sábado, 5 de abril de 2008

A “medicina-mercado” no Pará

Eduardo Sales

Segundo o presidente do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Pará, José Antônio Cordero da Silva, o Estado, com 143 municípios, tem 40% de suas cidades localizadas na região metropolitana de Belém e 65% dos médicos registrados estão nessa região. Ele informa que em 40 municípios do interior do Pará não há médicos residentes nas cidades, e viajam todos os dias do trabalho para a residência e vice-versa. No interior desse estado, observa-se a maior “desproporção” média da relação médico/habitante do país (1/4.466 hab.).
Além da falta de fiscalização da prefeituras paraenses, ele aponta para os problemas eleitoreiros locais. Nas pequenas cidades, há relatos de médicos que eram orientados a atender somente os eleitores dos prefeitos. “Somado a isso existem problemas contratuais em que os médicos começam a receber R$ 16 mil, cai pela metade, até se chegar ao calote”, afirma o Cordero.
Ele lembra, no entanto, que o médico não é um super-herói e que precisa de uma estrutura mínima para exercer sua função. “Nosso código de ética diz que o médico não é obrigado a trabalhar em um lugar que não tenha os recursos que possibilitem o trabalho”, diz.

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