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Pelo
10º ano, em 2010, as revistas Exame
e Você S/A reconheceram a
Albrás como uma das “melhores empresas para você trabalhar no Brasil”. Pelo
terceiro ano, as demonstrações financeiras da Albrás foram também reconhecidas
como uma das cinco melhores do Brasil. A empresa foi uma das vencedoras do
Troféu Transparência 2009, concedido pela Associação Nacional dos Executivos de
Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), da Fundação Instituto de
Pesquisas Contábeis, Atuariais e Financeiras (Fipecafi – Universidade de São
Paulo) e Serasa.
Dois
títulos merecidos. Eu podia dar meu testemunho quanto aos balanços da Albrás
porque sou seu atento leitor desde que eles começaram a ser divulgados. Sempre
me permitiram fazer uma análise crítica do desempenho econômico-financeiro da
empresa, ao contrário do que acontecia – e acontece cada vez mais – com as
contas da sua ex-controladora, a Vale, que, ano após ano, engrossa os press-releases sobre seus números
contábeis e dificulta o acesso direto a eles.
A
Vale também não é considerada uma boa empresa para trabalhar. Muito pelo
contrário. Por causa de sua rigidez e intolerância, as duas varas da justiça do
trabalho em Parauapebas se tornaram das mais congestionadas em todo país. A
principal causa dos milhares de reclamações dos empregados que atuam na
província mineral de Carajás era o não pagamento do seu deslocamento para o
trabalho, que corresponde a 30% da jornada de trabalho e os obriga a estar à
disposição da empresa por 13 horas, ultrapassando o período admitido legalmente.
Além
de não respeitar esse direito dos seus funcionários e adotar estratagemas para
não caracterizar a mora, a Vale impôs essa diretriz às empresas que contratava,
impedindo-as de efetuar o pagamento porque não seriam ressarcidas.
Essa
prática só chegou ao fim em 2010 mesmo, quando a brilhante decisão adotada pelo
juiz federal Jônatas dos Santos Andrade, numa longa e minuciosa sentença, levou
o Tribunal Regional do Trabalho do Pará a promover um acordo entre as partes.
Através desse acordo, o direito dos trabalhadores à remuneração pelo tempo
gasto até o local de trabalho foi reconhecido e passou a ser pago.
Pelo
menos até o momento em que se desfez desses ativos, vendendo-os à Norsk Hydro,
em 2010, a Vale não conseguiu impor à Albrás esse seu modo de ser e agir.
Espera-se agora que os noruegueses, novos donos da fábrica de alumínio, a maior
do país e a 8ª maior do mundo, não alterem esse bom estado de coisas em
Barcarena
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