quarta-feira, 14 de julho de 2010

CONSTRUÇÃO DE NOVO TERMINAL DE SOJA PODE PREJUDICAR UFOPA

Miguel Oliveira
Repórter


Os planos do maior produtor individual de soja do mundo e dono da maior área plantada de algodão no Brasil, Eraí Maggi Scheffer, de investir R$ 50 milhões na construção de um terminal de grãos em Santarém podem enfrentar resistência da Procuradoria Regional da República que, a pedido da Universidade Federal do Oeste do Pará(UFOPA), deverá se opor à construção do terminal graneleiro em uma área contígua ao campus da Vera Paz, onde funciona uma distribuidora de combustível.

Segundo O Estado do Tapajós apurou, a reitoria da UFOPA já havia solicitado, pelo menos informalmente, que a Procuradoria ingressasse com ação para remover daquela área a base de distribuição de combustível que pertenceu à IB Sabbá, de Manaus, hoje administrada pela Shell, alegando que a presença de depósitos de inflamáveis colocaria em risco a segurança de alunos, professores e funcionários da UFOPA.

Procurado pela reportagem, o reitor Seixas Lourenço admitiu que a UFOPA considera inadequada a presença de atividades potencialmente poluidoras nas vizinhanças do campus da Vera Paz. " Nós já tínhamos preocupação com o depósito de combustível. Agora, quando se fala que um outro terminal de grãos vai ser erguido nos arredores do campus da UFOPA, no mesmo local onde já havia uma atividade que põe em risco a nossa segurança, temos de nos precaver", afirmou Lourenço.

Segundo revelou o jornal Valor Econômico, o terminal, que começa a ser construído em 2011, terá capacidade para movimentar 3 milhões de toneladas de grãos por ano e 1,5 milhão de toneladas de cargas em contêineres. A primeira fase do projeto de Santarém terá área de 23 mil m² e três silos com capacidade para 96 mil toneladas ao custo de R$ 30 milhões. Na segunda, R$ 20 milhões devem elevar mais 15 mil m² de área portuária para atingir armazenagem de 150 mil toneladas.

O edital do novo terminal deve ser aprovado pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) até o fim do ano, informa a Administração do Porto de Santarém.

Estimulado pelo avanço do asfaltamento da BR-163, que liga Cuiabá (MT) a Santarém, Maggi disputará a licitação da Companhia Docas do Pará (CDP) para arrendar uma área de quase 40 mil m², onde será erguido um novo terminal portuário. Do lado direito do porto das Docas, a Cargill já opera um terminal privado para 1,2 milhão de toneladas de grãos por ano no porto de Santarém.
No local estão previstos a construção de cinco silos com capacidade estática para armazenar até 150 mil toneladas de grãos. "O volume seria suficiente para abastecer ao menos três navios tipo Panamax por mês. É interessante ter um porto em Santarém. Me preocupa sair a BR-163 e não ter porto lá, diz ele. Isso vai ser fundamental. O terminal exportará soja, algodão, milho e carne em contêineres", disse Eraí ao jornal paulista.

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