quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Famílias continuam em áreas de risco, mesmo com obras do PAC


Cilícia Ferreia
Repórter


Com base nos dados do ano passado, as áreas mais afetadas segundo a Defesa Civil são Mapiri, Caranazal, Uruará devido estarem às margens dos rios Tapajós e Amazonas. Os moradores que tiveram suas casas tomadas pelas águas ficaram desabrigados. Muitos foram retirados para abrigos públicos, casas de parentes ou para casas alugadas.

No Uruará, por conta das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), algumas famílias foram remanejadas para dar lugar ao início das obras. No entanto, algumas famílias continuam a ocupar suas casas em situação de risco, só que diferente dos outros anos, as casas ficaram numa espécie de 'buraco'.

A área já era alagadiça - mas tinha o curso das águas da chuva diretamente para o rio - se tornou mais vulnerável ainda com o aterramento para a construção do cais de arrimo e das casas do PAC.

O problema é que entre esse aterramento e o parte um pouco mais alta do bairro se formou esse 'buraco', onde existem inúmeras famílias morando.

É o caso de dona Maria Domingas de Moraes que está com a casa encostada no aterro. Ela conta que ficou amedrontada com as primeiras chuvas que caíram em janeiro. "Qualquer chuvinha dá medo porque minha casa já está na beira do aterro e em frente da galeria, tenho medo de que as águas subam rápidas e eu perca tudo", desabafou a moradora.

Segundo dona Maria Domingas, uma equipe responsável pelas obras do PAC em Santarém juntamente com a Defesa Civil estiveram no local para atualizar os cadastros dos moradores. Segundo ela, a equipe disse que só iriam retirar as famílias da área em casos de alagamento das casas. Mas para a moradora o melhor é sair o quanto antes.

Dona Rosa Irene, pescadora, concorda com a vizinha, mas diz que a retirada dos moradores não pode ser para um lugar muito longe de onde moram, pois dependem da pesca e quanto mais perto estivem do rio, melhor. A pescadora conta que o cheiro das águas empoçadas é insuportável e que sabe que o local não apresenta condições mínimas de higiene, prejudicando principalmente as crianças. Ela diz que aguarda ansiosa pela conclusão das obras e pela entrega das casas, pois é a melhor opção de moradia para ela.

Dona Isabel dos Santos diz que tem medo da enchente, pois ano passado a água ficou um pouco acima da metade de sua casa. "Todos tiveram que sair, e estavam morando com nossos parentes, só ficou eu e meu marido aqui para tomar conta das coisas", explica a moradora.

Assim como no Uruará, muitas famílias ainda se encontram em áreas alagadiças no Mapiri, mesmo com o início das obras do PAC no bairro. Os moradores temem pelo inverno desse ano.
José dos Santos diz que sua casa não está tão perto da 'beira' do lago, mas que toda vez as águas invadem sua casa deixando não só sua família ilhada, mas todos que moram nas proximidades do lago. Ele espera que o PAC venha resolver o problema de alagamentos no bairro, mas diz que está desanimado quanto ao PAC no Mapiri, porque ainda não foi construída nenhuma casa.

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