quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Vazante é menor que a do ano passado no rio Tapajós

Cilícia Ferreira
Repórter

O nível do rio Tapajós baixou cerca de 5,7 metros desde que atingiu seu pico máximo este ano, que foi de 8,30 metros. O Comandante Evandro de Oliveira Souza, delegado fluvial de Santarém informou os dados oficiais do nível do rio que, diariamente, é medido pela Marinha. A delegacia utiliza régua medidora da Agência Nacional das Águas (ANA).
De acordo com o comandante Evandro, o rio sobe até 30 de maio depois ele estabiliza e começa a baixar gradativamente. Sexta-feira (16), o nível estava em 2 metros 60 centímetros; 20 centímetros a mais que na data do ano passado. O pico máximo deste ano foi de 8 metros e 30 centímetros registrado no dia 1º de junho. Em 2008 o máximo atingido foi de 7 metros 54 centímetros, medidos em 17 de maio e o mínimo foi registrado de 1 metro 86 centímetros, em 11 de novembro.
Os dados refletem a grande cheia deste ano que superou a de 1953. Segundo o delegado fluvial, não existe uma medida exata do rio Tapajós. A conclusão foi tirada em conformidade com informações da cidade de Manaus que possuía régua medidora para o Rio Negro, na época.
A vazante dos rios requer uma cautela por parte dos navegantes, pois a descida propicia maiores possibilidades de encalhamento de embarcações.
Houve três ocorrências de encalhe de embarcações na Marinha de Santarém. O mais sério foi o do navio mercante Marcos Dias, próximo à Ilha das Marrecas no dia 4 de julho quando o rio media em torno de 7,5m. O navio ficou encalhado 21 dias. De acordo com o comandante, a embarcação possuía aproximadamente 200 metros de comprimento e 11 metros de calado (parte que demarca o limite de afundamento do casco da embarcação). Os outros encalhes foram de embarcações menores e ficaram apenas algumas horas encalhados. Foram: o navio motor Viajeiro e o barco Astronaza. Depois do encalhamento do Marcos Dias, nenhum outro navio de grande porte encalhou na região, mesmo com o nível do rio descendo.
O comandante explicou que a importância de se ter o conhecimento da área navegável e possui uma embarcação munida de equipamentos que facilitam a navegação, como: ecobatímetro, que mede a profundidade; radar, que percebe os obstáculos; GPS, localizador via satélite; o rádio para a comunicação e a Carta Náutica que ilustra todo o percurso desejado da viagem. Ele diz que não necessariamente o encalhamento de embarcações está ligado a baixa dos rios. Há uma série de fatores envolvidos. Muitas vezes o comandante da embarcação quer 'cortar' caminho e, isso acaba colocando em risco a segurança da embarcação e dos navegantes.
O comandante Evandro explicou que a Carta Náutica é imprescindível para a segurança da navegação, pois ela demarca todos os pontos navegáveis (os canais), os bancos de areia e delimita os pontos pela profundidade de cada área.
As áreas críticas para a navegação estão no canal que dá acesso a Monte Alegre e próximo a cidade de Curuá, que fica inavegável durante o verão, principalmente durante o mês de outubro. Devido à seca a profundidade do rio fica baixa possibilitando a entrada somente de bajaras.

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