domingo, 7 de setembro de 2008

CPT mente sobre produção de soja em Santarém

Paulo Leandro Leal

Não é mera coincidência. No mês que a Cargill anuncia a conclusão dos Estudos de Impactos Ambientais (Eia/Rima) do seu porto em Santarém, a Comissão Pastoral de Terra (CPT), aparelho da Igreja Católica, dispara sua artilharia contra a produção de soja na região. A munição da ong católica são as mesmas mentiras propaladas no auge do debate sobre a produção de grãos da região: de que a floresta está sendo destruída e as comunidades estão sendo dizimadas.
Em relatório sem qualquer base científica divulgado no meio da semana, a CPT diz que o cultivo de soja na Amazônia tem provocado conflitos sociais e fundiários na região, inclusive com a expulsão de famílias nativas. Não se divulga o número de famílias, nomes, nada. Mas o relatório Os Impactos Sociais da Soja, produzido pela comissão, culpa a cultura de grãos por todo e qualquer conflito ou pelo êxodo rural, uma prática que vem ocorrendo nos últimos 30 anos, fenômeno verificado em todo o País.
O relatório cita a transformação de estradas comunitárias em propriedades particulares e a dispersão de agrotóxicos utilizados no plantio da soja com prejuízo à saúde de moradores vizinhos às plantações. As informações, no entanto, são ilações, não existe qualquer pesquisa ou fato concreto que embase as acusações da ONG.
A CPT avança na mentira quando diz que a moratória da soja serviu apenas aos interesses dos representantes da soja que precisavam de um marketing junto aos consumidores da Europa que ameaçavam boicotar produtos ligados à soja da Amazônia. "Nos últimos dois anos [primeiro período de vigência da moratória], a soja continuou sendo plantada pelos mesmos produtores que descumpriram regras ambientais e fundiárias", denuncia o documento.
Na verdade, após a moratória, houve uma redução drástica na produção de grãos em Santarém e região. A área plantada, que chegou a 80 mil hectares, hoje não passa de 27 mil hectares. Os dados são oficiais, do IBGE e da Embrapa. Esta última, por sinal, realizou o Zoneamento da Região da BR-163 e constatou que mais de 90% da produção de soja se deu em áreas alteradas. Ou seja, a soja não avançou sobre a floresta.

Um comentário:

Anônimo disse...

Caro Editor -
Pelo que pude ler tratou-se de focar esse aumento em número de kilos e não de áreas. A tendência mesmo com a area igual de plantio poderá ter uma colheita muito maior diante das condiçoes de plantio e de desenvolvimento da planta com que proporcionam condições de a cada ano ter um indice de produtividade maior .
O inicio nos anos de 2003/2004 a média local nao passava de 30 kgs/ha e já em meados de 2007 os nrs estavam próximos dos 40 scs/ha. Condições financeiras melhores, boas chuvas, combate a doenças são requisitos que podem propocionar esse aumento natural de produtividade o que não necessariamente tenha tido aumento de área de plantio. Nos artigos que pude ler sobre esse aumento falavam em kgs e nao em areas.
Mas mesmo assim Santarém e região tem quando muito 26 mil/ha de areas o que está muito mas muito longe de nrs propagados e até informados em rede nacional de 1.2 milhoes de ha. de areas de soja plantada ...

Antenor Giovannini