domingo, 26 de junho de 2011

Manejo florestal comunitário e familiar é tema de simpósio em Santarém


Vinicius Soares Braga
 
O equilíbrio das relações entre comunidades e empresas para viabilizar o manejo florestal será tema do simpósio de encerramento do projeto Floresta em Pé, que acontece de 28 a 30 de junho, no hotel Barrudada em Santarém. Representantes de comunidades envolvidas com planos de manejo florestal, órgãos de governo relacionados às políticas para o setor, além de pesquisadores e professores se reunirão para analisar alternativas para consolidar o manejo florestal comunitário e familiar.

Na Amazônia brasileira, as florestas destinadas a áreas como projetos de assentamentos e reservas extrativistas  constituem a maior parte das terras com regularização fundiária definida. “São cerca de 30 milhões de hectares de florestas destinadas ao manejo comunitário e familiar e que podem ser exploradas de forma sustentável”, afirma o pesquisador da Embrapa Amazônia Oriental Milton Kanashiro.

Para o setor madeireiro, essas áreas representam oportunidade de exploração florestal legalizada. Já para as comunidades, desprovidas dos meios de produção para execução de planos de manejo, a parceria com empresas é a forma para viabilizar essa atividade.

De acordo com o coordenador do projeto Floresta em Pé, analista ambiental do Ibama Hildemberg Cruz, o manejo florestal dessas áreas representa a principal possibilidade de ganho econômico para muitas dessas comunidades, garantindo a conservação da cobertura vegetal.

PROGRAMAÇÃO - O primeiro dia do simpósio terá quatro sessões técnicas. A primeira abordará experiências de comunidades com manejo florestal; o tema seguinte será o manejo de uso múltiplo na Amazônia; a terceira sessão tratará dos acordos entre empresas e comunidades; por fim, questões relativas à política pública e às normas vigentes para o manejo florestal comunitário e familiar encerram a rodada de sessões técnicas.

O segundo dia do evento será dedicado à elaboração de propostas e compromissos sobre acesso, uso e conservação dos recursos florestais junto às instituições públicas presentes. Já no último dia da programação os participantes poderão optar entre duas visitas de campos: projeto de assentamento Moju, onde o Grupo Natureza Viva produz óleo de andiroba, ou cooperativa Coomflona, na Floresta Nacional do Tapajós, que elabora seu plano de manejo e organiza a venda da madeira explorada por meio de licitações.

PROJETO - O Floresta em Pé tem como objetivo promover a gestão sustentável dos recursos florestais em áreas de florestas de uso comunitário e familiar. Para tanto se utiliza de apoio técnico, de estudos-chave, da implantação de infraestruturas para melhorar os processos produtivos e do estabelecimento de parcerias equilibradas entre empresas e comunidades.

O trabalho é um projeto de cooperação franco-brasileiro financiado por recursos, de um lado, da Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD) por meio do Fundo Francês pelo Meio Ambiente Mundial (FFEM) e, do outro, por contrapartida do governo brasileiro. A Embrapa Amazônia Oriental é uma das parceiras do projeto, para o qual contribui com suas competências técnicas na elaboração dos planos de manejo e na capacitação das técnicas de exploração de baixo impacto.

Um comentário:

Anônimo disse...

