Marco Antônio Uhl
Repórter
A cidade de Santarém pode enfrentar uma epidemia daqui a alguns meses se as autoridades de saúde e toda a população não tomarem providências urgentes quanto ao combate aos focos do mosquito "Aedes aegypti", transmissor da Dengue.
Segundo o levantamento divulgado esta semana pelo Ministério da Saúde, Santarém só perde em quantidade de focos do mosquito para Benevides - município da região metropolitana de Belém.
O Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), do MS também mostra que entre as capitais brasileiras, o Pará tem um dos piores índices quanto ao combate aos focos da doença.
Apenas a cidade de Abaetetuba apresentou índice satisfatório dentre os municípios pesquisados. Outras seis cidades, além de Belém, Benevides e Santarém aparecem em situação de alerta, com índice de infestação entre 1% e 3,9%, que são: Ananindeua, Cametá, Castanhal, Marabá, Marituba e Santa Bárbara. Em Belém, que aparece com 1,6% de focos do mosquito as infestações chegam à 7,3% tornando o caso um pouco mais complexo devido ao maior número de habitantes e a maior extensão territorial do município.
O Ministério da Defesa já disponibilizou um efetivo de 240 militares (50 da Marinha, 150 do Exército e 40 da Aeronáutica) para ajudar a combater os focos de mosquitos no Pará.
ABASTECIMENTO DE ÁGUA É O VILÃO
Em Santarém o índice de infestação predial mostra que o criadouro predominante é identificado nos sistemas de abastecimento de água do município, o que levou a cidade em 2008 aos 1,8% colocando-a em situação de alerta, de acordo com a metodologia de risco aplicada pelo Ministério da Saúde.
A conscientização da população e o trabalho preventivo de todos têm que ter início o quanto antes, para que as vidas de pessoas inocentes não sejam colocadas em risco, já que essa pode ser uma tragédia anunciada. Nos anos anteriores, muitas famílias perderam pessoas devido ao avanço da doença para o nível de "Dengue Hemorrágica", e o que se mostra mais interessante no estudo do Governo Federal é quanto a diversidade de tipos de criadouros do mosquito, por exemplo: em Abaetetuba, Ananindeua e Marituba os depósitos domiciliares são os maiores responsáveis pelos focos; Belém, Benevides, Castanhal e Santa Bárbara, o lixo acumulado nas vias públicas é o problema; já em Cametá, Marabá e aqui em Santarém os depósitos de água são os maiores vilões e principais responsáveis pela proliferação do mosquito transmissor da Dengue.
O objetivo do (LIRAa) é identificar com antecedência as áreas de maior risco de formação de criadouros do mosquito transmissor. Os resultados permitem o planejamento e a intensificação de ações de combate ao vetor da doença, assim como as atividades de mobilização, comunicação e de educação.
Para ser realizado, o município é dividido em grupos de 9 mil a 12 mil imóveis com características semelhantes. Em cada grupo, também chamado estrato, são pesquisados 450 imóveis. Os estratos apontam três situações: até 1% de infestação, significa que o município está em condições satisfatórias; de 1% a 3,9% indica situação de alerta; e superior a 4% aponta risco de surto de dengue.
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