Lúcio Flávio Pinto
Jornal Pessoal
Belém-Desde o dia 2, os leitores de O Liberal pagam 33% mais caro por um exemplar do jornal: dois reais nos dias da semana e R$ 4,00 aos domingos. O principal concorrente dos Maiorana, o Diário do Pará, manteve seus preços: um real em dias da semana e R$ 2,00 aos domingos.
A alegação para o grande reajuste foi o aumento no preço do papel, o principal insumo na produção de um jornal impresso. É estranho: grande parte do papel usado pela imprensa brasileira é importada, sobretudo do Canadá. O dólar tem gravitado em torno dos mesmos valores. Os principais economistas acreditam que o real está valorizado 35% em relação à moeda norte-americana. A moeda brasileira é uma das mais fortes do mundo atualmente.
Desta vez o papel teria sido responsável não em função da realidade, mas por ter as costas largas. Um aumento tão grande pode ser uma medida gravosa para O Liberal. Pelo importante fator preço, muitos leitores começaram a migrar para o outro jornal do grupo, o Amazônia, e para o Diário, cuja edição dominical custa metade do preço do concorrente, equiparado aos jornais mais caros do Brasil.
Se o argumento dos Maiorana fosse verdadeiro, significaria que os Barbalho estavam assumindo um prejuízo cada vez maior pelo congelamento dos seus preços. Mais dia, menos dia, teriam que fazer o reajuste. Mas se não for assim, indicaria que os Maiorana já não têm fôlego financeiro para se manter diante dessa imutabilidade de preço, que já dura muitos anos. A aparência de força pode ser apenas aparente mesmo.
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