A EMANCIPAÇÃO DE TAPAJÓS É VIÁVEL.
Dados do IDESP comprovam que Divisão é o maior plano de Desenvolvimentos para Amazônia!
PIB: Considerando os índices econômicos, o Pará ficaria com 56%, ou seja, R$ 32 bilhões e 652 milhões do Produto Interno Bruto (PIB); Carajás ficaria com 36%, ou R$ 19 bilhões e 506 milhões, e Tapajós ficaria com 11%, ou R$ 6 bilhões e 360 milhões do PIB.
O valor adicionado de serviços é preponderante no Pará (71%); Tapajós ficará com 59% e a indústria de Carajás também ficará com 59%. A produção de grãos agregaria um valor de R$ 250 mil no Tapajós, R$ 223 mil no Carajás e R$ 204 mil no Pará. As culturas industriais adicionariam um valor de R$ 796 mil no Pará, R$ 516 mil e R$ 214 mil, no Tapajós e Carajás respectivamente. A fruticultura geraria um valor de R$ 230 mil no Carajás, R$ 139 mil no Pará e R$ 110 mil no Tapajós.
O rebanho bovino ficaria concentrado no Carajás, com 10 milhões e 854 mil cabeças (64%); Tapajós ficaria com 3 milhões e 673 mil cabeças (22%) e o Pará ficaria com 2 milhões e 329 mil cabeças (14%). Já a avicultura ficaria concentrada no Pará, com 69%, restando 16% ao Tapajós e 15% a Carajás.
A produção leiteira prepondera no Carajás, com rebanho de 669 mil vacas ordenhadas e cerca de 450 milhões de litros de leite, agregando um valor de R$ 258 milhões. A produção extrativa madeireira seria partilhada entre a prevalência do carvão vegetal em Carajás, com 90 mil toneladas; de lenha no Pará (1.666m3) e no Tapajós (1.416m3). A madeira em tora se concentra no Pará (3.508m3) e 1.267m3 no Tapajós e 1.201m3 no Carajás.
O comportamento da balança comercial em 2010 refletiria US$ 9 bilhões e 242 milhões no Carajás, US$ 2 bilhões e 830 milhões no Pará e US$ 596 milhões no Tapajós.
Com relação aos indicadores da educação, o Pará teria a maioria da matrícula, tanto no Fundamental (63%), quanto no Ensino Médio (65%), dispondo de 63% dos docentes do Ensino Fundamental e 70% dos docentes do Médio, gerando uma média de 28 alunos por docente no Fundamental e 26 no Médio. O estado do Carajás ficaria com uma média de 29 e 32 alunos por docente, respectivamente. E o Tapajós apresentaria uma média de 26 alunos por docente no Fundamental e 31 no Médio.
Sobre a qualidade da educação básica, medida pelo Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) em 2009, os municípios do Tapajós apresentariam a maior média (3,6) na 4ª/5ª série, seguido do Carajás com nota média de 3,5 e 3,3 do Pará. Quanto à qualidade do ensino na 8ª/9ª série, o Tapajós ficaria com uma nota média de 3,6, Carajás 3,4 e o Pará com 3,3.
Na área da Saúde, observando a taxa de mortalidade infantil (TMI), em 2009, o estado do Carajás teria uma taxa de 22 óbitos por mil nascidos vivos; no Tapajós a taxa seria de 20 óbitos por mil nascidos vivos e no Pará, 19 óbitos por mil nascidos vivos. Já a taxa de mortalidade geral (TMG) seria de 4, 3 e 3 óbitos por mil habitantes no Carajás, Tapajós e Pará, respectivamente.
A taxa de mortalidade materna, um dos problemas mais preocupantes do Estado, a média ficaria menor no Pará, com 59 óbitos por cada mil nascidos vivos, seguido do Carajás com 66 óbitos por mil nascidos vivos e do Tapajós com 81 óbitos por mil nascidos vivos, a mais elevada de todas.
Na área de segurança, as estatísticas dos crimes revelam uma taxa média no Estado do Pará, de 1297 crimes contra a pessoa a cada 100 mil habitantes; de 1678 crimes contra o patrimônio e 231 crimes violentos a cada 100 mil habitantes. Tapajós apresentaria taxas de crimes de 775 crimes contra a pessoa, 685 contra o patrimônio e 115 crimes violentos a cada 100 mil habitantes. E Carajás teria taxas mais moderadas de 374 crimes contra a pessoa, 592 crimes contra o patrimônio e 149 crimes violentos a cada 100 mil habitantes.
Sobre o mercado de trabalho formal, o Pará teria 669 mil postos de trabalho, Carajás teria 184 mil postos e Tapajós 97,8 mil postos. O número de estabelecimentos com vínculos empregatícios seria de 29,6 mil no Pará, 13 mil no Carajás e 6,9 mil no Tapajós.(ESTUDOS DO IDESP)