segunda-feira, 14 de junho de 2010

“Queremos empatar a destruição do rio Tapajós e seus povos”

Paulo Bemerguy, do Espaço Aberto

O padre Edilberto Sena (na foto), integrante da Frente em Defesa da Amazônia, não tem dúvida: o plano do governo federal de construir cinco megahidrelétricas no Alto Tapajós, região oeste do Pará, representará um desastre ecológico e social de dimensões incalculáveis, caso seja concretizado. E vai repercutir numa vasta área, que vai de Itaituba até Santarém.
Em entrevista ao Espaço Aberto, o padre fala sobre uma cartilha polêmica, cujo conteúdo muitos consideram incitativo à violência. Ele garante que o trabalho, ao contrário, visa apenas despertar a consciência dos povos da região e descarta qualquer recurso à violência.
“Não vamos organizar um exército ou uma guerrilha, porque nosso povo é muito pacato. O que queremos com nossa cartilha é que as populações, primeiramente, se deem conta do que estão armando contra nós”, esclarece Sena.
O padre, no entanto, é claro ao definir os limites da resistência “[Vamos resistir] Até que o governo brasileiro desista de construir cinco hidrelétricas na bacia do rio Tapajós, em respeito aos povos que vivem aqui, em respeito ao meio ambiente de bem viver, que é mais importante do que o crescimento econômico à custa de nossa desgraça. Como Chico Mendes, queremos empatar a destruição do rio Tapajós e seus povos.”
Edilberto tem 68 anos de idade, 40 de sacerdócio. Trabalhou na organização social das periferias de Santarém e tem efetiva e atuante participação na luta popular organizada em Santarém. Luta contra aqueles que poluem de mercúrio o rio Tapajós. Por esse motivo, levou os governos do Pará e do Brasil ao Tribunal de Águas, de Haia, na Holanda em 1991.
Desde 2004, com o Movimento Popular organizado, Frente em Defesa da Amazônia, Edilberto e um grupo de idealistas, incluindo diversos intelectuais paraenses, lutam em defesa do patrimônio étnico, social, econômico e ambiental da região do Tapajós.
Coordenador da Rádio Rural de Santarém, emissora mais ouvida na região, onde coloca sua programação na defesa do nosso patrimônio amazônico, sofre pressão das elites da região. Seu trabalho nessa linha gera controvérsias. Há quem o aplauda e há quem o conteste fortemente. Muito explícito em seus pensamentos e ações, comete ousadias que incomodam a elite econômica e política da região. Os madeireiros e sojeiros não o toleram, mas a juventude e os pobres o estimulam muito.
Recebeu, em 2006, das mãos do atual presidente da Ordem dos Advogados do Brasil, Ophir Cavalcante Júnior, o Prêmio José Carlos Castro de Direitos Humanos. Por conta de sua luta, chegou a ser ameaçado de morte em 2007, tendo a OAB/PA à época, solicitado sua inclusão no Programa de Proteção dos Defensores de Direitos Humanos.
Coordenou, em parceria com algumas organizações e grupos militantes em defesa do rio tapajós uma cartilha educativa pela Aliança Tapajós Vivo. Essa Aliança Tapajós Vivo é uma composição de pessoas, entidades e povo Munduruku, preocupados com um plano do governo federal de construir cinco 5 mega hidroelétricas na bacia do Tapajós.

Leia a entrevista na íntegra, aqui.

Um comentário:

Jesus Está Voltando!!!! disse...

Esse padre é doido!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!
se ele quizer ficar no escuro daqui a alguns anos que ele se mude para uma parte da amazonia em que não aja nada>
eu quero continuar a ter energia eletrica na minha casa e provavelmente as outras pessoas assim como eu tambem querem ter energia eletrica em suas casas.
PARA DE ATRAPALHAR O NOSSO DESENVOLVIMENTOOOOOOO.