quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Uma estátua para JK

Nicias Ribeiro 
Engenheiro eletrônico 
nicias@uol.com.br 

Na quarta-feira passada, 12 de setembro, o saudoso presidente Juscelino Kubitscheck, se vivo fosse, completaria 110 anos. Filho de uma professora primária, Juscelino nasceu em Diamantina, Minas, no dia 12 de setembro de 1902. Órfão do pai aos 3 anos, com muito sacrifício estudou o primário, ginásio e o colegial na sua cidade natal. Aprovado no concurso dos Correios, foi trabalhar como telegrafista em Belo Horizonte, onde estudou medicina, tornando-se cirurgião geral. Depois foi especializar-se em urologia em Paris, de onde voltou a Belo Horizonte em 1930, sendo logo nomeado Chefe do Serviço de Urologia da Polícia Militar. 

Como capitão-médico da PM, participou da Revolução de 1932 nos combates na divisa com São Paulo, onde conheceu Benedito Valadares, que mais tarde seria o interventor de Minas e de quem foi o chefe da Casa Civil. Depois foi Deputado Federal até a instalação da ditadura Vargas, em cujo período foi prefeito de Belo Horizonte. Com o fim do Estado Novo, foi novamente Deputado Federal e depois Governador de Minas, Presidente da República e finalmente Senador por Goiás, cujo mandato e direitos políticos foram cassados pelo Presidente Castelo Branco. 

Foi preso e exilado. E quase no fim da vida, já no Brasil, concorreu a uma das cadeiras da Academia Brasileira de Letras, cuja eleição, aliás, foi a única que perdeu em toda a sua vida, graças à pressão do Governo, de então, que tudo fez para impedir o seu ingresso naquele Silogeu. 

Assim foi a vida de JK, cujo fim trágico ocorreu num acidente na via Dutra, no dia 22 de agosto de 1976, morrendo ali um homem que acima de tudo acreditava no Brasil, na democracia e que a tudo inovava, porque queria sempre fazer o melhor, o mais bonito e o mais rápido. Aliás, como Prefeito de Belo Horizonte, contratou 10 mil carroças para transportar o aterro das ruas e avenidas que seriam pavimentadas, em face da prefeitura não dispor de caminhões suficientes para o serviço. E como Governador de Minas, revolucionou com as suas ações de Transporte e Energia. Como Presidente, executou o seu plano de metas (30 ao todo), tendo Brasília como meta síntese. 

Aliás, é bom lembrar que antes de JK o Brasil não fabricava nem bicicletas e que foi no seu governo que o nosso País entrou na era industrial, fabricando carros, construindo navios, etc. Foi também em seu governo, que se construíram as grandes rodovias que interligam o Brasil. Foi a época que o Brasil teve o maior índice de crescimento do mundo, superando o Japão, União Soviética, México, França e Alemanha Ocidental, graças a revolução industrial promovida por JK, que criou oportunidade para o brasileiro que, até então, era limitado ao cabo da enxada. E foi nesse período, também, que pela primeira vez a União se lembrou que a “Amazônia é Brasil”, graças ao espírito visionário de JK, que construiu as rodovias Belém-Brasília e Brasília-Acre (esta em apenas cem dias), tirando a Amazônia do isolamento em que vivia, integrando-a ao resto do País. 

Mas, em relação à Amazônia, além de construir essas duas rodovias de integração nacional, JK construiu ainda a rodovia Capanema-Bacabal (atual BR-316); a Hidrelétrica do Paredão no Amapá (a 1ª hidrelétrica da Amazônia); a Estação de Passageiros do Aeroporto de Val-de-Cans, criou a Escola de Agronomia e Veterinária da Amazônia e as Universidades Federais do Pará e do Amazonas. Como se vê, JK olhava a Amazônia não com um olhar de contemplação, como querem muitos hoje em dia, mas com uma visão de futuro, estabelecendo as bases do seu crescimento e integrando-a ao restante do País, acreditando em Fernão Dias que dizia que “um País só se conquista pela posse da terra”. 

Mas, apesar de tudo que fez pelo Pará, até hoje JK não teve o devido reconhecimento. E a prova disso é que não há nenhuma praça, rua ou avenida que leve o seu nome, pelo menos em Belém. É hora de resgatarmos essa divida. E neste caso, porque não se construir um monumento em sua homenagem, bem no cruzamento da BR-316 com a BR-010, com uma estátua em bronze, de corpo inteiro, semelhante àquela que se encontra no alto do seu memorial em Brasília? 

JK mudou o rumo da nossa história! Que o seu nome e a sua imagem se eternizem para as gerações futuras.

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