quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Morte do jornalista Décio Sá faz seis meses





O Estado do Maranhão

Hoje, completa seis meses que o blogueiro e jornalista Décio Sá foi assassinado com cinco tiros de pistola ponto 40 por Jhonatan de Sousa Silva, de 24 anos, no bar e restaurante Estrela do Mar, situado na Avenida Litorânea, na praia de São Marcos, enquanto esperava um amigo para jantar. Décio Sá foi morto a mando de empresários ligados a crimes de agiotagem no Maranhão e Piauí após serem denunciados no blog do jornalista.
Na mesma noite em que o jornalista foi assassinado, uma força-tarefa criada pela Secretaria de Estado de Segurança Pública (SSP) iniciou os trabalhos para elucidar o caso e, no dia seguinte, foi aberto o inquérito policial. Segundo as investigações, o blogueiro foi vítima dos agiotas porque denunciava em suas publicações esquemas fraudulentos relacionados à política, principalmente ao uso indevido de recursos públicos estaduais e federais por parte de gestores municipais.
O executor do crime, o pistoleiro Jhonatan Silva, segundo a Polícia Judiciária, foi contratado por uma rede de agiotas, liderada pelos empresários Gláucio Carvalho e José Miranda Carvalho. Os três foram presos no dia 13 de junho, durante a Operação Detonando, realizada pela Polícia Civil, ação que também capturou o empresário Fábio Aurélio do Lago e Silva, o Bochecha, de 32 anos, outro intermediador do crime. Um dos poucos que escaparam do cerco policial foi Shirliano Graciano de Oliveira, o Balão, de 27 anos, que não foi encontrado em seu endereço, na cidade de Santa Inês.
Crimes – Jhonatan de Sousa Silva, apesar da pouca idade, admitiu em seus depoimentos à Polícia Civil do Maranhão já ter assassinado mais de 30 pessoas, no Norte e Nordeste do Brasil, a maioria delas próximas à cidade de Xinguara, no estado do Pará, onde nasceu. Segundo as investigações, dos R$ 100 mil prometidos pelos agiotas para matar Décio Sá, Jhonatan Silva só teria recebido R$ 20 mil. No dia 25 de agosto, Jhonatan de Sousa Silva foi transferido para o Presídio Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul.
Na sexta-feira, 19, o ex-subcomandante do Batalhão de Choque da Polícia Militar do Maranhão, capitão Fábio Aurélio Saraiva Silva, o Fábio Capita, de 36 anos, que também foi denunciado pelo MP, teve o pedido de habeas corpus negado, em decisão unânime da 2ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Maranhão (TJ-MA). O militar foi apontado como a pessoa que teria fornecido a arma usada no assassinato do jornalista Décio Sá. Na semana passada, o agiota Gláucio Carvalho e o pai dele, José Miranda Carvalho – denunciados como mandantes e financiadores do crime – também tiveram o benefício indeferido pela Justiça.

Mais

O inquérito que investigou o assassinato do jornalista Décio Sá foi concluído e remetido à Justiça no dia 17 de agosto. Formada por 1.970 páginas, distribuídas em 31 volumes, toda a documentação foi entregue na sala da 1ª Vara do Tribunal do Júri, no Fórum Desembargador Sarney Costa, no Calhau, pela comissão de delegados que trabalhou no caso durante 116 dias. Todo o trabalho de investigação ficou a cargo de policiais da Superintendência Estadual de Investigações Criminais (Seic) e da comissão investigadora da Delegacia de Homicídios (DH) da capital, composta pelos delegados Jeffrey Furtado, Maymone Barros, Guilherme Sousa Filho, Roberto Vagner Fortes, Roberto Larrat e Augusto Barros Neto, superintendente da Seic.

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