quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Diagnóstico precoce retarda o avanço do Alzheimer

Aceitação da doença, que afeta a maior parte das 36 milhões de pessoas no mundo com algum tipo de demência e cerca de 1,2 milhão de brasileiros, é uma das dificuldades que impactam diretamente a qualidade de vida dos pacientes
 
O diagnóstico precoce do Alzheimer tem sido um desafio para muitos pacientes pela dificuldade em identificar os primeiros sinais da doença para então procurar ajuda especializada.  Este é um mal progressivo e degenerativo, causado pela deterioração das células do cérebro (neurônios) e representa de 50 a 70% das demências. Estima-se que o número de pacientes com Alzheimer no mundo dobrará em 20 anos, devido ao envelhecimento geral da população. Assim, descobrir a doença ainda no início pode contribuir para garantir a qualidade de vida.
 
“O diagnóstico precoce, aliado ao tratamento medicamentoso e às terapias de apoio, é fundamental, não só para melhorar a qualidade de vida do paciente e do cuidador, como para diminuir a velocidade do desenvolvimento da doença, que ainda não tem cura, mas pode ser controlada”, explica o neurologista Rodrigo Rizek Schultz, do Núcleo de Envelhecimento Cerebral da Universidade Federal de São Paulo (NUDEC-UNIFESP).
 
Uma das dificuldades em realizar o diagnóstico de Alzheimer é a aceitação da demência como consequência normal do envelhecimento. “Embora seja vista como resultado natural do envelhecimento, a perda de memória deve e precisa ser levada a sério, pois pode ser um dos sintomas iniciais da doença”, esclarece Schultz. A demência é considerada uma síndrome (grupo de sinais físicos e sintomas) que apresenta três características principais: esquecimento ou problemas de memória associada a outro distúrbio cognitivo, alterações no comportamento (agitação, insônia, choro fácil) e perda de habilidades (dirigir, vestir-se, cozinhar).
 
Para o seu diagnóstico considera-se a exclusão de outras doenças que podem evoluir também com quadros demenciais. “Não é difícil fazer o diagnóstico da doença de Alzheimer em alguém com evidente perda de memória e alteração do comportamento, assim a família é importante nesse momento”, continua o especialista. Mas, em muitos casos, só o exame neurológico não é suficiente. “É essencial um exame detalhado da memória, orientação, linguagem e outras funções mentais, pois, ainda que não haja queixa, se o exame mostrar, por exemplo, comprometimento da linguagem, a chance de ser Alzheimer é muito elevada”, orienta. Para excluir outras causas de demência, podem ainda ser solicitados pelo médico outros exames mais detalhados como tomografia computadorizada ou ressonância magnética de crânio, para afastar presença de múltiplas isquemias (infartos cerebrais), hemorragia ou tumores.
 
Na evolução do Alzheimer habilidades como encontrar palavras, dar nome a objetos e lembrar-se de nome de parentes podem estar comprometidas. “É importante que os familiares procurem médicos especialistas, como neurologistas, psiquiatras e geriatras, para que seja feito o diagnóstico da doença de Alzheimer assim que aparecerem os primeiros sintomas. Quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a resposta ao tratamento, logo mais lenta será a evolução da doença”, relata o médico. 
 
Aproximadamente 36 milhões de pessoas em todo o mundo apresentam o diagnóstico de algum tipo de demência. Admite-se que a doença de Alzheimer seja o tipo mais comum de demência em idosos com 65 anos ou mais de idade, afetando cerca de 1,2 milhão de pessoas no Brasil. Um relatório da ADI (Alzheimer's Disease International), feito por especialistas do King's College de Londres e do Karolinska Institute da Suécia, revela que 75% dos portadores da enfermidade não sabem que têm a doença e o diagnóstico da doença de Alzheimer demora, em média, 3 anos. Já em 2010, um levantamento da Academia Brasileira de Neurologia (ABN) constatou que a demora no diagnóstico correto e no acesso aos remédios adequados dificulta o tratamento.
 
SINAIS INICIAIS DA DOENÇA DE ALZHEIMER – fique atento!
- Perda da memória recente;
- Dificuldade de lembrar o nome de pessoas ou objetos;
- Dificuldade de expressão;
- Apatia, depressão ou alterações no comportamento;
- Dificuldade de localização espacial e temporal.
Mais informações sobre Alzheimer: www.doencadealzheimer.com.br.

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