Mas Nélio Aguiar ressalta que, após fazer consultas a vários juristas renomados, foi informado de quê tal impedimento não existe. “Juridicamente não há empecilho”, garante. Ele diz ainda que pelo fato de o atual ministro, Miguel João Jorge Filho, ser de São Paulo está alheio à realidade dos municípios da Amazônia, mais especificamente Santarém.
“Peço a governadora que não se conforme com essa reposta. Até mesmo por que o ministro é de São Paulo e não tem interesse na questão. Ele não vai nos ajudar. Que ela (Ana Júlia) continue na luta e se articule com o presidente, pois o Projeto já está tramitando na Câmara Federal”, explica o líder peemenista.
Nélio Aguiar cita como exemplo a articulação política realizada pelo senador José Sarney, que por meio de uma medida provisória conseguiu criar no estado do Amapá uma ALC sem que o Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior interferisse.Para o parlamentar, a ALC pode ser o caminho mais curto ao desenvolvimento da região que, segundo ele, está amarrado no papel de mero fornecedor de matéria-prima. Fato inclusive já destacado pelo próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante sua última visita ao estado. “Quando o Lula esteve aqui no Pará, mais precisamente em Tomé Açu, disse que o Pará é um mero exportador de matéria-prima como minério e madeira e que os governos se contentam com royalties. A saída é a industrialização dessa matéria-prima. Temos de transformá-la: madeira em móveis e bauxita em alumínio. Assim vamos criar emprego e circular dinheiro na região”, argumenta.
De acordo com o vereador, outro entrave ao desenvolvimento da indústria na região é a falta de atrativos que possibilitem a competitividade de nossos empresários. “A indústria aqui é inviável. Não temos incentivo como em Macapá e no Amazonas”.Segundo Nélio, não conseguimos sequer segurar os nossos empresários quanto mais atrair investidores de outras regiões e estados. “Temos vários exemplos de um empresários que deixaram a cidade para implantar empresas em outros estados. O seu Francisco Coimbra dono de uma fábrica de luva foi para São Paulo e temos a matéria-prima aqui, o látex. Caso semelhante aconteceu com uma fábrica de fruta. Já o senhor Francisco Aguiar fechou seu laboratório de fabricação de cosméticos e foi para Manaus, no Amazonas. Os próprios empresários do Pará não conseguem permanecer aqui como é que vamos atrair investimentos de fora. Não damos condições a eles. Temos a rodovia, porto e aeroporto, mas se não tiver atrativo não adianta. Santarém será mero corredor de passagem. A ALC vai corrigir essa condição de desigualdade frente aos nossos vizinhos privilegiados”, justifica Nélio Aguiar.
O legislador pede ainda que a governadora articule junto aos ministérios, deputados e ao presidente Lula, de seu partido, para conseguir a concretização desse projeto. “Vamos chamar a classe política do Pará para abraçar a luta e não se conformar com uma simples resposta do ministro que não conhece a realidade da Amazônia. Uma articulação com o ministro Padilha e o Lula, por exemplo, pode ser feita para fortalecer a luta”, finaliza.
Um comentário:
Paralelo a intenção ou não da governadora na área legislativa tramita um projeto de autoria do deputado Lira Maia que já foi aprovado em duas comissões, criando a área de livre comercio do Pará com sede em Santarém. Seria bom fazer referência a isso para que a população fique informada.
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