quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Para onde vai o Brasil? (Por Lúcio Flávio Pinto)



Lúcio Flávio Pinto
Editor do Jornal Pessoal

O advogado Ives Gandra Martins arrematou com uma frase de Roberto Campos (“a melhor forma de evitar a fatalidade é conhecer os fatos”) um artigo no qual vaticina o caminho pelo qual segue o Brasil: até uma encruzilhada. Os integrantes do governo e seus simpatizantes reagiram apontando para a alegada condição ideológica do autor, um homem de direita, de uma Opus Dei paulista que gravita em torno do governador Geraldo Alckmin, do PSDB. E um advogado da plutocracia paulista.

Mas e os fatos?

Um dos mais impressionantes continua à espera da devida contradita. Gandra, um respeitado tributarista e advogado de conceito, acusou:

 “Na super-elite nacional, representada pelos governantes, o déficit previdenciário gerado para atender menos de 1 milhão de servidores aposentados (1a classe) foi superior a 50 bilhões de reais, em 2011; enquanto para os cidadãos comuns (2a. Classe) - o povo -, foi de pouco mais de 40 bilhões, para atender 24 milhões de brasileiros!!!” 

A situação, que já é preocupante e injusta, vai se agravar ainda mais com novas contratações para a administração pública, reajustes salariais e vantagens adicionais.
Gandra argumentou também:

“Numa arrecadação de quase 1 trilhão e quinhentos bilhões de reais (35% do PIB brasileiro), foram destinados à decantada bolsa família menos de 20 bilhões de reais! Em torno de 1% de toda a arrecadação!!! O grande eleitor do Presidente Lula e da Presidente Dilma não custou praticamente nada aos Erários da República”. 

Com esse sistema de poder viciado, realmente não é improcedente a previsão de Gandra e de vários outros analistas da situação do país: a conta de chegada vai ser cara, dura e imprevisível. O barco brasileiro navega cheio de remendos e arranjos artificiais. Se começa a fazer água quando o país tinha todas as condições para progredir, ao invés de patinar em índices econômicos frustrantes e indicadores sociais graves, o que acontecerá sob um tempo muito pior, como o que ainda se anuncia no horizonte mundial?

Aos fatos, portanto, com competência, seriedade e honestidade, para ver a realidade concreta escondida em contas maquiadas ou submergida em discursos falsos.

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