quarta-feira, 2 de maio de 2012

Empresas suspeitas de lavar dinheiro do ‘jogo do bicho’ em Santarém

Alailson Muniz
Da Redação de O Estado do Tapajós


Várias empresas devem ser investigadas pelas Polícias Civil e Federal para saber se elas lavavam o dinheiro arrecadado em Santarém com a prática do jogo do bicho e a operação e distribuição de máquinas caça-níqueis. As duas práticas são proibidas pela legislação brasileira. Entre as empresas suspeitas está uma locadora de caro que funciona na cidade.

A operações "Caça Caçador" e "Vegas Santarém" realizada nesta quarta-feira, 25, resultou na prisão de Celso Augusto Crespo Rattes, Railson Rabelo Chagas, Reginaldo de Paiva Lima e Geraldino de Paiva Lima. O último saiu após pagamento de fiança. Os demais ficaram presos no Centro de Recuperação Agrícola Silvio Hall de Moura.

Os investigados posavam com grandes empresários em Santarém e ostentavam muita riqueza. A Polícia Federal quer saber se essa ostentação é resultado da prática do jogo do bicho. Também quer saber o que era feito com o dinheiro arrecadado.

A reportagem apurou que grande parte desse dinheiro era injetada em empresas, algumas que funcionam dentro da cidade. As investigações devem descobrir se há ou não a prática de lavagem de dinheiro, haja vista que não se pode comprovar a obtenção dos recursos por meio da prática do jogo do bicho. Dessa forma, os acusados enganavam também o fisco brasileiro ao comprovarem os seus rendimentos. 

Por isso, a segunda parte das investigações deve envolver uma parceria com a Receita Federal. O processo corre em segredo de justiça e é presidido pelo juiz federal Airton Portela, da Justiça Federal de Santarém.

Policiais envolvidos

A prática do jogo do bicho sem a devida fiscalização só foi possível em Santarém com a cumplicidade de alguns policiais da Polícia Civil apontam as investigações. Pelo menos um delegado está sendo investigado pela Polícia Federal. A reportagem apurou que ele, inclusive, já exerceu o cargo de superintendente no Baixo Amazonas. Investigadores também são alvo de suspeitas, alguns ostentam patrimônio incompatível com os rendimentos mensais.

O esquema do jogo do bicho e das máquinas caça níqueis vai esbarrar em muita gente "grande" na cidade. Especialistas nesse tipo de processo disseram á reportagem que a vida dos acusados pode está em risco, haja vista que eles são uma importante fonte de informação.

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Matéria publicada na edição desta semana de O Estado do Tapajós

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