sábado, 19 de abril de 2008

CIANOBACTÉRIAS NÃO SÃO ENCONTRADAS NAS ÁGUAS DO TAPAJÓS

Gisele de Freitas
Repórter

A professora Rosane Aguiar, da Universidade Federal de Viçosa (UFV), analisou amostras de água do rio Tapajós e não constatou a presença de cianobactérias, que podem ser prejudiciais à saúde humana. De acordo com ela, há indícios da presença das mesmas no rio, inclusive nas águas do Lago Verde que banham Alter do Chão, mas as chuvas devem ter sido responsáveis por espalhar as bactérias de forma com que as mesmas se diluíssem nas águas. Rosane pretende analisar outras amostras, ela afirma que algum órgão governamental deve se responsabilizar por analisar periodicamente as águas e informar aos banhistas quais as condições das mesmas. As cianobactérias apresentam-se em uma forma esverdeada, conhecidas popularmente por limo, mas nem todo o limo contém as bactérias.
Segundo Rosane, as cianobactérias são extremamente boas para a vida aquática, elas produzem oxigênio e servem de alimento para peixes, alevinos e moluscos, porém, o aumento da poluição dos rios, através de resíduos que são prejudicais ao meio ambiente está levando estas bactérias a se reproduzirem de forma excessiva. De acordo com a professora, a presença de fósforo e nitrogênio nas águas contribui para a proliferação destas bactérias. "As cianobactérias não são problemas quando não se encontram em quantidade excessiva, mas quando há muito, acaba formando florações que produzem toxinas nocivas para pessoas e até mesmo para os animais aquáticos" destacou.
Quando há toxinas nas florações, o contato com as bactérias pode causar coceiras, irritações na pele e olhos e conjuntivite. No caso de ingestão da água contaminada os efeitos podem ser de problemas estomacais, vômitos, diarréias e até óbito se uma quantidade excessiva for ingerida. A professora recomenda que as águas que estiverem com presença substâncias esverdeadas não devem usadas por banhistas, apesar de nem todas serem nocivas, em alguns casos, os limos são apenas substâncias derivadas de algas. "O banhista deve evitar por que na hora não há como distinguir onde há floração de cianobactérias e onde não há. Aquela água verde não é aconselhável para banhistas".
Rosane explica que isto não deve ser motivo para afugentar os turistas da região das praias, mas que algum órgão do governo deve se responsabilizar pelo monitoramento das águas periodicamente em todos os balneários da região e informar aos banhistas onde o banho não é aconselhável, como já acontece em alguns estados brasileiros.
No caso dos banhistas, pescadores ou população ribeirinha encontrar resíduos verdes em grande quantidade nas águas devem comunicar imediatamente algum órgão do governo. "Não encontramos ainda nestas amostras, mas há indícios de que haja as cianobactérias nas águas do Tapajós. Alguns moradores já encontraram resíduos esverdeados em excesso em algumas praias, podem ser florações mas não temos a confirmação. Acreditamos que o excesso de chuvas deve ter diluído estes resíduos. Se não houvesse poluição nos rios estes casos não ocorreriam".
A professora afirma que discutiu o assunto com o professor Nelson Soares Wisnik, e ambos deverão pensar em um projeto em parceria para esclarecer o assunto e identificar ou não estas bactérias nas águas tapajônicas.

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