quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Arraias de água doce estão entre animais mais perigosos da Amazônia

Iberê Thenório
Do Globo Amazônia, em São Paulo

Bonitas e pouco conhecidas, as arraias de água doce, comuns na Amazônia, figuram entre os animais venenosos que mais causam acidentes na região oeste do Pará. Segundo o Instituto Butantã, elas lideram o ranking de picadas junto com jararacas e escorpiões – animais perigosos já bem conhecidos em outras regiões brasileiras.

“A arraia tem um ferrão serrilhado na cauda, que entra fácil [na pele] e sai rasgando, machuca bastante. O ferrão é coberto por um muco, com um veneno muito dolorido. Além do veneno, há o problema da sujeira da água, que pode causar infecção. São três problemas diferentes”, explica o biólogo Giuseppe Puorto, diretor do museu biológico do Instituto Butantã. Segundo o pesquisador, os acidentes são sazonais e ocorrem na época seca, pois as arraias costumam viver na areia, no fundo dos rios.

‘Zona do veneno’

Para pesquisar e conseguir evitar acidentes com esses tipos de animais, o Butantan se prepara para instalar uma base avançada na Amazônia. A região escolhida fica em Belterra (PA), na confluência entre os rios Tapajós e Amazonas, entre Belém e Manaus. “A região de Santarém, por uma questão evolutiva, tem praticamente todos os animais peçonhentos brasileiros”, conta Puorto.

Leia mais: Instituto Butantan pretende abrir 'filial' na Amazônia

Ainda que não tenha sede física, o instituto já está presente na região. Na última terça-feira (20), pesquisadores começaram o quarto encontro científico “Butantan Amazônia”, em que são promovidas palestras e discussões sobre o estudo de animais peçonhentos no Pará.

O foco dos cientistas, além dos profissionais que trabalham em hospitais e de universidades, é a população ribeirinha. “Quem vive no campo são os mais atingidos por acidentes”, diz o biólogo do Butantan.

Para dialogar com quem mora na floresta, o instituto já publicou uma cartilha com orientações voltadas para esse público. Ali se recomenda, por exemplo, que galinhas sejam criadas próximas às casas para afugentar escorpiões e cobras, e que gaviões e mucuras (também chamados de gambás) sejam protegidos, pois são predadores naturais das serpentes.

Um comentário:

Anônimo disse...

ZONA DE PERIGO EM BELTERRA ?
MANDA ESSSES CARAS DO BUTANTAN IREM LÁ PRA BOCA DE CIMA DO ARITAPERA, LÁ NO PISCA...
AÍ SIM, ELES VÃO VÊ O QUE É ZONA DE PERIGO.
SERÁ QUE ESSES TÉCNICOS SABEM O QUE É O SEGURO ARRAIA??