domingo, 17 de fevereiro de 2008

Turismo e o Carnaval

Adenauer Góes
Articulista de O Estado do Tapajós

Trata-se de momento que merece avaliação reflexiva, pois o povo brasileiro, na sua grande maioria tem por excelência índole de folião, é impressionante como o espírito da diversão e de liberdade se apodera das pessoas neste período momesco. Não vou deter-me neste artigo em desvendar as causas deste fenômeno,mas o fato é que cada um a sua maneira transforma-se e extravasa nestes dias,alguns até de forma extravagante.
A palavra carnaval é oriunda do italiano carnevale (vale da carne), festival anual que tinha inicio no dia de Reis e terminava na Quarta -Feira de Cinzas,sendo dedicado a festas profanas e apresentando ligação com a Catarse,oriunda dos Gregos e ligada à purgação,purificação,o que do ponto de vista psicológico significa liberação de fortes emoções e traumas,trazendo alivio e conforto pessoal.O carnaval,construiu,ao longo dos tempos,desde a antiguidade,sua própria história, a qual está intimamente ligada aos costumes e cultura de cada região, e é assim que deve ser,nada de importarmos a mesma formula, devemos dourá-la com nossa amozônicidade e oferecermos alternativas ao mercado.Neste sentido o Brasil desenvolveu produto único,tendo por base a beleza de nossa gente e a diversidade de nossa cultura e natureza.
O Turismo é conceituado como atividade produtiva a partir do momento em que o cidadão desloca-se de seu lugar de origem e passa pelo menos uma noite em seu novo destino, é fácil então concluir o quanto esta época beneficia esta atividade, pois um contingente impressionante de pessoas movimenta-se nas mais diversas direções, não apenas com a finalidade de participar de ações ligadas diretamente ao carnaval, mas também a lazer, descanso e até para retiros espirituais aproveitando o período de folga. Trata-se de momento de muita efervescência, em especial para o chamado turismo interno, pois os foliões não viajam para o exterior, pelo contrário, o turista internacional, é que vem para o Brasil, que se destaca e mostra-se imbatível em relação à concorrência.O Rio de Janeiro é a referência no carnaval profissional seguido de São Paulo, enquanto a Bahia e Pernambuco despontam nos circuitos populares puxados pelos trios elétricos e frevos.O restante do País assiste pela televisão, com cada estado divertindo-se e apresentando-se a sua maneira.
O Rancho Não Posso Me Amofiná, em 1934 foi a primeira Escola de Samba fundada em Belém, com os desfiles de avenida começando de fato em 1957, atualmente, depois de aproximadamente 10 anos de período desestimulante, o carnaval parece dar sinais de recuperação, pois o setor público, em especial o municipal, de forma equivocada ao invés de funcionar como facilitador e animador de um processo, quis intervir e ditar o rumo que a cultura deveria seguir deu no que deu com brigas e desavenças que em determinado momento levaram as escolas e blocos de Belém a desfilarem em outro município.
Enquanto isto vários municípios do nosso interior viram neste fluxo de pessoas uma grande oportunidade de incrementar sua economia e passaram a estimular este momento propiciando verdadeiras invasões momescas, com referencias especiais para Vigia, Cameta, Abaetetuba, Curuçá, Marapanim, Bragança, Santarém e Òbidos no Pólo Tapajós.
É fundamental também ter responsabilidade com a própria saúde, os excessos, sejam eles de que ordem for costumam trazer ressaca, a qual pode ser muito forte, muitas das vezes ultrapassando a quarta feira de cinzas e levando muitos foliões vitimas da ¨catarse¨do carnaval aos hospitais, deixando dissabores que nem o tempo é capaz de apagar.

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