terça-feira, 20 de julho de 2010

MEMÓRIA PRESERVADA História de todos nós

Lúcio Flávio Pinto

Observatório da Imprensa

Apresentação de Memória de Santarém, de Lúcio Flávio Pinto, 420 pp., Editora O Estado do Tapajós, Santarém, 2010; R$ 60.

Ninguém pode mais ignorar que um povo sem história está condenado a repeti-la. E que a repetição acaba se transformando em farsa. Apesar disso, é cada vez mais difícil garantir o registro da história, um paradoxo inquietante diante de tanta informação estocada no mundo virtual. Tão enorme que, pela dispersão, acaba deixando a clientela perdida, incapaz de discernir quais as informações que a ajudam a escrever a história, ao invés de anestesiá-la.

Este livro representa o esforço de salvar a história recente de Santarém da dilapidação, da diluição e do esquecimento. À falta de iniciativas sistemáticas e aglutinadoras, aqui há um conjunto de dados e análises que servem de trilhas para que o leitor se identifique e se situe no passado, e o utilize como ferramenta para se posicionar hoje e amanhã. Esse conjunto de informações, extraídas de jornais e outras fontes cotidianas, mostra que esta terra tem história e tem inteligência. Não é um acampamento montado às pressas para abrigar pessoas em trânsito, em busca de sucesso ocasional e individual. Os personagens que surgem destas histórias e estórias participaram ou continuam a participar da construção de uma comunidade, de uma cidade, de um município e de um Estado, transmitindo entre si suas experiências e anseios.

Para que a Memória de Santarém se tornasse um suplemento encartado quinzenalmente no jornal O Estado do Tapajós, foi decisivo o apoio e o entusiasmo do seu editor, Miguel Oliveira. Para que o suplemento jornalístico passasse às páginas de livro, a esse empreendimento de juntaram Cristóvam Araújo e J. Ninos. Para que o livro se torne perene, queremos a sua leitura. E, se possível, também a sua manifestação.

Santarém merece.

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