segunda-feira, 2 de junho de 2008

Secretária de educação nega agressão, mas é desmentida por testemunha

GISELE DE FREITAS
Repórter


A secretária municipal de educação Lucineide Pinheiro se defendeu, quarta-feira, da denúncia de agressão publicada por O Estado do Tapajós feita por Vilberto Sá, o Betinho, assessor do vereador Valdir Matias Junior. Lucineide negou todas as acusações e afirmou que apenas cumprimentou o assessor com tapinhas no peito, como cumprimenta qualquer outra pessoa e que não lhe proferiu nenhuma palavra de baixo calão, mas confessou ter dito que o vereador Valdir Matias não poderia cobrar nada em relação à educação por ser filho da ex-secretária, a qual culpa por tudo o que a Semed não realizou ainda hoje, três anos e meio depois de Lucineide ter assumido. Ela se diz vítima de perseguições políticas e até de ameaças.
Mas uma testemunha do fato denunciado por Betinho, o comunitário Elieudo Lira Paz, de Bela Vista do Rio Moju, testemunhou em favor de Vilberto Sá na tarde da última sexta-feira (30). O comunitário afirmou que a secretária não cumprimentou Vilberto e que ela saiu do gabinete já agredindo o assessor com tapas e no peito e dizendo que o vereador não tinha moral para cobrar nada e que possuía um relatório de erros cometidos pela ex-secretária e que poderia divulgar a qualquer momento. "O Betinho ficou constrangido e nos pediu para sair da sala, não sei o que tinha esta mulher, mas ela estava estressada. Nós até nos surpreendemos, uma pessoa da educação tratar um assessor deste jeito e na frente de todo mundo".
Lucineide afirmou que não partiu para cima do assessor, mas confessou ter dito a Vilberto que a Semed não perseguia ninguém e que o vereador Valdir Matias não poderia fazer cobranças. "Não disse que o vereador não tem moral como estão dizendo, apenas falei que ele não tem moral para cobrar nada no sentido da educação ainda mais em relação ao transporte, pois a mãe dele foi a última secretária e só levou o transporte para 54 trechos e hoje já são 140" afirmou a secretária.
Mais uma vez Lucineide é desmentida pela testemunha. Elieudo acusou Lucineide de conhecer os problemas com transporte na região há muito tempo e de nunca ter recebido os comunitários para tratar do problema. "Nós nunca fomos atendidos esta foi a primeira vez e nem foi ela que falou conosco, foi o assessor dela. Cada vez que a gente vem aqui na cidade reclamar disto ficam nos mandando de um lado para o outro, se um vereador não apóia nunca que eles nos atendem. Ela também não pode dizer que não sabia que as nossas crianças caminham 14 KM por dia, já entregamos vários abaixo assinados, só se rasgaram e não entregaram para ela, o que eu não duvido" afirmou Elieudo.
Na entrevista, Lucineide garantiu que não houve briga com o assessor, mas não explicou porque falou sobre o vereador a Vilberto. Mesmo após ter se irritado com a denúncia feita pelo assessor, a secretária continuou afirmando que a Semed está aberta para todos os vereadores, incluindo a oposição, o que não deve incluir Valdir Matias, uma vez que de acordo com a própria Lucineide, por ser filho da ex-secretária, o vereador não tem o direito de fazer cobranças e apontar irregularidades em sua gestão.
A secretária garantiu que os comunitários não precisam de vereador que os encaminhe para atendimento na Semed e que teria afirmado a Vilberto que as portas estão abertas para estas pessoas e que elas sempre são atendidas, dispensando a presença do assessor na secretaria. "Agora não precisa que os comunitários venham com vereadores, nós sempre os atendemos e ouvimos as reclamações e sempre que temos verba fizemos, quando não tem, a gente diz para eles que terão de esperar mais" afirmou a secretária.

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