terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Sema é pedra no caminho de Ana Júlia


Paulo Bemerguy:


 
Até petistas - não todos, é claro - admitem.
Esses escândalos na Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema), agora temperados com a revelação do teor das interceptações de telefonemas que mostram a performance de alguns figurões do governo passado na área ambiental, se antepõem como uma pedra no meio do caminho que, segundo se supõe, poderá levar a ex-governadora Ana Júlia ao comando de algum órgão federal no Estado.
 
A ex-governadora, sabem todos, está de olho grande em cima do Basa.
 
O PT não se opõe a essa pretensão.
 
Considera que a derrota de Ana Júlia para o tucano Simão Jatene não lhe retira a condição de liderança no partido no Estado.
E avalia que dar visibilidade à ex-governadora também não deixa de ser uma forma de manter o próprio PT com vitalidade política para enfrentar os próximos embates eleitorais, entre os quais a eleição para prefeito, no próximo ano.

Mas petistas - não todos, repita-se - também avaliam que o desdobramento desses escândalos, com a revelação do suposto envolvimento de petistas e ex-aliados de Ana Júlia com e sem mandato, é um complicador de monta para que dona Dilma digira (toma-te, Collor!) a indicação da ex-governadora para um cargo federal de relevância, como seria a presidência do Basa.
É que dona Dilma está escolada.

Sabe que não pode abrir a guarda para que venha a ser acusada, por mais remotamente que seja, de leniência com desvios éticos que possam de alguma forma macular o governo federal.

Sabe - segundo petistas - que indicar para cargo de relevância uma petista derrotada e que deixou o governo com altíssimos níveis de rejeição é uma mexida arriscada no tabuleiro de interesses que compõem o preenchimento de cargos federais pelo Brasil afora.
Enquanto isso, todos continuam mudos e quedos.
À espera, é claro, da decisão de dona Dilma.

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