segunda-feira, 6 de julho de 2009

Merchan em alta na imprensa esportiva brasiliense

Por PEDRO VALADARES*

A jornalista Priscilla Melo, do Centro Universitário de Brasília (CEUB), realizou pesquisa com 15 jornalistas (profissionais de rádio, TV, impresso, on-line e blog) do jornalismo esportivo brasiliense que aponta que 50% consideram natural receber dinheiro de empresas em troca de espaço na mídia.
Os entrevistados das amostras foram escolhidos de forma aleatória.
As entrevistas foram realizadas entre os dias 26 de março e 20 de abril de 2009.
A pedido dos jornalistas, foi mantido o anonimato para que pudessem se expressar sem sofrer sanções institucionais.
O trabalho foi orientado pela professora Mônica Prado, ex-jornalista do Globo, do Jornal de Brasília e do Correio Brasiliense.
Dos entrevistados, 40% consideram a prática de merchandising inevitável para a existência do jornalismo esportivo.
Eles afirmam que é uma questão de sobrevivência no mercado e que a associação do jornalista com alguma marca não prejudica a credibilidade.
Um ponto interessante é que 80% dos jornalistas que responderam à pesquisa consideram que o jornalista tem de ser ético e não deve aproveitar de situações privilegiadas.
Eles também acreditam, veja só, que a prática do merchan pode comprometer a ética.
Outro fato intrigante é que 7% decidiram não se pronunciar sobre o tema.
O motivo da omissão não foi esclarecido. Porém, diante dos dados é fácil de descobrir o porquê do silêncio.
Ou seja, quase metade dos jornalistas entrevistados acha que jabá e jornalismo podem caminhar juntos.
Há ainda uma agravante: as novas tecnologias possibilitaram um aumento do campo de atuação do jornalismo esportivo.
No entanto, esse crescimento gerou poucas vagas, já que as empresas, em vez de contratar novos profissionais, vêm optando por trabalhar com jornalistas multimídia que acumulam funções.
Logo, conclui-se que os 40% pró-merchan acabam multiplicados já que trabalham em diferentes veículos. Contudo, nem tudo está perdido, pois, 53% dos entrevistos condenam essa prática e acreditam que ela torna o jornalista refém das empresas que o patrocinam.
Há esperança, leitor!

*Pedro Valadares é jornalista.

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