sábado, 17 de maio de 2008

Atoleiros se multiplicam na Santarém-Cuiabá

Paulo Leandro Leal

O prolongamento do inverno amazônico na região oeste do Pará está castigando a rodovia Santarém-Cuiabá (BR-163), causando a formação de atoleiros quilométricos. Geralmente no Mês de maio as chuvas diminuem bastante e a estrada começa a "secar", pondo fim ao sofrimento do inverno para quem precisa da estrada para viajar, transportar produtos ou escoar a produção agrícola. Mas este ano, as chuvas não diminuíram e continuam caindo em toda a região.
Os piores trechos estão entre as cidades de Santarém e Rurópolis e depois até Novo Progresso. Entre Rurópolis e Itaituba, em um trecho que a rodovia passa por dentro da Transamazônica (BR-230), um atoleiro com mais de um quilômetro de distância se formou. Os carros só passam puxados por tratores, que cobram até R$ 150 reais para desatolarem um veículo. Os caminhões que transportam comida, combustível e outros produtos ficam atolados dias e até semanas nos atoleiros.
É comum carros tombados nas margens da rodovia. Trafegar nos dias de chuva é uma verdadeira loteria, pois a estrada fica escorregadia e perigosa. Em muitos trechos a estrada some, dando lugar a um cenário de guerra, com imensos buracos e lama para todos os lados. Em outros locais, a água começa a minar no meio da estrada e corre pelo seu leito, impedindo qualquer trabalho de recuperação e criando atoleiros praticamente intransponíveis.
A comerciante Antonia Firmina, 52, viajou de Rurópolis a Itaituba no meio desta semana. Ela conta que teve que caminhar cerca de dois quilômetros em um atoleiro, para conseguir seguir viagem. "O sofrimento é grande, mas temos que viajar", lamenta a comerciante. Todos os dias é comum ver, crianças, aposentados, e mulheres grávidas e mães com recém-nascidos atravessando os atoleiros.
De Novo Progresso até o entroncamento com a BR-230, um trecho de cerca de 370 quilômetros, a viagem pode demorar até três dias. Além dos atoleiros, as pontes velhas de madeira representam um risco aos motoristas. Os moradores reclamam que o governo não libera recursos para a recuperação da estrada no verão, o que dificulta ainda mais a situação durante o inverno.
Solução - A BR-163 tem 1.777 Km de extensão, foi aberta no governo militar e é considerada a estrada mais importante para desenvolvimento do oeste do Pará e norte do Mato Grosso. Já recebeu promessa de asfaltamento de quatro presidentes e virou prioridade no governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que lançou até um plano ecológico para asfaltá-la totalmente até 2010.

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