RIO BRANCO, AC – José Samuel Sanchez, apontado por investigações como membro da comissão de finanças e logística das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), foi preso nesta sexta-feira em operação da Polícia Federal. As ações da PF aconteceram em Manaus e em duas cidades da região oeste do Amazonas (Maraã e Tefé), na fronteira com a Colômbia. Além de Sanchez, mais sete pessoas foram presas (três brasileiros e outros quatro colombianos). A PF apreendeu na operação 45 quilos de cocaína.
Órgãos de inteligência brasileiros tem redobrado suas ações nas áreas de fronteiras com a Colômbia. Devido a repressão às Farcs e a outras facções guerrilheiras pelo Exército colombiano, as autoridades brasileiros temem que integrantes desses grupos se instalem em terrirório brasileiro. O Exército, por exemplo, reforçou seus postos de fronteira. A PF e a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) também fizem o mesmo.
Sanchez, que usava o nome falso de Daniel Rodriguez Orosco, atuava na chamada primeira frente das Farc, que vem a ser um acampamento de guerrilheiros que abriga um laboratório para refino de cocaína. De acordo com a PF, Sanchez freqüentava a capital do Amazonas e tinha responsabilidade de contratar barcos para transportar a droga. Os oitos presos serão transferidos para um presídio de Manaus após exames no IML (Instituto Médico Legal).
A operação realizada no Amazonas desmobilizou uma organização criminosa que atuava pelos rios Japurá e Solimões para escoar carregamentos da droga até Manaus. Um acampamento dos narcotraficantes foi destruído na fronteira, segundo a PF. "A organização tinha contato direto com as Farc para obter droga e, em troca, recebia apoio logístico [das Farc] e armas para transportar grandes carregamentos da droga pelos rios do Amazonas", explicou o superintendente da PF no Amazonas, delegado Sérgio Fontes.
Coiotes são presos em hotel no Acre
No Acre, a PF prendeu o coiote bengali (natural de Bangladesh) B.H., de 41 anos, e seu comparsa, o brasileiro A.L.S.S., de 32. Oito pessoas naturais de Bangladesh, país asiático que faz fronteira com a Índia, estavam na companhia dos coiotes. Os bengalis tentavam entrar ilegalmente no Brasil com destino à São Paulo. A prisão ocorreu durante fiscalização de rotina em hotéis de Rio Branco. O termo coiote é comumente empregado para designar pessoas que transportam imigrantes ilegais além das fronteiras dos Estados Unidos com o México e serve como sinônimo para aqueles que auxiliam a entrada de imigrantes ilegais em outros países.
A.L.S.S. disse à PF ter sido procurado pelo bengali por B.H para ajudá-lo na entrada ilegal de 8 bengalis. B.H. tem permanência no Brasil e é casado com uma brasileira. O brasileiro e o bengali foram enquadrados no artigo 125, inciso 12, do Estatuto do Estrangeiro: "introduzir estrangeiros clandestinamente ou ocultar clandestino ou irregular". Podem pegar pena até três anos e ainda pagarem multa de R$ 800 por pessoa aliciada. Ambos pagaram fiança e aguardam pelo término do inquérito e da instrução criminal. Os oito bengalis foram considerados "inadmitidos" e impedidos de entrarem no Brasil
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