Basta pensar em prestar concurso público, que já vêm à cabeça uma grande competição. Em um mercado de alta rotatividade, onde as empresas privadas buscam sempre o funcionário mais qualificado, a estabilidade que oferece uma carreira pública, os altos salários, acrescidos de abono, os benefícios obtidos - muitos são os motivos para tentar ser um concursado. Porém, essa admiração pela vaga pública, muitas vezes acaba quando o candidato se depara com uma enorme quantidade de concorrentes.
Para a coordenadora de um curso preparatório para concurso no centro da cidade, Kátia Peres, esse medo de concorrer com muitas pessoas atrapalha o aluno, pois além de perder as esperanças quando se depara com números altos de adversários, ele ainda deixa de estudar como deveria. Kátia lembra que existem outros detalhes que também podem influenciar no estudo. "Geral-mente, os alunos não se dedicam muito quando concorrem a vagas de cadastro de reserva. Eles levam mais a sério quando as vagas já existem", declara.
Na busca pela aprovação, existe o aluno que se matricula no cursinho para estudar um mês antes da prova, na fase de revisão, e existe o aluno batizado de "concurseiro" - que sempre freqüenta as aulas do cursinho e faz toda e qualquer prova de concurso para adquirir experiência, até conseguir (em alguns casos, mesmo aprovado ele tenta outros). Kátia Peres acredita que a cultura do povo santareno é estudar pouco tempo antes de uma prova para concurso, enquanto que em grandes cidades, os alunos se preparam durante um ano para fazer uma prova. "Muitas vezes, o aluno não quer investir no cursinho muito tempo, outros se matriculam, mas não estudam como deveriam". Para ela, nem todo aluno que concorre a uma vaga pública está preparado para fazer a prova.
André Melão é novato no cursinho. A intenção dele é passar em uma prova de concurso bancário, para poder manter seus estudos e a conclusão do ensino superior. Quando o assunto é a concorrência, apesar de André acreditar que esse fator estimula o estudo, ele opta por fugir dessa informação. "Eu não faço questão de saber, pois como nunca fiz prova, sinto receio em saber com quantos estou concorrendo", declara. Já para Wanderson Amaral, que estuda para concurso desde 2008 e já fez cinco provas, o temor não é o mesmo. Para o veterano, a sensação de saber que existem muitos concorrentes não é boa, mas não é capaz de impedi-lo. "O número de inscritos, ou seja, concorrentes, não é proporcional ao número dos que estudam", acredita.
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