domingo, 20 de abril de 2008

Jader anuncia Priante como candidato do PMDB a prefeito

Do Espaço Aberto:

O ex-deputado federal e ex-candidato do PMDB ao governo do Estado nas eleições de 2006, José Priante, será o candidato do partido à Prefeitura de Belém no pleito de outubro. E não haverá qualquer “negociação preferencial” com o PT na eventualidade de um segundo turno.O anúncio de que Priante será mesmo cabeça de chapa foi feito pelo deputado federal Jader Barbalho, presidente regional do PMDB, em declarações publicadas neste domingo em três notas que abrem a coluna “Repórter Diário”, do Diário do Pará, um dos veículos que integram o grupo de comunicação do parlamentar.
As notas deixam claras duas coisas.
Primeiro, que Jader ligou os seus radares e deu como definitivamente inviabilizada qualquer aliança entre PMDB-PT, sob as bênção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, desde o Diretório Municipal do PT decidiu em sua plenária, na última sexta-feira (18), lançar oficialmente no dia 28 de maio próximo a candidatura do ex-secretário de Educação Mário Cardoso a prefeito de Belém.
Segundo, Jader e toda a cúpula do PMDB no Estado não digeriram as críticas e acusações que Mário Cardoso fez ao partido e a Priante, em entrevista que o Espaço Aberto divulgou na última sexta-feira. Em declarações ao blog, o petista anunciou – 24 horas antes da plenária de seu partido – que sua candidatura a prefeito de Belém é irreversível e proclamou que “Priante mente ao dizer que tem apoio de Lula”. Afirmou ainda que tem densidade eleitoral até maior do que a do ex-deputado e cobrou do peemedebista explicações sobre o dinheiro que tem financiado de outdoors afixados em vários pontos de Belém, nos quais Priante diz ter apoio de Lula à sua candidatura a prefeito.
Jader destila ironias ao referir-se ao PT. “Politicamente, o PMDB nasceu muito antes do PT”, espeta Jader - conforme registra a primeira nota da coluna “Repórter Diário” -, atribuindo pouca ou nenhuma importância aos acenos da deputada Regina Barata e de Cardoso, que mencionaram a possibilidade de uma dobradinha entre PMDB-PT no segundo turno, reeditando a que foi levou a governadora Ana Júlia Carepa à vitória, na eleição de 2006. Completa a nota: “‘O segundo turno será outra eleição’, afirmou o líder do PMDB, ao sepultar negociação preferencial com o PT em Belém.”
A segunda nota da coluna, sob o título “Hostil”, diz o seguinte: “Barbalho considerou inabilidade política inaceitável o ataque disparado na sexta-feira pelo ex-secretário Mário Cardoso contra o deputado José Priante. ‘Quem pretende negociar não precede a negociação com hostilidades’, ensinou Barbalho, ao descartar a composição com o PT. Priante, segundo o líder do PMDB, levará para a corrida sucessória em Belém o capital eleitoral acumulado na última eleição para o governo estadual e, em torno dele, apoio incondicional e empenho redobrado de seu partido.’
A terceira nota informa que o deputado federal Paulo Rocha “telefonou ontem (19) ao ex-deputado José Priante, pré-candidato do PMDB a prefeito de Belém, pedindo que o mesmo interpretasse as manifestações de Cardoso como ponto de vista isolado, já que a maioria do PT, segundo Rocha, mantém o interesse de estar junto com o PMDB nas próximas eleições em Belém.”
PT fez Jader mexer logo suas pedras no tabuleiro
O mal-estar causado pela entrevista de Mário Cardoso já havia ficado evidente entre vários peemedebistas ainda na sexta-feira. Priante mesmo sentiu o impacto das declarações. Mas demonstrava bom-humor, ao contactar com o blog no início da noite daquele dia. Chegou a manifestar-se surpreso com os ataques de Cardoso, por quem nutre apreço pessoal, segundo revelou, mas considerou que a aspereza das palavras refletiu muito mais um desabafo, uma posição pessoal, do que propriamente um posicionamento político decorrente de avaliação institucional, partidária.
“Se o professor Mário Cardoso quer brigar comigo, eu não quero brigar com ele”, chegou a dizer Priante ao blog. Ao que parece, o deputado Jader Barbalho também não pretende brigar com Mário Cardoso e nem com o PT, mas tratou logo de mexer suas pedras no tabuleiro, diante do xeque-mate que os petistas deram do lado de lá, com as deliberações adotadas pela plenária convocada pelo Diretório Municipal, inclusive a de fixar a data de 28 de maio para lançar a candidatura de Mário Cardoso. Um mês antes, aliás, do prazo fatal de 30 de junho estipulado pela Justiça Eleitoral para a realização de convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a prefeito, a vice-prefeito e a vereador.

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