O Estado do Maranhão
Hoje, completa seis meses que o blogueiro e jornalista Décio Sá foi
assassinado com cinco tiros de pistola ponto 40 por Jhonatan de Sousa
Silva, de 24 anos, no bar e restaurante Estrela do Mar, situado na
Avenida Litorânea, na praia de São Marcos, enquanto esperava um amigo
para jantar. Décio Sá foi morto a mando de empresários ligados a crimes
de agiotagem no Maranhão e Piauí após serem denunciados no blog do
jornalista.
Na mesma noite em que o jornalista foi assassinado, uma força-tarefa
criada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) iniciou os
trabalhos para elucidar o caso e, no dia seguinte, foi aberto o
inquérito policial. Segundo as investigações, o blogueiro foi vítima dos
agiotas porque denunciava em suas publicações esquemas fraudulentos
relacionados à política, principalmente ao uso indevido de recursos
públicos estaduais e federais por parte de gestores municipais.
O executor do crime, o pistoleiro Jhonatan Silva, segundo a Polícia
Judiciária, foi contratado por uma rede de agiotas, liderada pelos
empresários Gláucio Carvalho e José Miranda Carvalho. Os três foram
presos no dia 13 de junho, durante a Operação Detonando, realizada pela
Polícia Civil, ação que também capturou o empresário Fábio Aurélio do
Lago e Silva, o Bochecha, de 32 anos, outro intermediador do crime. Um
dos poucos que escaparam do cerco policial foi Shirliano Graciano de
Oliveira, o Balão, de 27 anos, que não foi encontrado em seu endereço,
na cidade de Santa Inês.
Crimes – Jhonatan de Sousa Silva, apesar da pouca
idade, admitiu em seus depoimentos à Polícia Civil do Maranhão já ter
assassinado mais de 30 pessoas, no Norte e Nordeste do Brasil, a maioria
delas próximas à cidade de Xinguara, no estado do Pará, onde nasceu.
Segundo as investigações, dos R$ 100 mil prometidos pelos agiotas para
matar Décio Sá, Jhonatan Silva só teria recebido R$ 20 mil. No dia 25 de
agosto, Jhonatan de Sousa Silva foi transferido para o Presídio Federal
de Segurança Máxima de Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul.
Na sexta-feira, 19, o ex-subcomandante do Batalhão de Choque da
Polícia Militar do Maranhão, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, o
Fábio Capita, de 36 anos, que também foi denunciado pelo MP, teve o
pedido de habeas corpus negado, em decisão unânime da 2ª Câmara Criminal
do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). O militar foi apontado como
a pessoa que teria fornecido a arma usada no assassinato do jornalista
Décio Sá. Na semana passada, o agiota Gláucio Carvalho e o pai dele,
José Miranda Carvalho – denunciados como mandantes e financiadores do
crime – também tiveram o benefício indeferido pela Justiça.
Mais
O inquérito que investigou o assassinato do jornalista Décio Sá foi
concluído e remetido à Justiça no dia 17 de agosto. Formada por 1.970
páginas, distribuídas em 31 volumes, toda a documentação foi entregue na
sala da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Sarney
Costa, no Calhau, pela comissão de delegados que trabalhou no caso
durante 116 dias. Todo o trabalho de investigação ficou a cargo de
policiais da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic)
e da comissão investigadora da Delegacia de Homicídios (DH) da capital,
composta pelos delegados Jeffrey Furtado, Maymone Barros, Guilherme
Sousa Filho, Roberto Vagner Fortes, Roberto Larrat e Augusto Barros
Neto, superintendente da Seic.
Nenhum comentário:
Postar um comentário