quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Memória de Santarém- Por Lúcio Flávio Pinto

Baile em Belém

No número 299 da avenida Braz de Aguiar funcionava um hotel, o Januvalle, que em 1958, durante o jantar dançante que realizava todos os dias, homenagearia o conjunto musical Os Mocorongos, “o mais afamado de Belém”. O violonista Sebastião Tapajós era um dos integrantes do conjunto, formado por santarenos. Era exigido o traje passeio completo (paletó e gravata). Era o traço sofisticado da cidade.
Por incrível que pareça, os “amplos salões” do Teatro da Paz eram abertos na mesma semana para uma “reunião dançante” promovida pelo Atlético Belenense. Não dá nem para pensar nos salões da casa de ópera ocupados por mesas (vendidas na Casa das Meias e na Barbearia do Hotel Central) e em dançarinos evoluindo ao som da orquestra da Rádio Marajoara, sob a direção do maestro Silézio Queiroz. Era o lado predador da cidade, que se desenvolveria depois da Segunda Guerra Mundial, sob inspiração do pragmatismo e funcionalismo dos vencedores.

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