quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Maioria dos projetos de criação de peixe não tem licença ambiental

Alessandra Branches
Repórter


Mais de 100 produtores de peixes participaram na última sexta-feira (05) do I Seminário Tecnológico da Piscicultura de Santarém que discutiu estratégias para disseminar culturas de inovação e tecnologia para estes pequenos negócios. Técnicos do Serviço de Apoio as Micro e Pequenas Empresas (SEBRAE) apresentaram o diagnóstico da piscicultura no município e confirmou que existem 27 projetos em andamento, sendo que grande parte ainda não tem licenciamento ambiental.
"Durante visita as regiões que compõem o município de Santarém como várzea, planalto, rodovias e outros concluímos através de nosso relatório que existem 27 projetos de piscicultura em andamento. Seis (06) deles estão inativos por falta de crédito para dar seqüência ao trabalho. Dos projetos ativos, seis estão localizados na rodovia que liga a cidade de Santarém a vila Balneária de Alter do Chão, área do Eixo Forte, onde a fonte hídrica é composta de canais de igarapé", detalhou Ricardo Ribeiro Gandra, um dos técnicos do Sebrae, no decorrer da apresentação do diagnóstico da piscicultura em Santarém.
Para o representante de uma cooperativa de piscicultores em Santarém, Roberto Nogueira, a realização e eventos como esse favorece o crescimento de investimentos no setor pesqueiro. "O encontro faz com que os pescadores que não acreditam no potencial hídrico da nossa região adquiram conhecimento de novas técnicas de produção e comecem a investir. Somos 35 piscicultores e estamos trabalhando firme para conseguir abastecer a demanda local", conta o produtor dizendo que a produção é pequena diante do que o mercado exige. "Por enquanto estamos trabalhando com o objetivo de atender o mercado de Santarém, mas temos certeza que ainda falta muito. Anualmente nós produzimos apenas 150 mil toneladas de pescado, número insuficiente para atender Santarém. Queremos mais, e vamos conseguir. Para tanto, com o apoio do Sebrae, estamos inovando tecnologicamente e vamos conseguir superar esses números", confiante falou o piscicultor alegando que as principais dificuldades estão na liberação das Licenças Ambientais. "De cada 20 projetos em execução no município, apenas 10 tem licenciamento. A burocracia é tamanha e o acesso ao órgão competente é difícil", alegou Roberto. O Seminário Tecnológico da Piscicultura integra o projeto Piscicultura na Região de Santarém, como ação de conhecimento e tecnologia que tem com o objetivo diagnosticar a que estágios se encontram os piscicultores, constatando suas aptidões ao agronegócio, para atender associações de piscicultores e produtores em geral. Em um maior plano, ele integra o Projeto de Difusão de Inovação e Tecnologia para Micro e Pequenas Empresas, criado em 2007 para estimular a disseminação da importância desse público adotar práticas de inovação e tecnologia.
"A intenção é mostrar para empreendedores e empresários de micro e pequenas empresas que investir em tecnologia e inovação é fundamental para que eles sejam mais competitivos no mercado e possam ampliar seus ganhos", explicou o diretor técnico do Sebrae/Pa, Cláudio Ribeiro.
O projeto também prevê ações de integração entre o setor produtivo e Instituições de Ciência e Tecnologia iniciativa; a criação de bolsas de estudos para alunos que queiram trabalhar o tema nas empresas do segmento; e financiamento de projetos em parceria com instituições de pesquisa, cujo primeiro edital está prestes a ser publicado, graças a uma parceria com o governo do estado.

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