Mônica Harada
Correio Braziliense
Brasília- Os alunos e jornalistas que ainda estavam em dúvida sobre os rumos da profissão e participaram do 8º Ciclo de Conferências “A Imprensa discute a imprensa”, realizado ontem no auditório da Unieuro, saíram com uma certeza: o jornalismo é realmente uma profissão de futuro.
O editor de Mundo do Correio Braziliense, João Cláudio Garcia, um dos convidados desta penúltima palestra do ciclo, falou sobre a realidade do mercado em todo o mundo. Como exemplo, destacou o crescimento da área na Índia e o fenômeno da participação do leitor na construção das notícias com o chamado “jornalismo-cidadão”. “O que se vê é que o leitor comum precisa de instituições de confiança e credibilidade para acreditar na fonte de informação. Essa é a diferença básica entre o jornalismo tradicional e esse em que o cidadão comum faz e participa ativamente. Acredito que esses dois meios devem conviver bem diante das novas tecnologias e isso não deve ameaçar o jornal”, declarou.
João Cláudio destacou ainda a transformação que a internet causou na área. “Acho que o jornalismo é uma profissão de presente, passado e futuro pelo fato de que sempre haverá a necessidade e a busca pela informação. A profissão continuará sendo de futuro, mas é preciso que os profissionais se adaptem e encontrem um diferencial para fazer com que o leitor de hoje queira consumir a informação”, finalizou.
O jornalista, mestre em ciência política e professor do Unieuro Nelson Penteado, 55 anos, também convidado para participar da mesa-redonda, defendeu a obrigatoriedade do diploma, principalmente diante de todo esse cenário tecnológico. “Sou um ferrenho defensor e me coloco a favor do diploma para os profissionais que trabalham nos meios de comunicação. Ainda mais porque essa nova era vai exigir mais técnica e a construção de um caráter ético e de respeito dos profissionais de imprensa. Os jornalistas serão ainda mais necessários e o mercado da internet exigirá ainda mais deles, como qualidade e postura”, ressaltou.
Ética
Também participou da mesa-redonda a jornalista Juliana Romão, mestre em jornalismo pela UnB e professora do curso de jornalismo do Unieuro. Para ela, o aprendizado adquirido na faculdade é fundamental para o exercício da profissão. “O grande diferencial será a construção ética, técnica e teórica do jornalista. Ao mesmo tempo em que a internet afronta, ela chega também para exigir a qualificação dos profissionais. É a credibilidade que faz o jornalismo de sempre, em qualquer meio”, frisou. A mediação do evento, que comemora os 200 anos do Correio Braziliense e da Imprensa Nacional, foi feita pelo diretor-geral da Imprensa Nacional, Fernando Tolentino de Sousa Vieira.
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