terça-feira, 3 de junho de 2008

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Acontecimentos (de 1961)

Em abril, os santarenos ficaram curiosos com o aparecimento de um helicóptero estrangeiro, que passou a fazer vôos a partir da base montada no aeroporto da cidade. De comentários reservados, a notícia se espalhou em muitos boatos e chegou ao plenário da Assembléia Legislativa, em Belém, e às autoridades.
O deputado Benedito Monteiro, representante de Alenquer, denunciou que o aparelho estava clandestino. Mas o responsável pelo comando da 1ª Zona Aérea, coronel (depois brigadeiro) João Camarão Teles Ribeiro, tratou de esclarecer que o helicóptero tinha autorização legal para ficar no Brasil, concedida em 1952, quando Getúlio Vargas ainda era o presidente da república.
O aparelho estava executando parte de um extenso programa do Serviço Geodésico Interamericano dos Estados Unidos, de acordo com o governo brasileiro, para preparar mapas topográficos e cartas aeronáuticas das Américas.
Um oficial americano chefiava a equipe encarregada da instalação de uma estação de rádio na cachoeira do Maicuru, em Monte Alegre, 120 quilômetros a leste da cidade. Ela seria um dos pontos de referência para um trabalho que duraria seis meses, envolvendo o governo americano e a FAB, em Belém, como parte do acordo entre os dois países: a elaboração de novos mapas da América do Sul, mais precisos do que os anteriores. A área amazônica seria coberta por várias outras estações.
O missionário batista da Missão Equatorial do Baixo Amazonas, Bruce Oliver, serviu de intérprete para o militar americano.

Nenhum comentário: