quarta-feira, 16 de julho de 2008

Memória de Santarém - Lúcio Flávio Pinto

Estado do Baixo-Amazonas

Em 1963 o deputado Alfredo Gantuss, do PTN, propôs na Assembléia Legislativa a criação do Estado do Baixo-Amazonas, com o desmembramento do território do Pará dos municípios de Faro, Oriximiná, Óbidos, Juruti, Alenquer, Santarém, Itaituba, Aveiro, Monte Alegre, Prainha e Almeirim. A capital seria em Santarém.
O projeto não foi aprovado.
Jaime Carvalho, sob o pseudônimo Jarvalho, saudou em artigo de jornal a idéia, que permitiria ao novo Estado "ocupar um lugar mais destacado, de maior importância" no país. Enumerou os benefícios da iniciativa, que constituiu as reivindicações da terra:
"Faça-se do Baixo Amazonas um Estado, instale-se em Santarém uma faculdade de direito, de filosofia, de agronomia, sedie-se aqui um batalhão do Exército, construa-se o porto e a hidrelétrica de Curuá-Una e teremos uma região aparelhada devidamente para progredir e enfileirar-se ao lado das mais adiantadas unidades da federação brasileira".

Desvio de animais

Em 1963 o Estabelecimento Rural do Tapajós, que sucedeu a Companhia Ford em Belterra, passando a funcionar como centro de fomento à atividade produtiva, embarcou seis bovinos da raça Red Shind para São Paulo. O fato provocou protestos e denúncias, que levaram a Superintendência de Política Agrária do governo federal a instaurar inquérito. Ao depor no processo, Aurélio Imbiriba da Rocha confirmou as informações que fora o primeiro a divulgar e que repercutiram na Câmara de Vereadores, como se os animais tivessem sido desviados no caminho.
Aurélio, que no ano seguinte assumiria o cargo de administrador do ERT, para o qual foi nomeado, esclareceu que não fez referência a desvio e sim a embarque de animais, "o que, afinal de contas, não deixa de ser mesmo um desvio, porque a transação, embora efetuada legalmente, representa espoliação de direitos líquidos e certos da pecuária regional, pois, enquanto o ERT vende, dá ou empresta animais de alta linhagem destinados ao Sul do país, os criadores radicados na área amazônica continuam a enfrentar toda sorte de dificuldades para a melhoria de seus rebanhos".

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