sexta-feira, 12 de junho de 2009

Enchente provoca queda de 60% no turismo receptivo

Suzan Pinto
Repórter

A enchente em Santarém afasta os visitantes e até mesmo os que vivem na cidade não procuram mais pelo passeio a bares e restaurantes pelo fato de o acesso a esses locais está precário. O gerente, Douglas Souza, de um dos bares restaurante da orla vive o reflexo da crise e dos impactos da enchente. De com o gerente, no sábado, 30, a água invadiu a calçada do bar e a situação que já estava difícil ficou ainda mais preocupante.


O movimento teve uma queda de mais de 70% sendo que a maioria dos freqüentadores é de visitantes que no momento evitam a estada na cidade. "Nós pensamos em fechar, mas ainda está dando para funcionar, no final de semana o movimento era triplicado, mas agora se olha para orla e se vê apenas pescador", disse.


Em outro restaurante localizado na orla da cidade o serviço teve que ser suspenso, a funcionária Marileuza Ferreira diz que desde o dia 10 de maio o restaurante deixou de funcionar, pois o movimento decaiu consideravelmente em conseqüência da dificuldade de acesso ao local que está alagado. O desconforto causado pela sujeira trazida pela enchente não permitiu que espaço continuasse funcionando.


O reflexo da crise causada pela enchente se estende para diferentes setores. As agências de turismo já não recebem pedidos de contrato para pacotes de visitas e reservas de passagem. Na agência onde Neide Noronha trabalha há quatro anos, a procura por visitantes em relação ao ano passado chega a 80%.

"Nós informamos ao cliente as condições da cidade, se ele quiser visitar uma praia não é possível, assim como para prédios históricos ou uma região ribeirinha existem dificuldades de acesso e sabendo disso, o visitante desiste de vir par a cidade", afirma a consultora. Nesta agência, os serviços com pacotes turísticos para grupos estrangeiros reduziram drasticamente, ela diz que até o momento nenhum grupo de turistas está previsto para visitar a cidade, a reserva registrada é marcada para agosto.

A consultora de viagens de uma agência de turismo que trabalha com recepção de visitantes, a queda pela procura ultrapassa 60%.

As agências deixaram de registrar reservas em hotéis que também foram gravemente afetados, sobretudos os localizados na extensão da orla. Em cinco hotéis localizados no centro próximo à orla, constatou-se que a queda no movimento ultrapassa 90%. O alagamento da Avenida Tapajó e as condições de acesso aos hotéis afastaram o hospede, em alguns hotéis a água invade todo o piso inferior como é o caso do hotel de José Antônio Pereira, onde tem a disposição 11 quartos, mas apenas dois estão ocupados, a maioria dos clientes desses hotéis é representante de lojas e vendedores, e como o comércio está em crise outros setores ligados à economia consequentemente são afetados. "A frente do hotel está cheia de água, foi preciso colocar ponte par chegar até a escada, por isso quase não tem movimento desde abril e o faturamento não dá nem pra contar quanto chega o prejuízo, mas passa de 80% de perda em relação ao ano passado", declarou o dono do hotel.

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