Alessandra Branches
Repórter
Os professores da rede estadual de educação que trabalham no ensino modular estão insatisfeitos com o corte nas gratificações referentes ao deslocamento para a região do interior e por isso ameaçam paralisar as atividades. Uma série de reivindicações foi feita a fim de que as gratificações cortadas voltem a ser oferecidas a classe, além de melhores condições de trabalho.
"Nós ouvimos os professores e estamos cientes dos problemas enfrentados pela classe que passam por situações constrangedoras depois que o governo do estado e o município em 2003 quebraram contrato, que por sua vez garantia aos profissionais casa e até uma servente que tomava conta do lar e fazia almoço para o professor. Hoje, a comunidade é que se dispõe a oferecer um local para o professor morar e trabalhar. É complicado", reconheceu a coordenadora do ensino modular da 5 URE, Maria das Graças Ninos.
Trabalham no ensino modular cerca de 115 professores que em sistema de rotatividade atuam em 48 comunidades do interior de Santarém, Belterra e Aveiro. As disciplinas são as mais variadas como português, matemática, biologia. Contudo, matérias como artes, geografia e história e química são as mais difíceis de encontrar profissionais para trabalhar. "As instituições de ensino superior oferecem poucos cursos nessas áreas e por isso, grande parte da mão-de-obra fica em Santarém para abastecer as escolas daqui, e as demais, no interior, ficam sem cobertura" disse Graça.
Devido esses problemas, os professores convivem agora com a evasão escolar. "Tem professor desestimulado. Algumas classes têm menos de 10 alunos por dia. Eles alegam que falta transporte para chegar até a escola. As comunidades pólos, onde o ensino modular é implantado é distante da demais comunidades, fazendo com os alunos tenham um esforço tremendo para chegar até o local onde as aulas serão ministradas. Quem perde o transporte ( barco, bajara, ônibus), não vai para aula. A distancia é muito grande", revela Graça.
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