terça-feira, 15 de abril de 2008

Beatitude do PT

Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal e articulista de O Estado do Tapajós

O PT é o partido salvífico e os petistas acham que formam o povo escolhido. Reduzem o Brasil que presta a eles mesmos. Imaginam-se cobertos pelo manto invisível da predestinação, de filhos da história, que lhes permite agir com desenvoltura, mesmo quando cometem pecados tão condenáveis quanto os daqueles para os quais se apresentam como a alternativa saudável. Tudo que for atirado contra eles, não colará. São imaculados por origem, geneticamente destinados a ser a fonte da esperança e da utopia.O caso dos cartões corporativos, por exemplo. Foi no governo Lula que surgiram os mecanismos de controle e transparência, que deram ao cartão, criado em 1998 e implementado só em 2001, último ano do mandato de Fernando Henrique Cardoso. Antes, as despesas pessoais da cúpula da tecnocurocracia federal eram matéria sigilosa, fora do alcance dos cidadãos. Ao mesmo tempo, porém, o governo do PT introduziu uma novidade: os saques dos cartões em dinheiro vivo. Dos 78 milhões de reais que irrigaram os bolsos dos apparatchicks que ordenam pequenas despesas (contra R$ 8,7 milhões em 2003, primeiro ano de Lula), R$ 58 milhões (mais de dois terços do total) foram sacados na boca do caixa por 11,5 mil funcionários.Com essa liberalidade toda, queriam o quê?

Sem saída

O sociólogo paulista (por nascimento) Fernando Henrique Cardoso fez um mal irremediável ao país quando conseguiu extrair do congresso, à base de muito fisiologismo, a reeleição do presidente da república. O operário paulista (por adoção) Luiz Inácio Lula da Silva está completando o mal, supinamente agravado, com os ensaios da re-reeleição, elucubrados pela sedução da miséria remediada e dos ganhos desproporcionais da elite.
Não adianta correr nem ficar: o bicho vai pegar e vai comer. Quem? O Brasil.

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