quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Fechar rua em protesto 'virou moda' em Santarém

Cilícia Ferreira
repórter

Interditar vias públicas tem se tornado prática comum em Santarém. O caso mais recente foi o da Avenida Muiraquitã próximo a Travessa Turiano Meira, onde os moradores interditaram a via por causa de um serviço mal executado da COSANPA. Outros episódios semelhantes como o fechamento da Rodovia Curuá-Una, Magalhães Barata, da Fernando Guilhon, da Rouxinol e da Borges Leal, ano passado. A maioria dos protestos tem como alvo a prefeitura de Santrarém por causa da péssima conservação dos sistema viário da cidade.

A atitude dos moradores, embora pareça ser por uma boa causa, é proibida. Por se tratar de via pública, o tráfego não pode ser obstruído. Mesmo que as ações sejam em protesto contra a má aplicação ou serviço prestado.

Só nesse início de ano já foram várias as interdições de vias públicas na cidade. Nem todas foram pelo mesmo motivo, no entanto, a única forma comum de manifesto foi o bloqueio de ruas.

No caso da Avenida Muiraquitã, os moradores ficaram indignados com o vazamento de água decorrente de um serviço de manutenção da COSANPA. Os funcionários da companhia estiveram durante o dia efetuando o conserto da rede de abastecimento de água, mas durante a tarde o serviço foi "por água a baixo" literalmente, pois o vazamento de água alagou a rua transversal à Muiraquitã ocasionando o protesto dos moradores que resolveram fechar a avenida.

Na Rua Cristo Rei, moradores da via interditaram a Rodovia Curuá-Una em manifesto contra uma cratera no meio da Cristo Rei, nesse caso a SEMINF informa que aguarda pela confecção dos tubos para colocar na via, esses tubos já existiam lá e recebiam as águas pluviais, mas foram levados.

A rodovia Fernando Guilhon é alvo fácil de protestos, por se tratar de um corredor importante de acesso ao Aeroporto e aos balneários da cidade. No dia 22 de janeiro, um grupo de ocupantes do terreno às margens da rodovia fechou o acesso no trecho que dá entrada a rodovia Everaldo Martins. Após uma ação da Polícia Militar e acordo com a Prefeitura, os invasores desobstruíram a estrada em poucos minutos.

No início do ano, os moradores e comerciantes da Avenida Tomé de Sousa interditaram a Rodovia Fernando Guilhon. Segundo a SEMINF, houve um diálogo com eles e ficou acordado o estudo de uma alternativa de acesso a via.

A Magalhães Barata, no trecho entre Irurá e João XXIII, foi fechada por comerciantes e moradores daquela avenida protestando contra o atraso nas obras de pavimentação da via. O caso teve grande repercussão na cidade e que, segundo a SEMINF, o governo continua aguardando a liberação de recursos pelo Ministério das Cidades para retomar os serviços.

Na Rouxinol, os moradores também decidiram intervir de forma mais enérgica fechando o acesso ao bairro da Floresta. Depois de um acordo com o governo, os trabalhos já foram retomados.

Avenida Borges Leal, no perímetro entre a Rodovia Santarém-Cuiabá e a Orla do Mapiri, os moradores obstruíram a passagem de veículos para reivindicar o asfaltamento da via, previsto no projeto do PAC. Após uma pressão no poder público o trecho já se encontra asfaltado.

Segundo a prefeitura, as providências legais serão tomadas nos casos que excederem o direito de livre manifestação. Assim como foi feito no caso da interdição da Magalhães Barata. O secretário municipal de trânsito, Sandro Lopes, registrou ocorrência na Delegacia Civil e foi aberto o inquérito pelos danos causados no local, como queima de pneus.

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