto das finanças públicas municipais.
8-A prefeita Maria do Carmo informou à Rosilane que ela permaneceria no cargo em 2011, mas que seu trabalho na Sefin se resumiria à arrecadação de tributos. Caberia à Semplan o controle e a distribuição das receitas.
9-Rosilane não concordou com a proposta de imediato. Pediu tempo para pensar. Há cerca de 30 dias, em outro contato com Maria, e vendo que o cerco se fechava contra seu trabalho, informou à prefeita que preferiria deixar logo o cargo, no que a prefeita não concordou e pediu um tempo.
10-Nesse ínterim, Everaldo já começava a articular sua volta e, autorizado pela irmã, viajou a Brasília, mesmo estando ainda na condição de Chefe da Casa Civil, para tratar de assuntos financeiros da prefeitura de Santarém.
11- Quando soube do ocorrido, Rosilane procurou novamente a prefeita e entregou o cargo, alegando que seu gesto evitaria 'problemas no futuro'. Maria, mas uma vez, empurrou a crise com a barriga.
12- Na última segunda-feira, ao ser citada por um oficial de justiça para integrar aos quadros da prefeitura o filho de Rosilane, aprovado em concurso público, Maria telefonou à ainda titular da Sefin para reclamar do ocorrido. Houve bate-boca, troca de ofensas entre a prefeita e a secretária que, mais uma vez, pediu exoneração.
13- Cerca de meia hora após o ocorrido, Maria telefonou à Rosilane e, em rápida conversa, disse-lhe que "aceitava seu pedido de exoneração".
14- No dia seguinte, houve uma conversa entre Maria, Inácio Corrêa e Rosilane, mas o fato já estava consumado.