terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Consultoria na Sefa pode ter levado a acertos ao arrepio da lei

No Diario do Pará:

O esquecido caso “Assets Consultoria”

Trindade

O ex-secretário de Fazenda do governo Ana Júlia, José Trindade, assim como os demais doutores que derrotaram a ex-governadora, além de ser dono de uma cordial antipatia, ostenta um doutorado em Economia na espécie Dívida Pública.
Trindade, do alto da sua soberba, concluiu que apenas ele sabia destrinchar a dívida pública do Pará, mas, com outras coisas com as quais se atarefar, resolveu contratar uma empresa mineira de consultoria, a “Assets Alicerce LTDA” para a gloriosa tarefa.
O recebimento de R$ 27 milhões pela “Assets”, pagos pela SEFA no meio da recandidatura de Ana Júlia, juntamente com as contas mal prestadas do empréstimo de R$ 366 milhões, que se perderam por tortuosos atalhos contábeis, tinham tudo para se transformar em um dos maiores escândalos financeiros que um governo já patrocinou no Pará, mas, mal a imprensa tentava sistematizar as manchetes sobre os assuntos, um outro escândalo levantou-se: as fraudes na Assembleia Legislativa.
Como a imprensa brasileira não tem processamento paralelo e a maioria dos leitores tem leitura preemptiva, qualquer novo episódio sufoca o anterior, e quem ousa tocar, no meio da tempestade que cai, na violência da procela anterior, é acusado de diversionismo: o famoso “quer desviar a atenção”.
Mas, eis que não se finou de todo o episódio “Assets”, que nos corredores da SEFA passou a se chamar “acerto”: os ex-secretários Trindade e Vando Vidal, prestaram depoimento no dia 25.01.2012, em procedimento administrativo-disciplinar aberto pela Corregedoria da SEFA, que apura o caso e, comme il faut, nada esclareceram.
O Estado, nos seus próprios quadros, tem pessoas qualificadas para fazer qualquer serviço, mas, os órgãos subestimam a aptidão dos seus técnicos, preferindo importar caras soluções exógenas, porque as vias oblíquas não podem ser efetivadas com as providências domésticas.
É hora de acabar com esta pantomima de importar doutos consultores a preços milionários: nem que seja absolutamente republicana a contratação, os agentes públicos estão tão sem fé pública que ninguém acredita que ali não está perpetrado um ato de corrupção.
Ou damos um jeito de tratar o erário com mais consequência, ou vamos todos juntos, inocentes e pecadores, para o quinto dos infernos, se é que já não estamos nele.
Clique na imagem para ler matéria do “Diário do Pará” sobre o assunto.

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