Por Ronaldo Brasiliense:
ENTREVISTA: MANOEL DIAS – PRESIDENTE DA AIMEX
O presidente da Associação das Indústrias Exportadoras de Madeira do Pará e Amapá (Aimex), Manoel Dias, abre o jogo: diz que o setor madeireiro já sente os reflexos da crise mundial, com a redução dos investimentos e critica a falta de uma política firme no setor florestal paraense. "Temos uma demora enorme na regulamentação fundiária e principalmente nas licenças ambientais, seja do ponto de vista do manejo no campo ou das licenças operacionais das empresas", afirma Dias.
A crise mundial já está repercutindo na indústria madeireira amazônica, na paraense em particular?
MANOEL DIAS: Temos dois aspectos: a crise econômica mundial e a regulamentação por parte dos órgãos ambientais. Infelizmente, segundo os economistas a crise ainda vai chegar visto que os reflexos virão com o tempo, o setor já sente algumas conseqüências por causa das reduções dos investimentos ocasionados principalmente nos setores de construção civil e infra-estrutura. Mas o maior problema se deve infelizmente ainda a falta de uma política firme no setor florestal, temos uma demora enorme na regulamentação fundiária e principalmente nas licenças ambientais, seja do ponto de vista do manejo no campo ou das licenças operacionais das empresas, se não houvesse esse problema primário, certamente estaríamos mais preparados para a crise.
As madeireiras paraenses já conseguiram recuperar os milhares de empregos perdidos em 2008, principalmente em municípios como Tailândia, Paragominas e Altamira, onde houve operações de combate aos desmatamentos comandadas pelo Ibama e Sema?
MANOEL DIAS: Infelizmente a demissão dos trabalhadores ocasionou um grande colapso nestes municípios. O setor precisa de solução, de regras claras e ágeis para continuar tendo suas atividades reconhecidas e retirar a impressão de que neste setor temos apenas a ilegalidade.
Crescem as florestas certificadas na Amazônia. Com isso, o plano da governadora Ana Júlia Carepa (PT) de plantar um bllhão de árvores pode se viabilizar?
MANOEL DIAS: Temos notado o esforço do governo para a viabilização do projeto 1 bilhão de árvores, mas infelizmente a questão se volta para a regulamentação fundiária. Existem empresas hoje que plantaram muito, estão com a floresta no ponto de corte e não podem colher por exigências burocráticas que os próprios órgãos não viabilizam sua operação. Para o Manejo Florestal Certificado na Amazônia, ainda se faz necessário o desenvolvimento de estratégias para disseminar o Manejo Florestal com Impacto Reduzido e incentivar empresas a se certificarem, lembrando que a Certificação Florestal vai além das exigências legais ambientais existentes.
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